Diagnosticar doença mental parece fácil, mas, para o médico, é bem complicado. Pesquisadores da área querem retirar parâmetros subjetivos ou comportamentais desse diagnóstico, substituindo-os por marcadores biológicos.
Querem descobrir um exame tão exato quanto o de sangue para o diabetes ou a radiografia de tórax para a pneumonia.
Em editorial na revista canadense "Journal of Psychiatry & Neuroscience", a professora Patricia Boksa, da Universidade McGill, no Canadá, mostra os desafios para identificar esses biomarcadores.
Ela cita estudo de P. J. Benson e colaboradores no "Biological Psychiatry", no qual são mostrados testes para detectar anormalidades no movimento ocular e diferenciar casos de esquizofrenia.
A professora lembra da possível confusão, nesse teste, não só com outras doenças psiquiátricas mas com problemas neurológicos.
Os movimentos dos olhos têm por base funções complexas, e anormalidades em áreas cerebrais podem eventualmente ser encontradas.
Por outro lado, exames objetivos vêm permitindo identificar precocemente doenças mentais como o alzheimer.
Para essa demência, a análise do líquido cefalorraquidiano e os exames radiológicos, como a tomografia computadorizada, vêm permitindo a detecção precoce da afecção, anteriormente apenas identificada pós-morte, ao exame anatomopatológico do cérebro.
Julio Abramczyk, médico formado pela Escola Paulista de Medicina/Unifesp, faz parte do corpo clínico do Hospital Santa Catarina, onde foi diretor-clínico. Na Folha desde 1960, já publicou mais de 2.500 artigos. Escreve aos sábados na seção 'Saúde'
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