terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Banda Zero celebra 30 anos resgatando canções obscuras


CRÍTICA / SHOW
Grupo liderado por Guilherme Isnard tocou todo seu repertório antigo para fãs e amigos, no sábado passado
Gabo Morales/Folhapress
O vocalista Guilherme Isnard, da banda Zero, em apresentação no sábado, no Cine Joia
O vocalista Guilherme Isnard, da banda Zero, em apresentação no sábado, no Cine Joia
IVAN FINOTTIFOLHA DE SÃO PAULO
Não se pode dizer que a fúria do rock'n'roll esteve presente no Cine Joia na noite de sábado. O que estava em jogo ali era uma celebração oitentista de uma banda comemorando seus 30 anos.
E, como costuma acontecer nesses casos, a festa agradou a antigos fãs, amigos e familiares, mas teve pouco a dizer aos curiosos em geral.
Não faltou coragem a Guilherme Isnard, 55, e a seus asseclas da banda Zero. Subir no palco a essa altura do século 21, com um repertório baseado no pop rock de 30 anos atrás, é mesmo dar a cara a bater.
Ainda mais se esse repertório não é popular como o da, digamos, Legião Urbana. O próprio Isnard reconheceu isso no palco, ao anunciar certas canções justificando sua obscuridade: "Essa, eu acho que a gente só tocou umas duas vezes na vida. Na época, havia a 'ditadura da danceteria' e as músicas precisavam ser dançantes".
Assim, o Zero encarou bravamente seus três lançamentos daquela década: um compacto de 1983, um EP (disco com seis faixas) de 1985 e um LP (doze faixas) de 1987.
O melhor momento do show aconteceu com a execução de "Agora Eu Sei", cantada pela plateia. Foi o grande sucesso da banda, auxiliado em 1985 pela participação nos vocais de Paulo Ricardo, do RPM, então o maior vendedor de discos no Brasil.
Paulo Ricardo, aliás, fez um show em Cuiabá no sábado, por isso não pôde comparecer à celebração do Zero. Outro amigo dos anos 1980, Kiko Zambianchi, subiu para dividir uma canção.
Hits à parte, sempre faltou ao Zero uma linguagem pop com canções que abrangessem o grande público. Isnard sempre se portou como uma espécie de Bryan Ferry brasileiro, com suas gravatas, elegância e vaidade.
Provavelmente por isso, estava bastante à vontade no palco, de óculos escuros e paletó; depois, de camiseta com mangas arregaçadas.
Já os demais senhores da banda pareciam deslocados, talvez pensando "o que será que estou fazendo aqui?".

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