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FLÁVIA FOREQUE
JOHANNA NUBLAT
DE BRASÍLIA
JOHANNA NUBLAT
DE BRASÍLIA
Um em três geriatras ou cirurgiões plásticos está em São Paulo. O Estado --que concentra 22% da população brasileira-- também abocanha quase metade dos cirurgiões do aparelho digestivo. São Paulo tem 28,6% dos especialistas registrados, índice semelhante à presença dos profissionais no país todo.
É o que mostra o estudo "Demografia Médica no Brasil 2", que detalha a distribuição de médicos especialistas --profissional que fez residência médica ou passou em prova de sua especialidade.
Apesar de ter o maior número absoluto desses profissionais (59,5 mil), São Paulo fica em quarto no ranking que considera o tamanho da população. Lideram a lista Distrito Federal, Rio e, em terceiro, o Rio Grande do Sul.
Maranhão, Pará e Amapá são os mais carentes de especialistas. O Amapá tem nove cardiologistas e só um médico intensivista registrados no levantamento do CFM (Conselho Federal de Medicina) e Cremesp (Conselho Regional de Medicina de São Paulo).
"O que fixa o médico é ter renda, condições de trabalho e perspectiva de ascensão profissional", afirma Renato Azevedo Júnior, presidente do Cremesp.
A cidade precisa garantir a estrutura de atendimento, diz Desiré Callegari, 1º secretário do CFM. "Não vou colocar um geriatra no meio do nada sem condições de fazer exames."
O panorama também indica a fragilidade na formação de parte dos médicos.
Do total, 47% dos profissionais não têm formação de especialista. Se excluídos os mais velhos, que tinham menos oportunidade de cursar residência, e os mais novos, que ainda não concluíram essa etapa, há 88 mil médicos sem essa formação no país --35% da faixa 31 a 60 anos.
Isso não seria um problema se a graduação fosse de boa qualidade, segundo Mário Scheffer, coordenador do estudo. "Mas é um cenário caótico, com abertura de escolas privadas sem capacidade de formação. A residência e a especialidade acabam suprindo deficiências."
Os ministérios da Saúde e da Educação afirmam que há um esforço para abrir vagas de residência. Neste ano houve aumento de 129% nas vagas custeadas pelo Ministério da Saúde, chegando a 2.881.
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