quarta-feira, 7 de agosto de 2013

O que quer Jeff Bezos? - Raul Juste Lores

folha de são paulo
Dono da gigante on-line Amazon intriga analistas com suas pretensões para o "Washington Post", um dos jornais mais tradicionais dos EUA
RAUL JUSTE LORESDE WASHINGTON
"Abem in vignos, tam et; nos, cortus, more fac videssa noverum ocum pesici tasdam it vitermis consunum vit, venimpe rurore victatimum ese tam nis, coenati maionsultus. Cervilica me diciam vit L. Ad mente ca; inam nox mantea dius cut viris
A lista de especulações dos motivos que levaram o bilionário criador da Amazon, Jeff Bezos, 49, a comprar o centenário jornal "Washington Post" não para de crescer.
Para especialistas em mídia, Bezos quer entender como funciona a distribuição de informação "curta" pela rede, agora que já domina a de livros e de varejo em geral.
Outros opinam que ele gostaria de usar os editoriais do "Post" para ser ouvido na capital americana --e promover leis que abrangem de impostos a monopólios na internet.
E há quem diga que é apenas um projeto pessoal, mais vaidade do que negócios.
Bezos comprou na segunda o "Washington Post" por US$ 250 milhões.
O debate não se limita a cifrões. Há 226 anos, Thomas Jefferson, um dos pais da Constituição americana, afirmou que "entre um país com governo e sem jornais, e um sem governo, mas com jornais, prefiro o segundo".
Não são poucos que se questionam se Bezos bancaria a independência que levou a lendária editora Katharine Graham a publicar o escândalo de Watergate, que derrubou o presidente Richard Nixon, em 1974.
O colunista da revista "The Atlantic" James Fallows, amigo da família Graham, escreve que jornalismo sério é "quase inviável como negócio", por ser muito caro.
TABLETS
Em uma entrevista publicada no jornal alemão "Berliner Zeitung" no ano passado, Bezos disse que, "em 20 anos, os jornais impressos não terão utilidade".
"Mas descobrimos que as pessoas pagam por suas assinaturas no tablet. Logo, todos os lares terão tablets. Isso vai fortalecer os jornais."
Para o consultor de mídia Ken Doctor, os jornais saíram das bolsas para as mãos de "poucos bilionários, que têm apetite por papéis sociais e cívicos, além dos financeiros".
Já Fallows acha que o investimento que Bezos está fazendo é modesto se comparado "ao que fizeram em uma era anterior os Rockfellers, os Carnegies e os Fords ao criar universidades e fundações" e que será preciso mais para revitalizar o jornal.
Otimista, ele defende que "os maiores beneficiários desses anos dourados reinvistam na infraestrutura da nossa inteligência pública".
O escrutínio sobre as posições políticas de Bezos apenas começou. Sabe-se que ele fez mais doações a candidatos democratas do que a republicanos e que fez doações para a fundação que publica a revista "Reason" do movimento libertário americano --defensor de uma ação mínima de governo e Estado.
Na semana passada, o presidente Barack Obama fez um discurso sobre empregos em um dos depósitos da Amazon e concedeu uma entrevista a ser lançada no Kindle, o leitor eletrônico da marca.
Bezos é visto como grande criador de empregos (tem 92 mil funcionários), embora as condições de trabalho na Amazon sejam contestadas. Há críticas à temperatura alta e às enormes distâncias às quais os empregados são submetidos em seus gigantescos galpões de armazenagem.
Bezos pode dar cinco rumos ao "Post"
folha.com/no132264
    VENDA
    Buffett tem ganho com a operação
    Principal acionista do grupo The Washington Post Company, a holding Berkshire Hathaway (do bilionário americano Warren Buffett, terceiro homem mais rico do mundo) teve ganho com a venda do jornal para Jeff Bezos, fundador da Amazon. As ações do grupo de mídia subiram 4,3% ontem, para US$ 593, o maior valor desde setembro de 2008, no auge da crise global.

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