segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Planeta 'perdido' mais próximo é detectado - Salvador Nogueira


Com 4,7 vezes a massa de Júpiter, astro pode ajudar no estudo da formação planetária
ESO
Concepção artística de planeta errante recém-descoberto
Concepção artística de planeta errante recém-descoberto
SALVADOR NOGUEIRACOLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Astrônomos acabam de identificar o que parece ser um planeta errante vagando pelo espaço, sem orbitar ao redor de nenhuma estrela.
Não é o primeiro objeto do tipo a ser identificado, mas certamente é o mais próximo. Designado CFBDSIR2149, ele tem 4,7 vezes a massa de Júpiter e está a cerca de 100 anos-luz da Terra (cerca de 950 trilhões de quilômetros).
E, nesse caso, proximidade é muito importante. Sem luz própria, esses astros só irradiam calor (infravermelho). Quanto mais distantes, mais difíceis de observar.
Outra vantagem é que ele está vagando pelo espaço junto com um agrupamento de estrelas chamado associação estelar AB Doradus.
Caso o planeta errante pertença também ao grupo desde o início (há uma chance de ele ter sido "capturado" gravitacionalmente mais tarde, mas é bem pequena), é possível especular com mais segurança sobre suas propriedades (sendo possível, por exemplo, determinar sua idade e confirmar que se trata mesmo de um objeto planetário).
PRIMEIRO DE VÁRIOS
Os astrônomos esperam que o estudo aprofundado do CFBDSIR2149, inicialmente investigado com observações do VLT (Very Large Telescope), do ESO (Observatório Europeu do Sul), no Chile, permita a compreensão de toda uma classe de astros semelhantes, até hoje pouquíssimo estudada.
"Esse objeto poderá ser usado como base de dados para compreender a física de qualquer exoplaneta semelhante que seja descoberto com futuros sistemas especiais de imagens de elevado contraste", diz Philippe Delorme, do Instituto de Planetologia e Astrofísica de Grenoble, na França, o autor principal do estudo.
O trabalho ajudará a compreender como planetas podem ser ejetados de seus sistemas para se tornarem objetos errantes, sem estrela mãe, ou até mudar o paradigma do que entendemos por formação planetária, caso fique claro que ele não foi ejetado de lugar algum e se trata de um objeto planetário, e não uma anã marrom, tipo de estrela que não conseguiu se formar.
O trabalho foi publicado na última edição do periódico "Astronomy & Astrophysics".

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