Redes sociais vão para sala de aula Escolas e professores criam perfis virtuais para interagir com alunos e coibir abusos
Patricia Giudice
Vai compartilhar? Antes de curtir, cuidado
Disseminação de smartphones e facilidade de acesso a redes sociais obriga jovens, famílias e escolas a encarar fenômenos como a troca de mensagens de cunho erótico e sua consequência cada vez mais frequente: a exposição comprometedora de adolescentes. Pais e professores são levados a cair na web para monitorar atividades
Disseminação de smartphones e facilidade de acesso a redes sociais obriga jovens, famílias e escolas a encarar fenômenos como a troca de mensagens de cunho erótico e sua consequência cada vez mais frequente: a exposição comprometedora de adolescentes. Pais e professores são levados a cair na web para monitorar atividades
Patricia Giudice
Estado de Minas: 18/11/2012
Só um toque de teclado e em frações de segundo uma foto chega por mensagem a um celular. Ninguém se deu conta do risco? Então, mais um clique e a imagem de duas meninas de apenas 13 anos seminuas, feita em uma brincadeira entre elas, começa a se espalhar entre os smartphones dos alunos de uma escola. Um colega resolve postar nas redes sociais e o estrago sai do controle. Em pouco tempo as adolescentes estão expostas em um ambiente de conexões de alcance mundial. A história, que poderia ter ocorrido em qualquer unidade de ensino, é real: aconteceu em uma instituição do Bairro Cidade Jardim, Região Centro-Sul de Belo Horizonte, há pouco mais de um mês. Serviu para mostrar o frágil limite entre o bom e o mau uso da web e chama atenção para o debate sobre as restrições ao acesso a celulares e redes sociais no ambiente escolar. Assunto que divide opiniões e revela um descontrole capaz de comprometer a integridade e a segurança, especialmente entre os mais jovens. Cientes de que não podem lutar contra o fenômeno, pais e professores se veem obrigados a se cadastrar em sites para monitorar filhos e estudantes.
Enquanto as políticas das instituições e de professores variam da proibição de smartphones ao bloqueio de sites – passando também pelo emprego pedagógico dos recursos tecnológicos –, na porta da escola as meninas se escondem para não falar sobre o assunto. Colegas também recuam quando perguntados sobre o que especialistas chamam de sexting. O neologismo em inglês, contração de sex (sexo) e texting (troca de informações eletrônicas), descreve o envio de mensagens de cunho erótico via celular, prática que já é classificada como uma nova epidemia entre a juventude, associada inclusive a casos de bullying virtual. No episódio registrado na instituição da Zona Sul de BH, o rebuliço foi tamanho que os adolescentes dizem ter aprendido a lição. “Todo mundo recebeu as fotos, elas foram parar até em outras escolas”, diz uma aluna da 8ª série. “Tem que ter muito cuidado com tudo o que se posta. Muito cuidado”, completa outra estudante da mesma sala.
Apesar do discurso dos adolescentes, cuidado está longe de ser a atitude mais frequente deles na prática. De acordo com a pesquisa “Nós, jovens brasileiros”, feita em 2010 pelo Portal Educacional, 67% dos mais de 10 mil entrevistados de 13 a 17 anos disseram não ter qualquer controle dos pais quanto ao uso do celular e 22% afirmaram que acessam o mundo virtual com frequência pelo aparelho. O mesmo estudo revela que 38% dos jovens já fizeram amizades na internet e as levaram para a vida real; 25% já ficaram com pessoas que conheceram na web; 13% namoraram alguém que conheceram na rede; 9% fizeram sexo virtual e quase 4% disseram que fizeram sexo na vida real com alguém conhecido em ambientes como chats e redes sociais. Outros 7% disseram já terem postado fotos ou filmes mais ousados na rede e 35% não usam filtros para impedir o acesso a suas informações pessoais. E mais: 7% têm o costume de abrir a webcam para pessoas que não conhecem.
Diante desse quadro, o tenente-coronel Paulo Leonardo Benício Praxedes, também coordenador operacional da Promotoria Estadual de Combate aos Crimes Cibernéticos do Ministério Público estadual, percorre instituições para conversar com os alunos e alertá-los para os riscos. Para ele, o trabalho nas escolas é fundamental, mas ainda é um desafio. Quarta-feira Praxedes lotou o auditório do Colégio Marista Dom Silvério, na Região Centro-Sul da capital. Diante de uma plateia com idades predominantes dos 12 aos 14 anos, ele mandou um recado também para os pais: “Criem perfis, entrem nas redes sociais. Assim estarão mais perto do que seus filhos estão fazendo, falando, publicando na rede.”
