terça-feira, 30 de abril de 2013

PLANOS DE SAÚDE » Queixas 'somem' do sistema da ANS-Bárbara Nascimento e Ana Carolina Dinardo‏

Reclamações de consumidores excluídas por funcionário põe credibilidade em xeque. Processo foi aberto e caso está na PF 

Estado de Minas : 30/04/2013 


Bárbara Nascimento e
Ana Carolina Dinardo


Brasília – A exclusão de 65 reclamações de consumidores de planos de saúde do sistema da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) colocou em xeque a credibilidade do índice utilizado pelo órgão regulador para definir a suspensão das operadoras. O funcionário responsável por apgar as demandas foi afastado, um processo administrativo aberto e o caso encaminhado à Polícia Federal.

A ANS optou por não computar as reclamações recebidas no período em que a interferência no sistema ocorreu, entre 19 de dezembro de 2012 e 31 de janeiro deste ano. A agência reguladora divulgou ainda que recuperou parte dos registros danificados e elevou o grau de segurança do sistema.

A coordenadora institucional da Associação de Consumidores – Proteste, Maria Inês Dolci, recomenda que os beneficiários reenviem as reclamações. “A pessoa não sabe se a queixa foi ou não apagada. Além disso, é preciso estar atento ao processo de resolução do problema. Para isso, é melhor anotar o dia, a hora e o protocolo da reclamação”, orientou.
Para Maria Inês, o episódio contribui para que o levantamento realizado pela ANS perca credibilidade. “É necessário que a agência faça um levantamento minucioso para ter a certeza do número de queixas deletadas para que o consumidor não seja enganado”, disse.

RANKING O índice de reclamações dos beneficiários é utilizado para definir quais operadoras serão suspensas pelo período de um trimestre. Os planos são comparados com convênios de mesmo porte e têm sua evolução avaliada a cada três meses. Caso permaneçam na pior faixa de avaliação por dois meses, eles têm a comercialização suspensa. Até hoje, 396 planos de 56 operadoras já foram punidos. No último balanço, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, divulgou ainda que oito delas foram encaminhadas para a saída do mercado.

Segundo a Proteste, a insuficiência da rede disponibilizada pelas operadoras soma mais de 55% das reclamações recebidas. Outros 40% das queixas são referentes ao não cumprimento dos prazos para atendimento. A Resolução Normativa 259 da ANS determina que consultas básicas sejam marcadas em até sete dias úteis. Nas demais especialidades, o prazo é de 14 dias úteis e as cirurgias devem ser feitas em até 21 dias.

Nenhum comentário:

Postar um comentário