DE SÃO PAULOO general Keith Alexander, diretor da Agência de Segurança Nacional, afirmou na semana passada não estar "coletando todos os e-mails das pessoas no Brasil nem ouvindo seus telefones".
Durante seminário de segurança em Aspen, no Colorado (EUA), Alexander declarou: "Nossa tarefa é inteligência internacional. 99,9%, seja na Alemanha ou no Brasil, não são de interesse para uma agência de inteligência internacional. O que é de interesse é um terrorista saltando através dali ou fazendo algo parecido".
As declarações foram em resposta à emissora alemã ZDF, que havia questionado "por que vocês estão se concentrando tanto em juntar dados do Brasil, já que não há muito terrorismo acontecendo por lá".
Ouvido pela revista "The New Yorker", que noticiou o seminário, outro general norte-americano, Michael Hayden, ex-diretor da NSA, sublinhou a afirmação de Alexander de que não acessa mensagens do Brasil e sim aquelas que passam pelo país, que é um entroncamento ("hub") importante de cabos submarinos.
"É lá que os cabos transatlânticos vêm para a terra", diz Hayden. Só por Fortaleza, no Ceará, passam 13 deles, de empresas como Level 3, AT&T e Verizon.
A Level 3 negou há duas semanas que um acordo que mantém com a NSA inclua "vigilância não autorizada em território estrangeiro".
A espionagem americana via cabos no Brasil é parte das revelações de Edward Snowden, ex-funcionário da NSA.
Um slide postado há um mês e meio pelo jornal britânico "The Guardian" mostrava que programas da agência, como Fairview, realizam "coleta de comunicações em cabos de fibra, conforme passam os dados".
O mapa indicava o Brasil como um dos alvos.
"O slide sugere que a NSA tem drenos em cabos na América do Sul", avaliou então Christopher Soghoian, "tecnologista" da União Americana pelas Liberdades Civis (Aclu).
A íntegra do vídeo com as declarações do general Keith Alexander pode ser encontrada em http://migre.me/fBpre.
Durante seminário de segurança em Aspen, no Colorado (EUA), Alexander declarou: "Nossa tarefa é inteligência internacional. 99,9%, seja na Alemanha ou no Brasil, não são de interesse para uma agência de inteligência internacional. O que é de interesse é um terrorista saltando através dali ou fazendo algo parecido".
As declarações foram em resposta à emissora alemã ZDF, que havia questionado "por que vocês estão se concentrando tanto em juntar dados do Brasil, já que não há muito terrorismo acontecendo por lá".
Ouvido pela revista "The New Yorker", que noticiou o seminário, outro general norte-americano, Michael Hayden, ex-diretor da NSA, sublinhou a afirmação de Alexander de que não acessa mensagens do Brasil e sim aquelas que passam pelo país, que é um entroncamento ("hub") importante de cabos submarinos.
"É lá que os cabos transatlânticos vêm para a terra", diz Hayden. Só por Fortaleza, no Ceará, passam 13 deles, de empresas como Level 3, AT&T e Verizon.
A Level 3 negou há duas semanas que um acordo que mantém com a NSA inclua "vigilância não autorizada em território estrangeiro".
A espionagem americana via cabos no Brasil é parte das revelações de Edward Snowden, ex-funcionário da NSA.
Um slide postado há um mês e meio pelo jornal britânico "The Guardian" mostrava que programas da agência, como Fairview, realizam "coleta de comunicações em cabos de fibra, conforme passam os dados".
O mapa indicava o Brasil como um dos alvos.
"O slide sugere que a NSA tem drenos em cabos na América do Sul", avaliou então Christopher Soghoian, "tecnologista" da União Americana pelas Liberdades Civis (Aclu).
A íntegra do vídeo com as declarações do general Keith Alexander pode ser encontrada em http://migre.me/fBpre.
EUA prometem não matar ou torturar espião
Garantia foi dada por secretário de Justiça americano à Rússia numa tentativa de conseguir extradição de Snowden
Responsável por revelar esquema de espionagem pediu asilo a Moscou; Rússia diz que não vai extraditar americano
"As acusações que ele enfrenta não incluem essa possibilidade [pena capital], e os EUA não pedirão a pena de morte, mesmo se ele for acusado de crimes adicionais que a preveem", disse o secretário de Justiça americano, Eric Holder, em carta endereçada ao colega russo, Alexander Vladimirovich Konovalov.
O documento foi enviado na última terça-feira, mas divulgado apenas ontem pela mídia americana ontem.
Snowden, que revelou um amplo esquema de espionagem de telefones e internet pelo governo dos EUA, está na área de trânsito do aeroporto Sheremetyevo, em Moscou, desde 23 de junho, depois que deixou Hong Kong. Na última semana, ele pediu asilo temporário à Rússia.
O delator é acusado por roubo de propriedade do governo e por revelar informações secretas de defesa nacional e de inteligência. Somadas, as penas podem chegar a 30 anos de prisão.
Holder também assegura que o ex-agente não seria torturado e seria julgado numa corte civil, e não militar.
"O sr. Snowden não será torturado. Tortura é ilegal nos EUA. (...) O sr. Snowden receberia toda a proteção que a lei americana oferece a pessoas acusadas de crimes federais", disse o secretário.
O presidente Barack Obama tenta se desvencilhar da política do governo Bush, que adotou a tortura como uma das ferramentas na guerra ao terror. A prisão de Guantánamo, contudo, segue aberta, com acusados num limbo jurídico e sendo alimentados à força --uma forma de tortura para alguns ativistas.
Um porta-voz do presidente russo, Vladimir Putin, no entanto, reafirmou ontem que o país não está disposto a extraditar Snowden.
"A Rússia nunca extraditou ninguém e nunca vai", disse Dmitry Peskov a agências de notícias russas.
Os dois países não têm acordo de extradição.
Peskov, porém, reconheceu que a FSB, agência federal de segurança russa, e o FBI, sua equivalente americana, estão mantendo conversas.
O porta-voz disse que o Kremlin não está envolvido diretamente nessa negociação e garantiu que Putin está "fortemente determinado" a não permitir que a disputa envolvendo o ex-técnico americano prejudique as relações entre os dois países.
Holder diz que Snowden poderia viajar para os EUA com um "passaporte com validade limitada" --já que seu documento foi revogado pelo governo americano em 22 de junho.
"Acreditamos que essas garantias eliminam os motivos alegados pelo sr. Snowden de que ele deve ser tratado como um refugiado ou deve pedir asilo", afirmou Holder.
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