Mariana Peixoto
Estado de Minas: 08/06/2013
Boca
colada ao microfone, óculos, meia-luz. É Marcelo Camelo vestido de um
despojamento exacerbado o que marca seu novo DVD, Mormaço (que ganhou
também edição em CD). Esse estudado intimismo marcou sua turnê de voz e
violão que rodou o país nos últimos anos. O registro que vem à tona foi
realizado no Theatro São Pedro, em Porto Alegre. Despidas da
instrumentação do Los Hermanos (Morena, Fez-se mar), e do Hurtmold na
primeira turnê solo (Doce solidão), as canções, num minimalismo latente
(além do violão de Camelo, há somente a presença da rabeca de Thomas
Rohrer), conseguem impacto tão grande quanto no registro original. Só
que de outra maneira.
Camelo nunca foi de entregar o jogo fácil, os que o acompanham desde a época dos Hermanos que o digam. Aqui, ele se aproxima da plateia, que, a despeito de permear todo o espetáculo (num canto contido, respeitoso, quase como pano de fundo, que só explode em palmas no final de cada canção), não aparece em cena.
O foco está todo nele, no parco cenário (cadeira, mesinha de canto, abajur), quase sempre em lentos closes. No repertório de 24 canções há três novidades: duas inéditas, Luzes da cidade e Dois em um, que abrem o show em sequência, e Porta de cinema, de seu avô, Luiz Souza. De resto, é música que a plateia rendida conhece de cor, tanto que Cara valente Camelo deixa que o público entoe a canção.
Nesse clima intimista, Camelo deixa o público espiar sua vida pessoal. Leva ao palco a mulher, Mallu Magalhães, para cantarem juntos (a dela) Sambinha bom. Ele mais tranquilo, ela meio envergonhada, meio dona da situação, fazem do dueto um dos momentos mais celebrados do show. Os dois voltam a protagonizar cenas de pura intimidade no extra do DVD. Dirigido por Jack Coleman, que o acompanhou de perto na turnê do álbum Toque dela, o curta Dama da noite, em seus 25 minutos, é o exato oposto do show gaúcho.
VIAGEM VISUAL O registro foi em 8mm e 16mm. As imagens, sempre com muita cor, explodem na tela. Fragmentado, ele não tem uma narrativa convencional. Deixa músicas como A noite, Tudo que você quiser, Vermelho como pano de fundo de uma viagem imagética. O registro em áudio, por sinal, é também explosivo. Os metais de Tiquinho, Bubu e Jaziel Gomes ganham destaque, fazendo trilha sonora para imagens de Camelo e Mallu em casa na cozinha; no jardim, juntos e um tanto desfocados; num encontro em família; batendo papo com amigos.
Não há uma narrativa que explique tudo, nem tampouco necessidade. As imagens falam por si, assim como a música. Coisa para fã, que costuma acompanhar Camelo onde ele estiver. Se não for o caso, nem perca seu tempo.
MARCELO CAMELO
CD Ao vivo no Theatro São Pedro e DVD Mormaço, com o curta Dama da noite, direção de Jack Coleman. Universal Music
Camelo nunca foi de entregar o jogo fácil, os que o acompanham desde a época dos Hermanos que o digam. Aqui, ele se aproxima da plateia, que, a despeito de permear todo o espetáculo (num canto contido, respeitoso, quase como pano de fundo, que só explode em palmas no final de cada canção), não aparece em cena.
O foco está todo nele, no parco cenário (cadeira, mesinha de canto, abajur), quase sempre em lentos closes. No repertório de 24 canções há três novidades: duas inéditas, Luzes da cidade e Dois em um, que abrem o show em sequência, e Porta de cinema, de seu avô, Luiz Souza. De resto, é música que a plateia rendida conhece de cor, tanto que Cara valente Camelo deixa que o público entoe a canção.
Nesse clima intimista, Camelo deixa o público espiar sua vida pessoal. Leva ao palco a mulher, Mallu Magalhães, para cantarem juntos (a dela) Sambinha bom. Ele mais tranquilo, ela meio envergonhada, meio dona da situação, fazem do dueto um dos momentos mais celebrados do show. Os dois voltam a protagonizar cenas de pura intimidade no extra do DVD. Dirigido por Jack Coleman, que o acompanhou de perto na turnê do álbum Toque dela, o curta Dama da noite, em seus 25 minutos, é o exato oposto do show gaúcho.
VIAGEM VISUAL O registro foi em 8mm e 16mm. As imagens, sempre com muita cor, explodem na tela. Fragmentado, ele não tem uma narrativa convencional. Deixa músicas como A noite, Tudo que você quiser, Vermelho como pano de fundo de uma viagem imagética. O registro em áudio, por sinal, é também explosivo. Os metais de Tiquinho, Bubu e Jaziel Gomes ganham destaque, fazendo trilha sonora para imagens de Camelo e Mallu em casa na cozinha; no jardim, juntos e um tanto desfocados; num encontro em família; batendo papo com amigos.
Não há uma narrativa que explique tudo, nem tampouco necessidade. As imagens falam por si, assim como a música. Coisa para fã, que costuma acompanhar Camelo onde ele estiver. Se não for o caso, nem perca seu tempo.
MARCELO CAMELO
CD Ao vivo no Theatro São Pedro e DVD Mormaço, com o curta Dama da noite, direção de Jack Coleman. Universal Music
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