quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Paula Cesarino Costa


Rio 24 horas
FOLHA DE SÃO PAULO
RIO DE JANEIRO - O segundo mandato é sempre problemático para o governante. O prefeito Eduardo Paes, reeleito com 64,6% dos votos, não tira essa maldição da cabeça. Decidiu que, ao iniciar sua segunda administração -que, na prática, já começou-, seria como se um governo de oposição tivesse assumido.
Para começar, fez seus secretários pedirem demissão, mudou alguns, reviu decisões, achou por bem gerar instabilidade. Não tem necessidade de novos projetos de impacto. Há muitas obras em andamento, programas para ampliar. Não elege prioridades, mas é visível que a área de transportes recebe atenção especial.
A palavra de ordem é inovar.
Paes disse à Folha que prepara um projeto de escalonamento do horário de funcionamento do Rio, para enfrentar a questão da mobilidade. Quer mexer na entrada e na saída não só de servidores da prefeitura, mas fazer um acordo com toda a sociedade: escolas, comércio, empresas.
A cidade passaria a oferecer serviços 24 horas. Geraria fluxos de trânsito distintos, fluindo melhor.
Inovação e ousadia para uma metrópole. Deve enfrentar resistências. A implantação é complexa. Já se discute em algumas cidades do Brasil. É realidade lá fora. Especialistas internacionais defendem essa medida.
Pode servir de teste para, se der certo, São Paulo adotar. O prefeito eleito Fernando Haddad, 49, tem feito elogios a Paes, 43. Acha que o que aconteceu no Rio e em algumas gestões no Nordeste mudou o "paradigma da política", como disse, anteontem, no "Roda Viva". Mas Haddad (PT) tem desafios anteriores e muito maiores. Assume em 1º de janeiro uma prefeitura atingida como poucas pela maldição do segundo mandato de Gilberto Kassab (PSD).
A juventude dá aos dois razão para serem ambiciosos e ousados, antes de só ficarem de olho no próximo cargo. Paes manda um conselho para Haddad: "governar com prazer".

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