O Globo - 16/05/2013
A Avenida Paulista,
principal símbolo
de São Paulo, é também
o palco das
mais variadas manifestações.
A via que abriga mais de três
mil empresas, diversos equipamentos
culturais, emissoras
de rádio e televisão é marco da
dinâmica e da pujança da economia
paulista e brasileira.
Sua representatividade vai
além do tangível, ela permeia
o imaginário popular com sua
grandeza que se cristaliza em
uma vitrine que é vista por milhões
de pessoas. É natural
que a sociedade queira apresentar
suas demandas no local
de maior visibilidade.
Nos últimos dias, porém, as
manifestações deixaram de
ser pacíficas. Uma minoria resolveu
quebrar a vitrine dos
paulistas e iniciou uma série
de atos de vandalismo contra
o patrimônio público e privado,
gerando danos para o comércio
e para as empresas. Só
o Metrô declarou perdas de
mais de R$100 mil com estações
vandalizadas. Paredes pichadas,
agências bancárias
com fachadas destruídas e
acessos a hospitais dificultados,
compuseram o cenário
dos últimos protestos que alteraram
a dinâmica da região,
e de boa parte da cidade.
Algumas empresas dispensaram
funcionários mais cedo,
lojas baixaram as portas e
shoppings serviram de abrigo
para pedestres acuados. Os
empresários ainda contabilizam
suas perdas materiais. A
Associação Paulista Viva
(APV) teve prejuízos substanciais
em uma de suas frentes.
Passam de R$ 40 mil as perdas
com as guaritas utilizadas pela
Polícia Militar e que são de
propriedade da APV. Dez delas
foram danificadas, algumas
incendiadas. As depredações
geraram intranquilidade
e determinaram a ação enérgica
do poder público.
A APV, entidade da sociedade
civil que trabalha pela
preservação e valorização do
mais importante símbolo da
cidade de São Paulo e significativo
polo de atração turística,
acredita no diálogo como
melhor instrumento de negociação,
pois vê nele o motor
que gira uma democracia
livre, participativa e sadia.
Mas não pode tolerar atos de
vandalismo contra o patrimônio
que zela, e repudia
qualquer ação que afete o
convívio pacífico de uma região
que tradicionalmente
respeita a pluralidade.
ANTONIO CARLOS RIBEIRO
Avenida Paulista, vitrine
democrática de São Paulo
Artigo
Presidente da Diretoria Executiva
da Associação Paulista Viva
Nenhum comentário:
Postar um comentário