Eduardo Almeida Reis
Estado de Minas: 29/04/2013
Um homem prevenido
vale por dois, reza o ditado. Pensando nisso, instalei aqui no chatô um
pino suposto de proteger o equipamento computadorizado da chuva e das
faíscas elétricas. Disseram-me que, cortando a linha telefônica, protejo
o modem com os 10 megas de ótima banda larga e acreditei, mesmo porque
acredito em quase tudo.
Outra virtude do pino: desliga o telefone fixo, que vivia tocando de madrugada e me dava cada susto que vou te contar. Todos os meus telefones fixos acarretavam enganos. O número de um deles era igual ao do programa do Chacrinha, ressalvados os algarismos iniciais que indicam as cidades.
Como resultado da confusão, era impossível dormir nos horários do programa do Chacrinha, porque diversos brasileiros telefonavam querendo falar com o seu ídolo, esquecidos de incluir os algarismos do Rio antes do número do telefone. Educadíssimo que sempre fui, atendia e explicava: “Seu Abelardo está gravando” e os brasileiros, emocionados de falar com um funcionário do Chacrinha, agradeciam e desligavam.
O ditado que abre este belo suelto esqueceu-se de dizer que, para valer por dois, o homem prevenido deve ser inteligente. Não é o meu caso. No penúltimo dia do abençoado verão, desabou por aqui um temporal digno da região serrana fluminense e o philosopho, fumando imenso charuto, tranquilão na poltrona de couro com a proteção do pino telefônico.
Faíscas elétricas atroavam a terra e os ares, parecendo que o mundo vinha abaixo. Terminados os raios e o temporal, resolvi espiar os correios eletrônicos no computador e fui ligar o pino protetor: estava ligado...
Quer dizer: instalo um treco para proteger o equipamento e me esqueço de desligá-lo justamente na hora que mais precisava. Felizmente, a traquitana informática funcionava normalmente.
Pior idade
Fila especial, tudo bem, dá para entender que o idoso, ao pagar suas contas, tenha o direito de não mofar em filas imensas, mas viajar de graça nos ônibus interestaduais, assistir aos shows e às partidas de futebol pagando meia-entrada, não consigo entender.
Idosos já viram tudo que tinham para ver. Viram futebol muito melhor do que o atual, não raras vezes com mais de 100 mil pessoas, de torcidas misturadas, num só estádio. Fizeram turismo ou ludambulismo, como querem os puristas. Assistiram aos mais diversos espetáculos, uns bons, outros ruins, durante muitos anos.
Pergunto: que história é esta de fazer turismo depois de velho? Se o idoso quer viajar, que viaje, pagando a passagem como todo mundo. Se quer assistir aos jogos da Copa, que os assista pagando ingressos normais. Idoso tem mais é que ficar em casa lendo diante da tevê ou tentando mexer no computador como este meu, que me deu um susto danado ontem à noite: pifou. Pensei que fosse coisa grave, mas foi um curto nas caixas de som que queimou o fusível do nobreak. O novo custou R$ 245 e me deixou tão feliz, que vou te contar. Voltei a escrever. Adoro escrever. Nunca foi trabalho, mas puro divertimento. Fez frio no último verão. De suéter, botei um casaquinho de cashmere que me trouxeram da Inglaterra. Cashmere boa é a original, como aquela que Elizabeth Pimenta Lucas, a Bethy Lagardère, vestia no jantar de Ângela Gutierrez. Bela morena belo-horizontina, Bethy é muito simpática, mas sua estola de cashmere solta pelos aos milhões, motivo pelo qual fui obrigado a mandar lavar meu terno de flanela inglesa.
Implicância
Revoltante, inadmissível, imperdoável a implicância nacional com o pastor Marco Feliciano, este admirável homem de Deus, exemplo de político brasileiro, proprietário de futurosa igreja em São Paulo. Disseram que o piedoso cidadão teria pronunciado “áusteras” e um amigo meu, horrorizado, gravou a fala do santo.
Ora, áusteras não passa da junção da Áustria branca, com que sonha o piedoso pastor, com o adjetivo austero \é\, do latim austérus,a,um 'rigoroso, severo', do grego austérós,á,ón 'seco, rude, rígido, severo, acre (diz-se dos líquidos, água, vinho etc.)'.
No país do gratuito \uí\, do obeso \ê\, do longevo \ê\ – áustera é o de menos ou de menas, como dizem alguns. Sonho ver o pastor presidindo a Câmara Federal em sua incoercível escalada política, que há de alcançar a presidência da República Federativa do Brasil.
O mundo é uma bola
29 de abril de 711: invasão muçulmana da Península Ibérica. Lideradas por Tariq ibn Ziyad, tropas mouras desembarcam em Gibraltar.
Em 1429, Joana d’Arc vai à guerra e acaba com o Cerco de Orléans. Em 1707, unificação da Escócia com a Inglaterra, formando o Reino Unido da Grã-Bretanha. Em 1851, realizada a primeira viagem experimental com uma locomotiva elétrica, teste feito em Washington. Está na Wikipédia, mas não acredito.
Em 1945, casamento de Hitler com Eva Braun, que já se tinham casado, ontem, aqui em Tiro&Queda. Em 2011, casamento do príncipe William com Kate Middleton, que assisti de longe, morrendo de inveja do príncipe. Em 1901, nasceu Hirohito, imperador do Japão, que bateu o pacau em 1989.
Em 1938, nasceu Bernard Madoff, empresário norte-americano, aquele da fraude de 65 bilhões de dólares.
Hoje é o Dia Internacional da Dança.
