sábado, 29 de junho de 2013

Eduardo Almeida Reis - Morar‏

Os rueiros sustentam bares, boates e restaurantes, de mesmo passo em que infernizam a vida daqueles que moram perto dos lugares onde fazem barulho


Eduardo Almeida Reis

Estado de Minas: 29/06/2013 

Como será o antônimo de homeless (sem casa), fenômeno visto no mundo inteiro, não raras vezes relacionado com a maluquice? Vejo no Collins que homely é caseiro, não sei se no sentido de “empregado que cuida da casa de alguém” ou significando “aquele que gosta de ficar em casa”, a exemplo de um philosopho amigo nosso. Os moradores de rua são quadros dolorosos, enquanto os rueiros sustentam bares, boates e restaurantes, de mesmo passo em que infernizam a vida daqueles que moram perto dos lugares onde fazem barulho.

Cuido hoje do verbo morar, que entrou em nosso idioma no ano de 1114 e nunca foi sinônimo de luxo: você pode ter muito conforto e morar muito bem sem luxo de qualquer natureza. A internet anda exibindo a fortuna do sultão do Brunei, país asiático de 5.765 km² e 400 mil habitantes, em que se fala malaio.

Seu palácio, de gosto bruneíno, tem mais de mil quartos. Hassanal Bolkiah é sultão e primeiro-ministro; Al-Muhtadee Billah é o príncipe herdeiro. Renda per capita: US$ 51 mil, a quinta maior do mundo. Morri de pena do sultão ao constatar que seu Boeing, cuja decoração custou mais de US$ 100 milhões, não tem bidê no banheiro de ouro. Repito: só a decoração, porque o avião custou outros US$ 100 milhões.

Brunei tem petróleo e gás para dar e vender, daí a fortuna do sultão Haji Hassanal Bolkiah Mu'izzaddin Waddaulah ibni Al-Marhum Sultan Haji Omar Ali Saifuddien Sa'adul Khairi Waddien, nascido em 1946, educado na Royal Military Academy Sandhurst (RMAS), Inglaterra, um infeliz, coitado. De que vale ter mais que mil carros, do padrão Mercedes para cima, se o sujeito só pode dirigir um de cada vez? Quem foi que disse que as torneiras de ouro são melhores que as de aço inox?

Filho de Omar Ali Saifuddien III, como se Saifuddien fosse nome de gente, o sultão anda pela terceira mulher oficial, tem um monte de filhos e não tem bidê no Boeing. Se vocês pensam que o nome de seu ilustre pai era tão simples, ei-lo completo: Al-Marhum Kebawah Duli Yang Maha Mulia Maulana Paduka Seri Begawan Sultan Haji Omar Ali Saifuddien Saadul Khairi Waddien Ibni Al-Sultan Muhammad Marhum Jamalur Alam II.

Que diabo será Mulia? Nosso vice-presidente é Lulia – Michel Miguel Elias Temer Lulia –, mas é jurista brilhante e deve ter bidê no Palácio do Jaburu. Quanto às mulheres oficiais do sultão do Brunei, nenhuma é melhor do que as namoradas dos ricos de BH, fortunas que não chegam aos pés dos ouros bruneanos, mas jovens bonitas, cheirosas, simpáticas, educadas. Conheço várias e só tenho motivos para louvar o bom gosto dos mineiros.

Grande novidade...


 Antiamericanismo explícito e racismo enrustido fizeram que nossa mídia caísse de pau no doutor Barack H. Obama, por determinar que as telefônicas do país que preside forneçam ao serviço secreto a lista dos telefonemas dados e recebidos pelos que residem nos EUA, sendo ou não cidadãos americanos.

A denúncia chegou ao jornal inglês The Guardian através de um jornalista americano de 46 anos, residente no Rio de Janeiro, cidade em que se apaixonou por um rapaz de boa família, seu atual companheiro. O casal de pombinhos continua arrulhando no Rio, considerando que as leis dos EUA ainda não reconhecem os matrimônios modernos.

Pergunto ao caro e preclaro leitor: você ficaria aborrecido se um serviço secreto brasileiro, paquistanês ou norte-americano soubesse dos números para os quais você telefona e o tempo de duração de cada telefonema? No que me diz respeito, não ligo a mínima e não me importaria que as conversas fossem gravadas e ouvidas.

Vou mais longe: acho uma besteira este negócio de pedir autorização à Justiça para grampear telefones. Bandido ou não, se o sujeito falou tá falado. Se disse o que não devia, que não dissesse e pague pelas consequências. Não somente os Estados Unidos, como também todos os demais países têm o direito e o dever de proteger os seus cidadãos do terrorismo.

Chechenos, muçulmanos, iranianos, curdos, ETAs, IRAs, paquistaneses, não importa a denominação: terrorista merece a Justiça de Jedburgh, aquela do enforque-o primeiro e julgue-o depois. Num planeta de mais de sete bilhões de habitantes, um bilhão a menos não faz a menor falta.

O mundo é uma bola


29 de junho de 1613: um incêndio destrói o Globe Theatre, em Londres, onde Shakespeare costumava se apresentar. Em 1720, Revolta de Filipe dos Santos, em Vila Rica, na então Real Capitania das Minas de Ouro e dos Campos Gerais dos Cataguases, na Colônia do Brasil, pertencente a Portugal, movimento considerado um dos precursores da chamada Inconfidência Mineira, causa de oportuno feriado nacional.

A revolta ocorreu na Vila Rica de Nossa Senhora do Pilar do Ouro Preto, como era então denominada a atual cidade de Ouro Preto. Teve como um dos seus líderes Filipe dos Santos Freire, tropeiro nascido em Portugal circa 1680, que foi preso e condenado à morte.

Em 1845, fundação da Imperial Colônia de Petrópolis com a chegada dos primeiros colonos alemães. Região simpática pelo fato de tirar o carioca da febre amarela que grassava no Rio. Em 1949 a África do Sul implantou oficialmente o apartheid, regime de segregação racial, e em 2010 escapei de cobrir a Copa naquele país, porque o nosso diretor de redação se apiedou de um philosopho que não gosta de avião nem de futebol.

Em 1951, o alemão Joseph Ratzinger é ordenado padre. Depois, foi o papa Bento XVI e hoje é papa emérito. Em 1958, o Brasil conquistou na Suécia seu primeiro título de campeão mundial de futebol. Em 1996, no Morro do Igreja, município de Urubici, SC, talvez em consequência do aquecimento global, foi anotada temperatura de -17,80C, a mais baixa já registrada neste país grande e bobo.

Hoje é a festa cristã de São Pedro e São Paulo.

 Ruminanças

“Aviso ao apresentador de TV: galera é a vênus vulgívaga que o pariu!” (R. Manso Neto).

Nenhum comentário:

Postar um comentário