Eduardo Almeida Reis
Estado de Minas: 09/06/2013
Circula na internet uma nova definição de amor. Recebi sem indicação de autor, consultei o amigo que me mandou o e-mail e ele disse que não sabe o nome do gênio, mas acha que já caiu em domínio público. Com o devido respeito ao autor, que aplaudo com entusiasmo, não posso privar o leitor das deliciosas definições. Aí vão.
O amor não ilumina o seu caminho; o nome disso é poste. O amor não supera barreiras; o nome disso é gol de falta. O amor não faz coisas de que até Deus duvida; o nome disso é Lady Gaga. O amor não traça o seu destino; o nome disso é GPS. O amor não dá forças para superar obstáculos; o nome disso é tração nas quatro rodas. O amor não mostra o que realmente existe dentro de você; o nome disso é endoscopia. O amor não atrai os opostos; o nome disso é ímã. O amor não é aquilo que dura para sempre; o nome disso é Sílvio Santos.
O amor não é aquilo que surge do nada para mandar em você; o nome disso é Dilma Rousseff. O amor não é aquilo que te deixa sem fôlego; o nome disso é asma. O amor não é aquilo que te faz perder o foco; o nome disso é miopia. O amor não é aquilo que te deixa maluco experimentando várias posições na cama; o nome disso é insônia. O amor não faz o feio ficar maravilhoso; o nome disso é dinheiro. O amor não é o que o homem faz na cama para levar a mulher à loucura; o nome disso é esquecer a toalha molhada.
O amor não é aquilo que toca o homem lá no fundo; o nome disso é exame de próstata. O amor não nos faz enlouquecer e dizer coisas de que nos arrependemos; o nome disso é vodca. O amor não faz você passar horas falando ao telefone; o nome disso é promoção da Tim/Oi/Vivo/Claro. O amor não te dá água na boca; o nome disso é bebedouro. O amor não é aquilo que começa e você reza para que nunca tenha fim; o nome disso é férias. O amor não é aquilo que te alegra antes de te decepcionar; o nome disso é pote de sorvete. O amor não é aquilo que entra na sua vida e muda tudo de lugar; o nome disso é empregada nova. O amor não é aquilo que te deixa bobo, rindo à toa e sem saúde; o nome disso é maconha. O amor não é aquilo que gruda em você, mas quando vai embora arranca lágrimas; o nome disso é cera quente.
Annosa vulpes
Contrariando os meus hábitos, sentei-me à frente do computador depois de ouvir os números citados pelo jornalista Jorge Pontual, ao vivo e em cores de Nova York, sobre os casos comprovados de pedofilia de 6.905 religiosos norte-americanos, envolvendo indenizações de centenas de milhões de dólares.
Feito o quê, animado pelo latinório que nos foi servido com a eleição do papa Francisco, me lembrei do ditado annosa vulpes non capitur laqueo, que dizem significar “macaco velho não mete a mão em cumbuca”. Outro ditado que se aplica ao anoso cronista é o seguinte: oceano cum rure pugnante, patitum conchylium, que o pacientíssimo leitor de Tiro & Queda já deve ter traduzido como “quando o mar briga com o rochedo, quem sofre é o marisco”.
Na emergência, para aproveitar a viagem da sala ao escritório, resolvi retomar as críticas ao imbecilíssimo Acordo Ortográfico. Em vésperas da primavera europeia, os jornais manchetaram: Neve para aeroportos da Europa.
E o leitor fica sem saber se a nevasca parou os aeroportos ou se resolveram levar neve para os campos de pouso, sabe-se lá por quê. Sabemos que jogam toneladas de sal para minimizar os efeitos das neves e dos gelos nas rodovias. De repente, levando neve para o aeroporto talvez fosse possível resfriar as turbinas dos aeroplanos. Enquanto ao mais, festina lente impendentis periculi causa, isso mesmo que deu para entender: “devagar com o andor, que o santo é de barro”.
O mundo é uma bola
Nove de junho de 53: Nero se casa com Claudia Octavia. Nove de junho de 62: Claudia Octavia se suicida. Nove de junho de 68: Nero, imperador romano, comete suicídio. Isso é o que a gente lê na Wikipédia, antes de ler, na mesmíssima fonte, que Claudia Octavia, já separada de Nero, foi assassinada, e que Nero Claudius Caesar Augustus Germanicus, que nasceu com o nome de Lúcio Domício Enobarbo, não se suicidou, mas foi apunhalado “a pedido” por seu secretário Epafrodito, quando fugia de Roma através da Via Salaria. Resumindo: uma trupe de malucos para ninguém botar defeito.
Em 1448, Afonso V de Portugal alcança a maioridade e assume o reino. Foi o décimo segundo rei de Portugal, cognominado O Africano, por suas conquistas no Norte da África.
Hoje é o Dia de Anchieta, o Dia do Porteiro e o Dia do Tenista.
Ruminanças
“A preguiça é a sepultura dos vivos.” (Temístocles, 524-459 a.C.)
Nenhum comentário:
Postar um comentário