quarta-feira, 20 de março de 2013

O vestibular da UFMG... -Patricia Giudice e Landercy Hemerson

O vestibular da UFMG... ( ) Tira o sono de alunos e professores ( ) Tem mais de 40 anos de história ( ) É um método elogiado e detestado ( ) Foi banido do calendário ontem ( X ) Todas as opções anteriores 



Patricia Giudice e Landercy Hemerson

Estado de Minas: 20/03/2013 

Em decisão histórica, maior universidade de Minas extingue provas do seu processo seletivo e adere totalmente ao Enem, com distribuição de vagas pelo Sistema de Seleção Unificada

a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) tomou ontem uma decisão que vai afetar todos os estudantes que pleiteiam uma vaga na instituição, assim como os professores que os preparam. O vestibular tradicional, da forma como é conhecido desde 1970, quando foi uniformizado pelo governo federal, foi banido do calendário e será integralmente substituído pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). A divisão de vagas ocorre agora pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu). Isso quer dizer que a partir da seleção deste ano para os alunos que vão entrar em 2014 não haverá mais segunda etapa, que era composta de provas abertas e específicas para cada curso.

“É um dia histórico, de mudança social significativa, um avanço na uniformidade de tratamento para todas as pessoas, independentemente da região onde moram, da condição social; e mais: isto aqui é uma universidade pública, é um patrimônio do povo brasileiro”, disse o reitor Clélio Campolina. Durante mais de quatro horas, o Conselho Universitário se reuniu para decidir sobre a adesão da universidade ao Sisu. No fim da tarde, os conselheiros votaram: 40 foram a favor, dois contra e dois se abstiveram.

Segundo o reitor, foram feitos estudos para avaliar a eficácia do Enem como método unificado de seleção no país. Campolina considerou que o exame tem qualidade para selecionar os futuros alunos da federal, em uma avaliação que coincidiu com o dia em que a correção de redações de alunos contendo erros graves foi questionada nas redes sociais. Apesar das críticas, o representante da UFMG avaliou que o novo sistema não vai diminuir a qualidade dos profissionais formados pela instituição futuramente.

São 6.600 vagas, que no ano passado foram disputadas por cerca de 19 mil pessoas, em um processo que coleciona críticos e defensores ferrenhos e que agora deixa de existir. A previsão é de que, com o Sisu, esse número de concorrentes aumente, já que o sistema é aberto para todo o país e o aluno não precisa sair do estado de origem para pleitear uma vaga em Minas. A universidade, porém, ainda não estima em quanto essa disputa pode aumentar. Ao todo, são 96 cursos ofertados, alguns com turnos pela manhã e à noite. Apenas para os candidatos a música e ao curso de belas-artes e artes cênicas o Sisu não valerá, porque as provas de aptidão permanecem. Esses estudantes farão testes de habilidade específica na segunda etapa. “O Enem é uma prova muito bem feita e é uma forma democrática. Brasileiros de qualquer lugar terão a mesma oportunidade”, afirmou Clélio Campolina.

O Enem foi parcialmente adotado em 2011 pela UFMG, que manteve sua própria seleção na segunda etapa do vestibular. De acordo com o reitor, desde então começou a se discutir a adesão ao Sisu. A questão passou por reuniões do Conselho de Pesquisa e Extensão, da Câmara de Graduação e, por último, da Comissão Permanente do Vestibular (Copeve). As atribuições desse último órgão serão revistas e o número de pessoal deve diminuir. A Copeve era a responsável por elaborar os exames de seleção. “A comissão tem outras atribuições, como a seleção do Colégio Técnico, da educação no campo e indígena, mas seguramente vai passar por reestruturação. Vamos diminuir o grupo de pessoas vinculadas, mas ao mesmo tempo pleitear mais participação no Enem. Já temos vários professores que participam da prova, mas queremos influenciar mais”, disse o reitor.

No ano passado, a maior universidade de Minas teve com o vestibular uma receita de cerca de R$ 5 milhões, que compensou as despesas. De acordo com Clélio Campolina, uma das vantagens de adotar o Enem é o fim dos gastos, pois o exame não representa custos para a UFMG. O reitor avalia que a tendência é de que outras instituições importantes no país entrem para o Sisu este ano, e que o Brasil tenha um sistema unificado como outros países, a exemplo dos Estados Unidos. O reitor nega que tenha havido pressão do Ministério da Educação para adesão, e avalia que a mudança não afeta a autonomia universitária, defendida por ele e por representantes de outras instituições públicas de ensino superior. “A universidade não é obrigada a fazer parte do sistema. Se o adotou, foi porque quis. Avaliamos que é o melhor e o mundo inteiro adota esse tipo de modelo unificado. Não há pressão do MEC, os reitores são autônomos”, afirmou.

Pelo Sisu, o aluno escolhe até duas instituições para se inscrever e concorre com a nota de corte para cada curso. O sistema não é adotado por todas as universidades públicas do país. Algumas o usam para escolha de parte dos alunos. A Universidade Federal do Paraná, por exemplo, preenche apenas 10% das vagas pelo Sisu, assim como a Unifesp, com 82%, e a federal do Rio de Janeiro, com 90%. Há também federais que, mesmo tendo o exame do ensino médio como primeira fase da seleção, ainda não fazem parte da unificação, como a do Rio Grande do Sul.

Um comentário:

  1. Srs. Jornalista

    Toda profissão honesta deveria servir à sociedade na qual está inserida. Para que serve a profissão de Jornalista? O que esta profissão deve ou tem que fazer para cumprir sua missão perante a sociedade? O senhor tem feito sua parte?
    Claro que existem jornalistas comprometidos com a verdade, com o bem social, com a qualidade das notícias, mas infelizmente a maioria está comprometida com interesses de grupos e não com a sociedade global. É o seu caso?
    Vejamos o caso do Hospital acima referenciado, que está com obras paralisadas e que já consumiu milhões do dinheiro público, sem dar à sociedade o retorno do mesmo.
    Não já justificativas que justifiquem a paralização das obras deste hospital (até agora fantasma), quando diversas vidas são perdidas em Belo Horizonte por falta de leitos.
    Senhor Jornalista:
    Faça a sua parte em relação à sociedade. Investigue este descalabro, ajude a pressionar os poderes executivo e legislativo de nossa cidade.
    Dê de volta à sociedade o que ela está lhe dando em forma de audiência. Faça alguma coisa útil para a comunidade onde o senhor está inserido e a partir da qual ganha o seu pão.
    Não seja omisso! investigue! Este caso é de fácil investigação e o Hospital é de fundamental importância para a sociedade Belo Horizonte.

    Grato
    Jorge Savinelli Filho
    AIAPMBH - Associação dos Insatisfeito com a Administração Pública de Belo Horizonte
    Rua Barão de Coromandel, 37A
    Barreiro de Baixo

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