Estado de Minas: 26/05/2013
Volta e meia faço uma
brincadeira nas conferências perguntando às plateias: “Quem tem
Facebook?”. Quase todos levantam as mãos, felizes. Então, digo: “Também
tenho Facebook”. Significando: “Sou moderno e jovem como vocês”.
Acontece que Jack London, não o romancista americano que descrevia suas viagens, mas Jack London, um brasileiro especialista em internet, acaba de publicar o livro Adeus Facebook. Dá ou não dá para ficar chocado ou preocupado?
Imaginem que entrei numa livraria e lá estava Jack London lançando esse desafiador livro. Ora, vinha me gabando de ter Facebook numa conversa com um amigo. Todo dia boto no Face alguma coisa: crônicas, comentários, poemas. E agora Jack London, “face to face”, me diz que o “Face já era”. Com que cara fico?
Conversei com ele, quis saber o que vem por aí. Ele foi taxativo, deu dados de que o Face já está decadente. ‘‘Quem se lembra do Orkut?’’, me pergunta. O Twitter deixou de ser notícia. Quem se lembra do Second Life? Eu, concordando, lembrei-me que houve um momento, há 20 anos, em que se falava muito de CD-ROM. Quem sabe o que é isto hoje?
A teoria do meu amigo é que na internet as coisas surgem e morrem cedo. Isto é uma olimpíada. Velocidade. Fazer, vender e sair para outra. Os chamados suportes mudam e envelhecem. Vivi com Jack London essa experiência da velocidade empresarial. No ano 2000, ele tinha um moderno escritório de informática. Pediu-me para pensar num assunto a ser discutido no mundo inteiro. Escrevi um texto de uma página e meia, sem complicação, que pudesse ser debatido. Revelo que tal texto deu origem (dois anos depois) ao livro Desconstruir Duchamp – um questionamento da arte contemporânea.
Mas o negócio do Jack London era mais veloz que eu. Ele vendeu, com lucro, sua empresa antes de fazermos o projeto. De lá para cá, já teve várias outras firmas de sucesso e as foi vendendo. O negócio é a velocidade.
Diz ele que a internet vai entrar no nosso corpo, não será mais um computador externo. Não é à toa que inventaram óculos e relógios que mandam e-mail. Pelo que me informa, vão botar chips nas pessoas e elas vão adquirir conhecimento assim, comprando chips ou programas de cultura. Já há pessoas nos EUA sendo testadas. Adeus, Facebook. As universidades como existem serão coisa do passado.
E aí? Pergunto-me e pergunto a você, como se fôssemos réus. Se você tem a minha idade já não verá esse espantoso mundo novo. Se for mais jovem, é só aguardar. O seu futuro já está planejado.
O fato é que abri meu Facebook para fazer um comentário e vi lá algo sobre uma água-viva que não morre nunca. Os japoneses estão pensando em fazer um transplante de células dela para os humanos. Estão planejando matar a morte. Eis o paradoxo: não morreremos, mas tudo o que inventarmos morrerá rapidamente. Não é apenas o Facebook que é coisa do passado. Daqui a poucos as pessoas vão dizer:
– Vocês se lembram daquele tempo em que as pessoas morriam?
E o outro pode responder:
– Já ouvi falar, meu pai falava muito dessa época. Naquele tempo tinha também um negócio esquisito chamado Facebook.
Acontece que Jack London, não o romancista americano que descrevia suas viagens, mas Jack London, um brasileiro especialista em internet, acaba de publicar o livro Adeus Facebook. Dá ou não dá para ficar chocado ou preocupado?
Imaginem que entrei numa livraria e lá estava Jack London lançando esse desafiador livro. Ora, vinha me gabando de ter Facebook numa conversa com um amigo. Todo dia boto no Face alguma coisa: crônicas, comentários, poemas. E agora Jack London, “face to face”, me diz que o “Face já era”. Com que cara fico?
Conversei com ele, quis saber o que vem por aí. Ele foi taxativo, deu dados de que o Face já está decadente. ‘‘Quem se lembra do Orkut?’’, me pergunta. O Twitter deixou de ser notícia. Quem se lembra do Second Life? Eu, concordando, lembrei-me que houve um momento, há 20 anos, em que se falava muito de CD-ROM. Quem sabe o que é isto hoje?
A teoria do meu amigo é que na internet as coisas surgem e morrem cedo. Isto é uma olimpíada. Velocidade. Fazer, vender e sair para outra. Os chamados suportes mudam e envelhecem. Vivi com Jack London essa experiência da velocidade empresarial. No ano 2000, ele tinha um moderno escritório de informática. Pediu-me para pensar num assunto a ser discutido no mundo inteiro. Escrevi um texto de uma página e meia, sem complicação, que pudesse ser debatido. Revelo que tal texto deu origem (dois anos depois) ao livro Desconstruir Duchamp – um questionamento da arte contemporânea.
Mas o negócio do Jack London era mais veloz que eu. Ele vendeu, com lucro, sua empresa antes de fazermos o projeto. De lá para cá, já teve várias outras firmas de sucesso e as foi vendendo. O negócio é a velocidade.
Diz ele que a internet vai entrar no nosso corpo, não será mais um computador externo. Não é à toa que inventaram óculos e relógios que mandam e-mail. Pelo que me informa, vão botar chips nas pessoas e elas vão adquirir conhecimento assim, comprando chips ou programas de cultura. Já há pessoas nos EUA sendo testadas. Adeus, Facebook. As universidades como existem serão coisa do passado.
E aí? Pergunto-me e pergunto a você, como se fôssemos réus. Se você tem a minha idade já não verá esse espantoso mundo novo. Se for mais jovem, é só aguardar. O seu futuro já está planejado.
O fato é que abri meu Facebook para fazer um comentário e vi lá algo sobre uma água-viva que não morre nunca. Os japoneses estão pensando em fazer um transplante de células dela para os humanos. Estão planejando matar a morte. Eis o paradoxo: não morreremos, mas tudo o que inventarmos morrerá rapidamente. Não é apenas o Facebook que é coisa do passado. Daqui a poucos as pessoas vão dizer:
– Vocês se lembram daquele tempo em que as pessoas morriam?
E o outro pode responder:
– Já ouvi falar, meu pai falava muito dessa época. Naquele tempo tinha também um negócio esquisito chamado Facebook.
Nenhum comentário:
Postar um comentário