quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Rogerio Gentile

FOLHA DE SÃO PAULO

Plano B
SÃO PAULO - A economia "mais ou menos" dos anos Dilma tem estimulado a imaginação de muitos políticos, que já enxergam seus nomes na urna eletrônica de 2014. Aécio Neves, Eduardo Campos, Marina Silva e até mesmo José Serra deram seus primeiros passos no longo percurso da sucessão presidencial.
Aécio tomou conta do PSDB e, ainda que timidamente, quando consegue se desprender dos encantos do Rio de Janeiro, se contrapõe ao governo federal, com críticas, sobretudo, ao baixo crescimento do PIB.
Diz que os últimos dois anos foram "perdidos" para a economia e bate na tecla de que o país está na lanterna dos emergentes. É o candidato "natural" da oposição.
Campos dá sinais calculadamente contraditórios, alternando críticas e elogios ao governo. Ora diz que falta rumo estratégico na condução da economia, ora afirma que a presidente enfrenta a situação com coragem -como se estivesse ensaiando o discurso do "Lula fez, mas Dilma não conseguiu dar continuidade". Seria o candidato da "dissidência".
Marina anda sumida desde a eleição de 2010, mas seu nome ainda tem muito apelo em alguns setores da sociedade. Movimenta-se para criar um novo partido, o que não é uma tarefa fácil. Kassab, com a máquina da prefeitura na mão, demorou um ano para conseguir. Marina é o nome da chamada "terceira via".
Serra terminou o ano muito desgastado após a derrota em São Paulo, mas, mesmo assim, dá sinais de que não desistiu do Planalto. Insatisfeito com o domínio de Aécio no PSDB, espalha que pode deixar o partido. Acha que, se a economia estiver mal em 2014, ressurgirá das cinzas. Seria o nome da oposição "visceral".
A eleição está ainda muito longe, e alguns dos citados acima provavelmente não vão chegar às urnas. Aliás, a nova caravana da cidadania de Lula é um indicativo de que nem mesmo Dilma está garantida. Na dúvida sobre a economia, o PT quer deixar engatilhado o seu "plano B".

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