Estudiosos alertam para uso de dados de usuários por governos
Venda de informações em redes sociais por grandes companhias também preocupa pesquisadores
Lee Rainie e Barry Wellman escrevem que informações digitais têm "vida social", o que "abriu portas para novos meios de vigilância de governos e organizações". Isso independe de ser ou não de uma democracia, dizem.
"Antes, a vigilância era tecnicamente mais difícil", diz Wellman. "Devemos nos preocupar em relação a governos e a grandes companhias que trabalham para juntar nossas informações."
Andrew Keen defende ideia semelhante contra as redes sociais. "A realidade é que, para o bem ou para o mal, assim que uma foto, uma atualização ou um tuíte são publicados, eles se tornam propriedade pública", escreve, sobre privacidade.
Pesquisa realizada pelo instituto Pew nos EUA, citada no livro de Rainie e Wellman, mostra que, quanto mais crucial a informação, menos pessoas a compartilham de modo consciente.
Entre todos os usuários da web, 42% sabem ter ao menos uma foto on-line. Em relação às pessoas que sabem ter o endereço de suas casas na rede, cai para 26%.
ADMINISTRAR PERFIS
Para usuários, o desafio se torna administrar perfis em diversas redes sociais. As decisões passam tanto por quais informações compartilhar (ou não) como por deletar perfis em determinados sites.
Apesar de ser entusiasta das redes sociais, Barry Wellman não está presente na principal delas, o Facebook. "Mas estou no Twitter", faz a ressalva, sorrindo. "Porém, trato como uma ferramenta de trabalho e não compartilho questões pessoais." O perfil dele é @barrywellman.
Mesmo vestindo a carapuça de "hater" das redes sociais, Andrew Keen também prova desse veneno: tem pouco mais de 20 mil seguidores em seu perfil (@ajkeen). Em sua descrição, tenta manter a fama de mau: define-se como "o Anticristo do Vale do Silício".
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