OLHOS ABERTOS A dica é seguida por alguns pais e também por professores. Ana Luiza Theodoro, de 14, aluna do Marista, conta que a mãe tem um perfil no Facebook e o pai, no Instagram. Tudo para ter acesso ao que ela e o irmão de 12 anos curtem, compartilham, comentam e publicam. A adolescente não acha ruim. “Eles já nos passaram instruções várias vezes.” Na escola, ela assistiu à palestra e achou importante para despertar a atenção dos colegas. “A vida pode mudar completamente em apenas um clique. É uma exposição excessiva e precisamos ter cuidado”, afirmou.
Eduardo Garibe, também de 14, conta que casos são comuns nas escolas, mas acha que os adolescentes estão cientes do risco. Em casa, os pais dele não controlam tanto, apenas confiam. “Sempre penso duas vezes antes de postar qualquer foto nas redes sociais. Mas vejo que a maioria dos jovens extrapola um pouco.” Eduardo é um dos poucos da sua sala que não tem acesso à internet via celular. “Uso o telefone mais para música e mandar mensagem. Só comecei a usar a internet mesmo quando tinha 11 anos. Achei bom, porque as crianças de hoje deixam de jogar bola e brincar para ficar na internet. Comigo foi diferente”, contou.
Enquanto as políticas das instituições e de professores variam da proibição de smartphones ao bloqueio de sites – passando também pelo emprego pedagógico dos recursos tecnológicos –, na porta da escola as meninas se escondem para não falar sobre o assunto. Colegas também recuam quando perguntados sobre o que especialistas chamam de sexting. O neologismo em inglês, contração de sex (sexo) e texting (troca de informações eletrônicas), descreve o envio de mensagens de cunho erótico via celular, prática que já é classificada como uma nova epidemia entre a juventude, associada inclusive a casos de bullying virtual. No episódio registrado na instituição da Zona Sul de BH, o rebuliço foi tamanho que os adolescentes dizem ter aprendido a lição. “Todo mundo recebeu as fotos, elas foram parar até em outras escolas”, diz uma aluna da 8ª série. “Tem que ter muito cuidado com tudo o que se posta. Muito cuidado”, completa outra estudante da mesma sala.
Apesar do discurso dos adolescentes, cuidado está longe de ser a atitude mais frequente deles na prática. De acordo com a pesquisa “Nós, jovens brasileiros”, feita em 2010 pelo Portal Educacional, 67% dos mais de 10 mil entrevistados de 13 a 17 anos disseram não ter qualquer controle dos pais quanto ao uso do celular e 22% afirmaram que acessam o mundo virtual com frequência pelo aparelho. O mesmo estudo revela que 38% dos jovens já fizeram amizades na internet e as levaram para a vida real; 25% já ficaram com pessoas que conheceram na web; 13% namoraram alguém que conheceram na rede; 9% fizeram sexo virtual e quase 4% disseram que fizeram sexo na vida real com alguém conhecido em ambientes como chats e redes sociais. Outros 7% disseram já terem postado fotos ou filmes mais ousados na rede e 35% não usam filtros para impedir o acesso a suas informações pessoais. E mais: 7% têm o costume de abrir a webcam para pessoas que não conhecem.
Diante desse quadro, o tenente-coronel Paulo Leonardo Benício Praxedes, também coordenador operacional da Promotoria Estadual de Combate aos Crimes Cibernéticos do Ministério Público estadual, percorre instituições para conversar com os alunos e alertá-los para os riscos. Para ele, o trabalho nas escolas é fundamental, mas ainda é um desafio. Quarta-feira Praxedes lotou o auditório do Colégio Marista Dom Silvério, na Região Centro-Sul da capital. Diante de uma plateia com idades predominantes dos 12 aos 14 anos, ele mandou um recado também para os pais: “Criem perfis, entrem nas redes sociais. Assim estarão mais perto do que seus filhos estão fazendo, falando, publicando na rede.”
OLHOS ABERTOS A dica é seguida por alguns pais e também por professores. Ana Luiza Theodoro, de 14, aluna do Marista, conta que a mãe tem um perfil no Facebook e o pai, no Instagram. Tudo para ter acesso ao que ela e o irmão de 12 anos curtem, compartilham, comentam e publicam. A adolescente não acha ruim. “Eles já nos passaram instruções várias vezes.” Na escola, ela assistiu à palestra e achou importante para despertar a atenção dos colegas. “A vida pode mudar completamente em apenas um clique. É uma exposição excessiva e precisamos ter cuidado”, afirmou.
