segunda-feira, 11 de março de 2013

Invisível, internet vai se incorporar a tudo e a todos

folha de são paulo

RAFAEL CAPANEMA
DE SÃO PAULO

Internet? Que internet?
Daqui a 30 anos, não se falará sobre a internet.
Daniel Almeida/Editoria de Arte/Folhapress
Não porque ela terá desaparecido, mas porque, como a eletricidade, será invisível.
Estará nas roupas, nos móveis, nos carros -e tudo e todos estarão interconectados.
A visão da chamada "internet das coisas", que já se desenha hoje, é encampada por futurólogos e por um dos pais da rede, Vint Cerf, atualmente "evangelista-chefe da internet" no Google.
Questionado pela Folha por e-mail sobre o futuro da rede, Cerf respondeu com uma enxurrada de previsões.
"A internet das coisas será a norma. Dispositivos móveis encolherão ainda mais. Usaremos voz e gestos e teremos conversas semânticas com nossas 'coisas'. A busca vai se transformar em um diálogo. Implantes oculares e espinhais serão prática normal. Você entrará em um carro que dirige sozinho e discutirá aonde quer ir e, talvez, sobre a rota que prefere."
Para Patrick Tucker, editor-adjunto da revista "The Futurist", nossa convivência ainda mais ostensiva com a internet nos fará sentir que a vida sem ela é "insuportável".
Daniel Almeida/Editoria de Arte/Folhapress
"Os dados que criaremos por meio de cada movimento, cada escolha e cada ação serão lembrados, e uma rede gigante usará essa informação em nosso benefício, para nos deixar mais saudáveis, mais confortáveis e mais produtivos. A internet se tornará parte do nosso mundo 'natural', como a luz do sol, a sombra e o vento."
O futurólogo Daniel Burrus, consultor estratégico do Google, da IBM e da Microsoft, dá um exemplo prático de como a internet das coisas facilitará nossas vidas.
"Haverá sensores inteligentes no cimento. Uma ponte poderá informar que está rachando e que deve ser reparada. Se a pista estiver escorregadia, a ponte avisará ao seu carro que você deve reduzir a velocidade."
De acordo com Burrus, objetos triviais, como a mesa da cozinha e o espelho do banheiro, funcionarão como computadores, e teremos assistentes eletrônicos, como o Siri, da Apple, e o Now, do Google, ainda mais inteligentes e proativos.
Nem tudo, é claro, será doce e feliz: os futurólogos também oferecem algumas perspectivas sombrias.
Além do fim da privacidade como a conhecemos hoje (leia abaixo), eles preveem o recrudescimento de episódios de ciberguerra, como o Stuxnet, supervírus de computador usado para um ataque estatal às instalações do programa nuclear do Irã.
Cerf teme ainda ataques virtuais a sistemas públicos essenciais, como eletricidade e transporte.
REDE INTERPLANETÁRIA
Além de fazer previsões extraterrenas que transcendem a rede de computadores (mineração de asteroides e hotéis espaciais), Cerf afirma que a internet interplanetária evoluirá e se expandirá para outros planetas --o sistema, em fase de protótipo, já está em operação em Marte.
Quer dizer que poderemos conversar com seres extraterrestres pela internet?
"Não, não tem nada a ver com comunicação com alienígenas", diz Cerf, que chegou a vislumbrar essa possibilidade na conferência TED, no mês passado.
"A internet interplanetária permite a comunicação de espaçonaves em um ambiente de rede", explica Cerf. "Seu objetivo é apoiar a exploração humana e robótica do Sistema Solar."

http://www1.folha.uol.com.br/tec/1243374-rede-sociais-vao-hospedar-ainda-mais-intimidades.shtml

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