Projeto Sempre um Papo faz homenagem a Luiz Gonzaga. Durante o encontro serão sorteados
40 exemplares do livro que o artista plástico e poeta Bené Fonteles escreveu sobre o Rei do Baião
Ana Clara Brant
Estado de Minas: 11/03/2013
Luiz Gonzaga é tema de um encontro inédito que
acontece hoje à noite no projeto Sempre um Papo entre três figuras que
se envolveram intensamente com o universo do Rei do Baião: o dramaturgo
João Falcão, diretor do espetáculo Gonzagão, a lenda; em cartaz em Belo
Horizonte; o jornalista Carlos Marcelo, coautor de O fole roncou! Uma
história do forró (Ed. Zahar); e o artista plástico, poeta e curador
Bené Fonteles, autor de O rei e o baião (Ed. Fundação Athos Bulcão)”,
obra que, inclusive, terá 40 exemplares sorteados entre os presentes.
Coordenador
das comemorações do centenário de Gonzagão, celebrado em 2012, Bené
Fonteles pensava nessa publicação desde os anos 1970 e ficou
extremamente satisfeito pelo fato de o livro ter servido como referência
para vários estudiosos, músicos, jornalistas e documentaristas,
inclusive Breno Silveira, diretor do filme Gonzaga – De pai pra filho.
Além de analisar a herança cultural nordestina recriada por Luiz Gonzaga
e seus parceiros, suas conquistas e desdobramentos, o livro reúne
ensaios do próprio Bené, de Antonio Risério, Elba Ramalho, Gilmar de
Carvalho, Hermano Vianna e Sulamita Vieira, com apresentação de Gilberto
Gil.
“Eu queria fazer algo imagético com xilogravuras, fotos,
imagens. Editorialmente, nunca tinha sido lançado um livro como esse
sobre um artista brasileiro. Como ele foi produzido com recursos do
Fundo Nacional de Cultura, não pode ser comercializado, e por isso
distribuímos para pesquisadores, os herdeiros do Gonzaga, bibliotecas e
museus”, explica Fonteles.
Bené Fonteles destaca ainda a
importância do Velho Lua e sua influência na cultura brasileira e como
ele conseguiu fazer um movimento inverso, que foi o de levar o Nordeste
para o Sul do país. “Ele conseguiu penetrar em praticamente todos os
lugares. Gonzaga era um homem extremamente inteligente, e um mote para
compreender a cultura nordestina. Ele ajudou a criar o segundo ícone pop
brasileiro depois de Carmen Miranda, que é aquele personagem do
vaqueiro com o qual ficamos tão acostumados”, conclui.
Em voga Autor
de O fole roncou! Uma história do forró, em parceria com o também
jornalista Rosualdo Rodrigues, Carlos Marcelo (editor-chefe do Estado de
Minas) acredita que as comemorações dos 100 anos de Gonzagão
despertaram um interesse maior não só em relação a ele, como também a
vários artistas nordestinos e que inclusive a nova geração está
descobrindo. O livro, que estará à venda no local, reconstitui a
trajetória do forró por meio de mais de 80 entrevistas e documentos
inéditos, narrando episódios marcantes da vida artística e pessoal não
só de Gonzagão como também de Jackson do Pandeiro, Marinês,
Dominguinhos, Trio Nordestino, Genival Lacerda e Antônio Barros, entre
outros.
Os autores vão dos anos 1930 aos dias atuais e ressaltam
ainda a importância de artistas como Elba Ramalho, Alceu Valença e
Fagner na continuidade dessa história, desdobrada nos últimos anos com o
surgimento do forró eletrônico, no Ceará, e do universitário, em São
Paulo. “Vou falar um pouco do que está no livro, e destacar os parceiros
e quem conviveu com Gonzagão. Ou seja, abordar essas pessoas que
orbitavam em torno do Rei do Baião, que são figuras que merecem ser
lembradas e conhecidas. O bacana desse trabalho é que muitos leitores
estão me dando retorno e comentando que esse é um pedaço da história que
merecia ser contado”, observa Carlos Marcelo.
O outro convidado
do bate-papo é o roteirista, dramaturgo e compositor pernambucano João
Falcão, responsável pela adaptação e direção do musical Gonzagão – A
lenda, em cartaz no Teatro Bradesco.
100 ANOS DE GONZAGÃO
Hoje,
às 19h30, no Teatro Bradesco (Rua da Bahia, 2.244, Lourdes), com Bené
Fonteles, Carlos Marcelo e João Falcão. Entrada franca. Informações:
(31) 3261-1501 e www.sempreumpapo.com.br
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