Eduardo Garibe, também de 14, conta que casos são comuns nas escolas, mas acha que os adolescentes estão cientes do risco. Em casa, os pais dele não controlam tanto, apenas confiam. “Sempre penso duas vezes antes de postar qualquer foto nas redes sociais. Mas vejo que a maioria dos jovens extrapola um pouco.” Eduardo é um dos poucos da sua sala que não tem acesso à internet via celular. “Uso o telefone mais para música e mandar mensagem. Só comecei a usar a internet mesmo quando tinha 11 anos. Achei bom, porque as crianças de hoje deixam de jogar bola e brincar para ficar na internet. Comigo foi diferente”, contou.
Escolas e professores se rendem à rede Popularização de celulares e outras mídias eletrônicas faz instituições de ensino e educadores reconhecerem que fenômeno não tem volta e a desenvolverem estratégias para lidar com ele
Patrícia Giudice
Com estudantes cada vez mais conectados à internet, as escolas de Belo Horizonte enfrentam desafios para administrar o fenômeno da proliferação de smartphones, tablets e outros gadgets. A pergunta que está longe de obter uma resposta consensual é: liberar ou proibir o uso de celulares e outros itens da lista de parafernália eletrônica na escola? É por meio deles que os alunos usam o tempo todo as redes sociais. Mas essas mídias também são usadas por professores para se aproximarem do universo dos jovens e facilitar a troca de informações, pesquisas e outras atividades.
Dentro de sala de aula, o uso de celular é proibido em Minas por lei estadual desde 2002, mas, no intervalo, o uso é livre. E o que se vê é que professores e diretores das instituições de ensino estão cada vez mais criando perfis nas redes sociais para interagir com os alunos e, ao mesmo tempo, fiscalizar.
O Colégio Santo Antônio, por exemplo, mantém perfis no Facebook e Twitter e, assim, promove uma aproximação com o universo acessado pelos alunos. Lá há professores que usam os smartphones dentro da sala como auxiliares na forma de ensinar; outros proíbem radicalmente, sob pena de advertência para os estudantes que não acatarem a restrição.
“Nosso entendimento é de que os professores ainda não tiveram um preparo para lidar com a situação, mas conseguem se resolver”, afirma Cristine Oliveira, programadora pedagógica da escola e também professora. Seja como for, no horário de prova é lei: os alunos são obrigados a deixar os aparelhos na frente da sala, bem longe dos olhos e das mãos.
Daniele Passagli, supervisora pedagógica na rede de ensino Coleguium, diz que o trabalho com os alunos tem que ser diário. “Temos que conscientizá-los de que eles não podem usar em sala, mas os professores motivam o uso das redes sociais. Eles discutem sobre os temas pelo Facebook, Twitter, trocam mensagens, mas dentro de sala vemos que é tentador para os alunos”, afirma.
A rede nunca pensou em restringir totalmente os celulares nas escolas, mas, segundo Daniele, quem infringe as normas pode receber advertência e até ter o aparelho recolhido e entregue somente aos pais. “O uso do celular afeta o desenvolvimento do aluno, quebra a linha de raciocínio, a concentração na aula é menor, ele não acompanha com a eficiência devida”, alertou Daniele.
O coordenador de Marketing, Tecnologia e Comunicação do Colégio Salesiano, Fabrício Sabino Carvalho, explica que na biblioteca da escola os alunos têm acesso ao Skype e Hotmail. Por meio da rede wireless da instituição, outras redes sociais são bloqueadas. A escola nunca pensou em radicalizar: a ideia é tentar conscientizar sobre o uso das novas mídias. “Muitas vezes, eles trazem o notebook para apresentar um trabalho, fazem vídeos pelos celulares para alguma disciplina, e isso achamos que é benéfico. Por outro lado, hoje, meninos de 11 anos usam as redes sociais e escrevem sem pensar. Nós alertamos sobre o uso e os riscos”, afirmou.
On-line cada vez mais cedo
Estudo feito este ano pela Ong Safernet, especializada em segurança no ambiente virtual, com base na pesquisa “Nós, jovens brasileiros”, investigou aspectos do perfil dos mais de 10 mil entrevistados de 13 a 17 anos, ouvidos sobre uso da internet. O trabalho identificou que a maioria dos que disseram ter se relacionado com pessoas que conheceram na rede são de classe social AB e têm de 13 a 14 anos.
