400 gols de talento
Alex, 35, é mais um dos veteranos que voltam para brilhar e ensinar aos treinadores e jogadores que técnica é diferente de habilidade e que não basta ser rápido, driblador e habilidoso para ser craque.
O passe e o gol, na vitória do Coritiba sobre o Fluminense, foram mais duas demonstrações de sua exuberante técnica. Alex não se destacou na seleção principalmente porque competia com Ronaldinho, Rivaldo e outros. Se jogasse hoje, como quando era mais jovem, seria titular.
A França pode repetir a marcação inglesa, com menos disciplina, com oito a nove jogadores bem distribuídos entre a intermediária e o meio-campo.
O Brasil teve muitas dificuldades para driblar e trocar passes em pequenos espaços. Em compensação, havia muitos espaços nas costas dos defensores. Faltaram talento e sincronia entre o jogador que passava a bola e o que partida para receber na frente. Além disso, o ótimo goleiro inglês, fora do gol, atento, chegava antes do atacante.
Fred joga de costas para o gol, de pivô, ou dentro da área, para finalizar, por ter pouca velocidade, raramente recebe a bola nas costas dos zagueiros.
Como a seleção atua com dois volantes, um meia de cada lado (Oscar e Hulk ou Lucas) e Neymar perto de Fred, não existe um meia de ligação centralizado.
Paulinho tem de fazer dupla função, de marcar como um volante e avançar como um meia. Ele faz isso muito bem no Corinthians. Na seleção, é mais difícil, pois os laterais avançam mais que os do Corinthians.
Felipão gosta do jogo compartimentado, com um centroavante fixo, um volante mais atrás, outro com um pouco mais de liberdade e com um lateral que ataca mais que o outro. Daí, a dúvida entre Marcelo e Filipe Luís.
Marcelo é muito melhor. Seria mais eficiente se os dois laterais e os dois volantes marcassem e avançassem, alternados e sincronizados. Essa é uma das qualidades do Bayern e de grandes equipes.
Nesta semana, assisti, pela TV, a vários treinos da seleção, com as opiniões e informações precisas de PVC, da ESPN Brasil. Vi que o time treinou bastante a marcação por pressão. Ótimo, desde que todos participem. Quando os volantes avançam para tomar a bola, os zagueiros não podem ficar atrás, deixando um grande espaço entre os dois setores, como tem ocorrido.
Vi ainda treinos de posicionamento e movimentação da defesa, com os dois volantes protegendo os quatro defensores. Faltou um meia de cada lado. Se os dois não voltarem para marcar, os defensores, principalmente os laterais, ficarão perdidos.
Na Copa de 1970, Zagallo fazia o mesmo treino, todos os dias. Só que eram três jogadores de meio-campo (Clodoaldo, Gerson e Rivellino), em vez de dois, à frente dos zagueiros. O futebol mudou, mas nem tanto.
Tostão, médico e ex-jogador, é um dos heróis da conquista da Copa do Mundo de 1970. Afastou-se dos campos devido ao agravamento de um problema de descolamento da retina. Como comentarista esportivo, colaborou com a TV Bandeirantes e com a ESPN Brasil. Escreve às quartas e domingos na versão impressa de "Esporte".
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