RIO DE JANEIRO - A todo-poderosa Fifa --entidade maior do futebol-- concluiu, sem alarde e com atraso, que seu mais longevo dirigente, o brasileiro João Havelange, recebeu "suborno" ou "propina" por anos. Foram cerca de R$ 45 milhões, divididos com o genro Ricardo Teixeira (presidente da CBF de 1989 a 2012).
Havelange, 96, dirigiu a Fifa por 24 anos (de 1974 a 1998). Para evitar o constrangimento de ser tirado da presidência de honra, que ocupava desde então, renunciou em silêncio pouco antes da divulgação do relatório da comissão de ética que condenou ambos e um terceiro dirigente.
A mesma Fifa --cujo secretário-geral, Jérôme Valcke, defende que "menos democracia é melhor para organizar uma Copa"-- proibiu que o estádio que abrirá a Copa das Confederações se chame Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha. Para a entidade, é preciso "manter a consistência dos nomes dos estádios"...
Parece bom momento para se pensar na troca imediata do nome oficial do Engenhão. Hoje interditado pela prefeitura do Rio, o Estádio Olímpico João Havelange poderia passar a Estádio Mané Garrincha.
Que um dos mais belos estádios brasileiros guarde em suas curvas a memória dos dribles do craque e não dos desvios do cartola. Seria chegar ao justo por vias tortas.
O prefeito Eduardo Paes suspendeu o repasse de R$ 8 milhões para a Orquestra Sinfônica Brasileira, previsto para 2013. "Dinheiro público tem de ser investido em coisas que dão projeção a cidade", justificou. O apoio existe há 20 anos.
Que política cultural tira, sem aviso, 20% do orçamento de uma das mais importantes orquestras do país e destina R$ 7 milhões para dois shows de Stevie Wonder, R$ 1,3 milhão para o de Luan Santana (só para funcionários públicos) e R$ 1 milhão para Bebel Gilberto gravar seu DVD na praia?
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