O diretor de prevenção da organização Safernet, Rodrigo Nejm, chama a atenção para a função da família diante desse quadro e lembra que adolescentes a partir de 12 anos já receberam na Justiça punições cabíveis para a idade por causa de perfis falsos nas redes sociais e ofensas a colegas. “Os pais precisam se lembrar de que eles podem ser responsabilizados. A internet não é mais uma terra sem lei e eles têm o compromisso de ensinar os filhos a usar esse recurso com cuidado”, afirmou.
O trabalho de pais e educadores, alerta, tem que ser constante. “A internet é um espaço público. O Facebook é como se fosse uma praça, um clube que reúne mais de 1 bilhão de pessoas, e é preciso ter cuidado nesse ambiente. Ele reflete um mundo com todas as oportunidades e perigos, onde há pessoas mal-intencionadas, conteúdo impróprio e adultos que fingem ser crianças para cometer violência. As leis que valem para esse ambiente são as mesmas de fora dele”, adverte.
ANTES DE CAIR NA NET
Adote medidas simples para que você ou seu filho não virem vítimas das redes sociais
– Não poste fotos ou informações pessoais
– Não responda a provocações nem ofenda outras pessoas
– Muitos links trazem códigos de programas maliciosos e, por isso, não devem ser abertos. Só clique no que pode confiar
– Se tiver o perfil roubado, clonado ou sofrer difamação imprima tudo o que possa servir como prova e procure um advogado
– Denuncie o abuso ao site de relacionamento
– Não exiba imagens suas ou do ambiente em que se encontra a estranhos
– Não abra sua webcam para desconhecidos. Você pode colocar um criminoso dentro da sua casa. Além disso, nunca se sabe para onde essas imagens serão enviadas
– Dê preferência a sites com final .com.br
– Não permita que seu filho acesse salas de bate-papo sem o acompanhamento devido. Navegue com ele alguns minutos por dia. Conheça os ambientes virtuais que ele frequenta
– Aconselhe seu filho a não transmitir informações pessoais como nome, endereço, escola em que estuda, e a nunca distribuir fotos pela internet
– Oriente seu filho a não receber nem executar arquivos de pessoas desconhecidas e conheça as pessoas com as quais ele se relaciona
– Não permita que seu filho marque encontros com pessoas que ele conheceu na internet
– Evite acomodar o computador no quarto ou em lugares isolados da casa. Dê preferência a lugares com circulação de pessoas
– Estabeleça regras e limites para o uso da internet de acordo com a idade do seu filho
Fonte: SaferNet (www.safernet.org.br)
Foi vítima? Denuncie
– Promotoria Estadual de Combate aos Crimes Cibernéticos: (31) 3330-8401 ou pelo e-mail crimedigital@mp.mg.gov.br
– Navegue pelo www.safernet.org.br, saiba como denunciar e obtenha outros esclarecimentos
Dentro de sala de aula, o uso de celular é proibido em Minas por lei estadual desde 2002, mas, no intervalo, o uso é livre. E o que se vê é que professores e diretores das instituições de ensino estão cada vez mais criando perfis nas redes sociais para interagir com os alunos e, ao mesmo tempo, fiscalizar.
O Colégio Santo Antônio, por exemplo, mantém perfis no Facebook e Twitter e, assim, promove uma aproximação com o universo acessado pelos alunos. Lá há professores que usam os smartphones dentro da sala como auxiliares na forma de ensinar; outros proíbem radicalmente, sob pena de advertência para os estudantes que não acatarem a restrição.
“Nosso entendimento é de que os professores ainda não tiveram um preparo para lidar com a situação, mas conseguem se resolver”, afirma Cristine Oliveira, programadora pedagógica da escola e também professora. Seja como for, no horário de prova é lei: os alunos são obrigados a deixar os aparelhos na frente da sala, bem longe dos olhos e das mãos.
Daniele Passagli, supervisora pedagógica na rede de ensino Coleguium, diz que o trabalho com os alunos tem que ser diário. “Temos que conscientizá-los de que eles não podem usar em sala, mas os professores motivam o uso das redes sociais. Eles discutem sobre os temas pelo Facebook, Twitter, trocam mensagens, mas dentro de sala vemos que é tentador para os alunos”, afirma.
