Exposição nos EUA traz trabalhos de lendas da tatuagem
FERNANDA EZABELLA
DE LOS ANGELES
Numa mesa de madeira velha e suja de tintas, uma bituca de cigarro descansa ao lado de uma agulha de tatuagem. É um cenário improvável para os estúdios de grife dos dias de hoje, mas não seis décadas atrás. O ambiente faz parte de uma instalação que abre a mostra "L.A. Skin & Ink" (Los Angeles pele e tinta), em cartaz até domingo no Craft and Folk Art Museum.
A exposição traz cerca de 20 artistas, entre pioneiros que revolucionaram estilos nos EUA e contemporâneos que trabalham em casas famosas da cidade. Há "flashes" (desenhos de tatuagem em papel ou cartão), fotografias, pinturas e equipamentos de tatuagem, como duas máquinas dos ano 1920.
Noel Bass/Divulgação | ||
Catálogo de ilustrações de Bob Shaw, um dos tatuadores pioneiros dos EUA |
Alguns dos trabalhos mais antigos são as fotos de tatuagens feitas em marinheiros por Bert Grimm (1900-1985), que ganhou seu primeiro kit de tatuagem aos 12 anos. Ele abriu estúdio em Long Beach, praia de Los Angeles, considerado o estabelecimento do gênero mais antigo dos EUA. Hoje, funciona sob o nome de Outer Limits.
Bob Shaw (1926-1993) é outra lenda que tem algumas obras no museu, como pin-ups e caveiras dos anos 1960 e 1970, assim como Sailor Jerry (1911-1973), que introduziu o estilo japonês nos EUA, e Cliff Raven (1932-2001), famoso por popularizar as tatuagens tribais.
Entre os contemporâneos, há uma brasileira, a tatuadora Camila Rocha, 30, que mora em Los Angeles e trabalha no estúdio de Kat Von D, High Voltage Tattoo, estrela do programa de TV "LA Ink". Camila tem duas pinturas na exposição, inspiradas em tatuagens que ela fez, e ajudou também na curadoria.
"Los Angeles é muito relevante no cenário internacional de tatuagem, tem um cenário artístico muito forte e um movimento cultural que instiga o surgimento de tendências", disse Camila. "No momento, a tatuagem tem servido de tema para vários pintores e vice-versa."
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