Folha de São Paulo
O câmbio da indústria
Na medida em que ficam cada dia mais claras as limitações da desvalorização do real na restauração da competitividade da indústria brasileira, algumas questões podem ser discutidas de forma menos passional e mais equilibrada.
Em primeiro lugar, destaco a reafirmação, pelo presidente do Banco Central do Brasil, Alexandre Tombini, da avaliação do BC de que o que realmente importa é a taxa de câmbio real, e não a nominal. Ou seja: se o dólar aumenta de valor em reais, mas, ao mesmo tempo, a inflação aumenta e os preços sobem mais que o dólar, a competitividade da indústria diminui ao invés de aumentar.
Isso significa que uma desvalorização do real que aumente a inflação pode ser prejudicial para a indústria, além de desorganizar a economia.
Em segundo lugar, está claro que a competitividade da indústria brasileira tem que ser restaurada por meio de desonerações tributárias abrangentes, treinamento de mão de obra, modernização de processos e investimento em tecnologia, máquinas e equipamentos. Além do investimento em infraestrutura.
Em terceiro lugar, nós podemos, agora, fazer uma avaliação equilibrada do papel das commodities na econo-mia brasileira.
Durante os últimos anos, muitos analistas temeram (e alguns ainda temem) o risco da transformação do Brasil em um mero exportador de commodities, como muitos países subdesenvolvidos da América Latina, da África e alguns asiáticos de décadas passadas.
Mas é importante entender que o Brasil mudou. Existem, hoje, diferenças fundamentais entre a economia brasileira e a de países que têm mercado doméstico pequeno e pouco diversificado, com grande concentração de renda e que exportam poucas commodities minerais, normalmente produzidas e comercializadas por poucas grandes empresas.
O Brasil tem, atualmente, um mercado interno grande e crescente. O país demanda um setor de prestação de serviços proporcional que precisa de muita mão de obra, de investimentos e de uma indústria para o atendimento do consumo local, que não permite a desindustrialização na escala em que foi anunciada. Exemplo disso é a expansão recente da indústria automobilística, como a eloquente construção de uma fábrica de automóveis chinesa em Jacareí (SP).
A criação e a expansão do grande mercado doméstico brasileiro ocorridas nos últimos dez anos é uma mudança histórica e que veio para ficar.
Ela demanda uma produção doméstica de bens e serviços, que cria espaço para um parque industrial forte e diversificado e um setor de serviços enorme. É um fenômeno que muda profunda e definitivamente a economia brasileira.
O câmbio da indústria
Na medida em que ficam cada dia mais claras as limitações da desvalorização do real na restauração da competitividade da indústria brasileira, algumas questões podem ser discutidas de forma menos passional e mais equilibrada.
Em primeiro lugar, destaco a reafirmação, pelo presidente do Banco Central do Brasil, Alexandre Tombini, da avaliação do BC de que o que realmente importa é a taxa de câmbio real, e não a nominal. Ou seja: se o dólar aumenta de valor em reais, mas, ao mesmo tempo, a inflação aumenta e os preços sobem mais que o dólar, a competitividade da indústria diminui ao invés de aumentar.
Isso significa que uma desvalorização do real que aumente a inflação pode ser prejudicial para a indústria, além de desorganizar a economia.
Em segundo lugar, está claro que a competitividade da indústria brasileira tem que ser restaurada por meio de desonerações tributárias abrangentes, treinamento de mão de obra, modernização de processos e investimento em tecnologia, máquinas e equipamentos. Além do investimento em infraestrutura.
Em terceiro lugar, nós podemos, agora, fazer uma avaliação equilibrada do papel das commodities na econo-mia brasileira.
Durante os últimos anos, muitos analistas temeram (e alguns ainda temem) o risco da transformação do Brasil em um mero exportador de commodities, como muitos países subdesenvolvidos da América Latina, da África e alguns asiáticos de décadas passadas.
Mas é importante entender que o Brasil mudou. Existem, hoje, diferenças fundamentais entre a economia brasileira e a de países que têm mercado doméstico pequeno e pouco diversificado, com grande concentração de renda e que exportam poucas commodities minerais, normalmente produzidas e comercializadas por poucas grandes empresas.
O Brasil tem, atualmente, um mercado interno grande e crescente. O país demanda um setor de prestação de serviços proporcional que precisa de muita mão de obra, de investimentos e de uma indústria para o atendimento do consumo local, que não permite a desindustrialização na escala em que foi anunciada. Exemplo disso é a expansão recente da indústria automobilística, como a eloquente construção de uma fábrica de automóveis chinesa em Jacareí (SP).
A criação e a expansão do grande mercado doméstico brasileiro ocorridas nos últimos dez anos é uma mudança histórica e que veio para ficar.
Ela demanda uma produção doméstica de bens e serviços, que cria espaço para um parque industrial forte e diversificado e um setor de serviços enorme. É um fenômeno que muda profunda e definitivamente a economia brasileira.
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