Troféu Petrobras
BRASÍLIA - O petróleo é nosso, a Petrobras é um dos maiores orgulhos nacionais e o pré-sal (junto com a magia da "autossuficiência") embotou o brilho dos biocombustíveis, encheu os olhos do mundo, atiçou a verve de Lula e recheou as urnas de Dilma Rousseff em 2010.Apesar de tudo isso, o lucro líquido da Petrobras caiu 36% em 2012 e suas ações despencam ano após ano. Ela vem recuando no ranking internacional de petroleiras e perdeu o mítico primeiro lugar entre as empresas nacionais para a Ambev, um grupo privado.
Nós, os leigos, não sabemos nada e temos má vontade ao analisar a grandiosidade das intenções e das ações dos governantes (que o digam Sarney, Collor, Itamar, Fernando Henrique, Lula e, agora, Dilma). Mas alguém poderia nos explicar?
Na versão corrente, a culpa é das oscilações do dólar; do aumento das importações da gasolina e do diesel; e da defasagem entre os preços dos combustíveis praticados internamente e a cotação internacional.
Mas como assim importação? Não se falava tanto na tal "autossuficiência"? E essa defasagem nos preços não foi um erro de cálculo, foi uma decisão política da Presidência da República imposta de cima para baixo a uma companhia que deve explicações a seus acionistas -e, principalmente, à sociedade brasileira.
A gestão política dos preços, aliás, tem tudo a ver com o aparelhamento insolente da maior, ops!, da ex-maior companhia brasileira. Os companheiros arrombaram a porta, sentaram, usaram e abusaram. Os incontáveis alertas feitos por técnicos e pela imprensa nos últimos dez anos foram sempre desqualificados como "coisa da elite", "estratégia tucana", "ataque dos conservadores".
Graça Foster, uma técnica que parece respeitar a verdade, veio para ajustar a bússola e evitar um Titanic. Ela deveria dar um troféu pelo desastre para o seu antecessor, José Sergio Gabrielli. Ou para Lula.
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