A rede nunca pensou em restringir totalmente os celulares nas escolas, mas, segundo Daniele, quem infringe as normas pode receber advertência e até ter o aparelho recolhido e entregue somente aos pais. “O uso do celular afeta o desenvolvimento do aluno, quebra a linha de raciocínio, a concentração na aula é menor, ele não acompanha com a eficiência devida”, alertou Daniele.
O coordenador de Marketing, Tecnologia e Comunicação do Colégio Salesiano, Fabrício Sabino Carvalho, explica que na biblioteca da escola os alunos têm acesso ao Skype e Hotmail. Por meio da rede wireless da instituição, outras redes sociais são bloqueadas. A escola nunca pensou em radicalizar: a ideia é tentar conscientizar sobre o uso das novas mídias. “Muitas vezes, eles trazem o notebook para apresentar um trabalho, fazem vídeos pelos celulares para alguma disciplina, e isso achamos que é benéfico. Por outro lado, hoje, meninos de 11 anos usam as redes sociais e escrevem sem pensar. Nós alertamos sobre o uso e os riscos”, afirmou.
On-line cada vez mais cedo
Estudo feito este ano pela Ong Safernet, especializada em segurança no ambiente virtual, com base na pesquisa “Nós, jovens brasileiros”, investigou aspectos do perfil dos mais de 10 mil entrevistados de 13 a 17 anos, ouvidos sobre uso da internet. O trabalho identificou que a maioria dos que disseram ter se relacionado com pessoas que conheceram na rede são de classe social AB e têm de 13 a 14 anos.
O diretor de prevenção da organização Safernet, Rodrigo Nejm, chama a atenção para a função da família diante desse quadro e lembra que adolescentes a partir de 12 anos já receberam na Justiça punições cabíveis para a idade por causa de perfis falsos nas redes sociais e ofensas a colegas. “Os pais precisam se lembrar de que eles podem ser responsabilizados. A internet não é mais uma terra sem lei e eles têm o compromisso de ensinar os filhos a usar esse recurso com cuidado”, afirmou.
O trabalho de pais e educadores, alerta, tem que ser constante. “A internet é um espaço público. O Facebook é como se fosse uma praça, um clube que reúne mais de 1 bilhão de pessoas, e é preciso ter cuidado nesse ambiente. Ele reflete um mundo com todas as oportunidades e perigos, onde há pessoas mal-intencionadas, conteúdo impróprio e adultos que fingem ser crianças para cometer violência. As leis que valem para esse ambiente são as mesmas de fora dele”, adverte.
ANTES DE CAIR NA NET
Adote medidas simples para que você ou seu filho não virem vítimas das redes sociais
– Não poste fotos ou informações pessoais
– Não responda a provocações nem ofenda outras pessoas
– Muitos links trazem códigos de programas maliciosos e, por isso, não devem ser abertos. Só clique no que pode confiar
– Se tiver o perfil roubado, clonado ou sofrer difamação imprima tudo o que possa servir como prova e procure um advogado
– Denuncie o abuso ao site de relacionamento
– Não exiba imagens suas ou do ambiente em que se encontra a estranhos
– Não abra sua webcam para desconhecidos. Você pode colocar um criminoso dentro da sua casa. Além disso, nunca se sabe para onde essas imagens serão enviadas
– Dê preferência a sites com final .com.br
– Não permita que seu filho acesse salas de bate-papo sem o acompanhamento devido. Navegue com ele alguns minutos por dia. Conheça os ambientes virtuais que ele frequenta
– Aconselhe seu filho a não transmitir informações pessoais como nome, endereço, escola em que estuda, e a nunca distribuir fotos pela internet
– Oriente seu filho a não receber nem executar arquivos de pessoas desconhecidas e conheça as pessoas com as quais ele se relaciona
– Não permita que seu filho marque encontros com pessoas que ele conheceu na internet
– Evite acomodar o computador no quarto ou em lugares isolados da casa. Dê preferência a lugares com circulação de pessoas
– Estabeleça regras e limites para o uso da internet de acordo com a idade do seu filho
Fonte: SaferNet (www.safernet.org.br)
Foi vítima? Denuncie
– Promotoria Estadual de Combate aos Crimes Cibernéticos: (31) 3330-8401 ou pelo e-mail crimedigital@mp.mg.gov.br
– Navegue pelo www.safernet.org.br, saiba como denunciar e obtenha outros esclarecimentos
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