Ruminanças
“Dois anos de guerra civil na Síria levaram a ONU a informar que chega a 70 mil o número de mortos. É número que o Brasil tira de letra. Em 24 meses, sem guerra civil, passamos dos 110 mil mortos a tiros, pauladas, pedradas e facadas” (R. Manso Neto).
Outra virtude do pino: desliga o telefone fixo, que vivia tocando de madrugada e me dava cada susto que vou te contar. Todos os meus telefones fixos acarretavam enganos. O número de um deles era igual ao do programa do Chacrinha, ressalvados os algarismos iniciais que indicam as cidades.
Como resultado da confusão, era impossível dormir nos horários do programa do Chacrinha, porque diversos brasileiros telefonavam querendo falar com o seu ídolo, esquecidos de incluir os algarismos do Rio antes do número do telefone. Educadíssimo que sempre fui, atendia e explicava: “Seu Abelardo está gravando” e os brasileiros, emocionados de falar com um funcionário do Chacrinha, agradeciam e desligavam.
O ditado que abre este belo suelto esqueceu-se de dizer que, para valer por dois, o homem prevenido deve ser inteligente. Não é o meu caso. No penúltimo dia do abençoado verão, desabou por aqui um temporal digno da região serrana fluminense e o philosopho, fumando imenso charuto, tranquilão na poltrona de couro com a proteção do pino telefônico.
Faíscas elétricas atroavam a terra e os ares, parecendo que o mundo vinha abaixo. Terminados os raios e o temporal, resolvi espiar os correios eletrônicos no computador e fui ligar o pino protetor: estava ligado...
Quer dizer: instalo um treco para proteger o equipamento e me esqueço de desligá-lo justamente na hora que mais precisava. Felizmente, a traquitana informática funcionava normalmente.
Pior idade
Fila especial, tudo bem, dá para entender que o idoso, ao pagar suas contas, tenha o direito de não mofar em filas imensas, mas viajar de graça nos ônibus interestaduais, assistir aos shows e às partidas de futebol pagando meia-entrada, não consigo entender.
Idosos já viram tudo que tinham para ver. Viram futebol muito melhor do que o atual, não raras vezes com mais de 100 mil pessoas, de torcidas misturadas, num só estádio. Fizeram turismo ou ludambulismo, como querem os puristas. Assistiram aos mais diversos espetáculos, uns bons, outros ruins, durante muitos anos.
Pergunto: que história é esta de fazer turismo depois de velho? Se o idoso quer viajar, que viaje, pagando a passagem como todo mundo. Se quer assistir aos jogos da Copa, que os assista pagando ingressos normais. Idoso tem mais é que ficar em casa lendo diante da tevê ou tentando mexer no computador como este meu, que me deu um susto danado ontem à noite: pifou. Pensei que fosse coisa grave, mas foi um curto nas caixas de som que queimou o fusível do nobreak. O novo custou R$ 245 e me deixou tão feliz, que vou te contar. Voltei a escrever. Adoro escrever. Nunca foi trabalho, mas puro divertimento. Fez frio no último verão. De suéter, botei um casaquinho de cashmere que me trouxeram da Inglaterra. Cashmere boa é a original, como aquela que Elizabeth Pimenta Lucas, a Bethy Lagardère, vestia no jantar de Ângela Gutierrez. Bela morena belo-horizontina, Bethy é muito simpática, mas sua estola de cashmere solta pelos aos milhões, motivo pelo qual fui obrigado a mandar lavar meu terno de flanela inglesa.
Implicância
Revoltante, inadmissível, imperdoável a implicância nacional com o pastor Marco Feliciano, este admirável homem de Deus, exemplo de político brasileiro, proprietário de futurosa igreja em São Paulo. Disseram que o piedoso cidadão teria pronunciado “áusteras” e um amigo meu, horrorizado, gravou a fala do santo.
Ora, áusteras não passa da junção da Áustria branca, com que sonha o piedoso pastor, com o adjetivo austero \é\, do latim austérus,a,um 'rigoroso, severo', do grego austérós,á,ón 'seco, rude, rígido, severo, acre (diz-se dos líquidos, água, vinho etc.)'.
No país do gratuito \uí\, do obeso \ê\, do longevo \ê\ – áustera é o de menos ou de menas, como dizem alguns. Sonho ver o pastor presidindo a Câmara Federal em sua incoercível escalada política, que há de alcançar a presidência da República Federativa do Brasil.
O mundo é uma bola
29 de abril de 711: invasão muçulmana da Península Ibérica. Lideradas por Tariq ibn Ziyad, tropas mouras desembarcam em Gibraltar.
Em 1429, Joana d’Arc vai à guerra e acaba com o Cerco de Orléans. Em 1707, unificação da Escócia com a Inglaterra, formando o Reino Unido da Grã-Bretanha. Em 1851, realizada a primeira viagem experimental com uma locomotiva elétrica, teste feito em Washington. Está na Wikipédia, mas não acredito.
Em 1945, casamento de Hitler com Eva Braun, que já se tinham casado, ontem, aqui em Tiro&Queda. Em 2011, casamento do príncipe William com Kate Middleton, que assisti de longe, morrendo de inveja do príncipe. Em 1901, nasceu Hirohito, imperador do Japão, que bateu o pacau em 1989.
Em 1938, nasceu Bernard Madoff, empresário norte-americano, aquele da fraude de 65 bilhões de dólares.
Hoje é o Dia Internacional da Dança.
Ruminanças
“Dois anos de guerra civil na Síria levaram a ONU a informar que chega a 70 mil o número de mortos. É número que o Brasil tira de letra. Em 24 meses, sem guerra civil, passamos dos 110 mil mortos a tiros, pauladas, pedradas e facadas” (R. Manso Neto).
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