ILUSTRADA EM CIMA DA HORA
Abertura encerra processo que durou mais de uma década e custou cerca de R$ 130 milhões
Em discurso, a ministra da Cultura Marta Suplicy prometeu que vai recuperar a Biblioteca Nacional
Foi com casa cheia que foi aberta a nova Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin, grande atração de um imponente prédio de 22 mil metros quadrados.
Políticos como o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, a ministra da Cultura, Marta Suplicy, o secretário estadual de Cultura de São Paulo, Marcelo Araujo, e uma extensa lista de intelectuais, como os uspianos históricos Fernando Novais, Boris Fausto e Ismail Xavier, ocuparam o auditório do novo espaço.
Foi uma celebração à memória do empresário e bibliófilo José Mindlin (1914-2010), que, desde os 13 anos, quando comprou um livro raro de 1740, até o final da vida, construiu, com a mulher, Guita (1916-2006), aquilo que Candido classificou como "um acervo realmente notável".
A inauguração de ontem concluiu um processo de 13 anos. O arquiteto Eduardo de Almeida relembrou que em 2000, no intervalo de um concerto no teatro Cultura Artística, recebera o convite de Mindlin para fazer o prédio.
Realizado em parceria com o arquiteto Rodrigo Mindlin Loeb, neto do bibliófilo, o edifício já abriga a biblioteca, de 60 mil volumes, espaços expositivos e o auditório István Jancsó, de 300 lugares
A empreitada custou R$ 130 milhões, bancados por BNDES, Petrobras, Ministério da Cultura, USP e longa lista de patrocinadores privados.
No início do segundo semestre, o edifício deve receber também a nova sede do Instituto de Estudos Brasileiros da USP. "Este conjunto representa uma nova chance do Brasil se repensar", disse Fernando Haddad, com o tom emotivo presente em todos os nove discursos da tarde.
Campeão de citações foi o mote de vida de Mindlin: "Não faço nada sem alegria", frase emprestada por ele do ensaísta francês Michel de Montaigne (1533-1592).
"Mindlin era destes homens perto dos quais a vida parecia melhor", comentou Antonio Candido.
Os elogios foram estendidos para a família. Marcelo Araujo sublinhou quão raros são, no país, os que doam importantes bens culturais para o público. "São tão raros quanto os herdeiros que honram os desejos dos pais."
Sérgio Mindlin, filho do doador, frisou a importância da digitalização de parte do acervo. Digitalização foi o tema central da fala de Marta Suplicy. Ela enumerou todas as iniciativas que o MinC vem tomando para digitalizar acervos. E encerrou a cerimônia com um "compromisso público": "Eu vou recuperar a Biblioteca Nacional".
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