AMIGOS NO PALCO Milton Nascimento reúne turma do Clube da Esquina e emociona plateia de show em BH
Sérgio Rodrigo Reis
Estado de Minas: 26/05/2013
Milton
Nascimento fez na noite de ontem, em Belo Horizonte, um show em clima
de encontros e despedidas. Com o Grande Teatro do Palácio das Artes
lotado de fãs, o artista realizou uma das últimas apresentações da turnê
em comemoração a 50 anos de carreira, festa iniciada há pouco mais de
um ano e que terá nova edição na cidade hoje à noite. Com voz poderosa,
andando com passos lentos no palco, ele recepcionou amigos artistas e
relembrou a trilha sonora que há décadas embala as paixões, os amores,
as amizades e o sentimento de mineiridade.
Quem abriu o
espetáculo não foi o artista. Pouco depois do horário previsto, a banda
formada por Kiko Continentino (piano), Guido Santiago (saxofone), Gastão
Vilerroy (baixo) e Lincoln Cheib (bateria) já estava a postos quando o
guitarrista Wilson Lopes começou a cantar os primeiros versos de Bola de
meia, bola de gude, para, em seguida, a voz de Milton tomar conta do
teatro sob aplausos. Daí em diante o que se ouviu foi uma viagem no
tempo rumo a sucessos que a grande maioria cantarolava de cor tentando
acompanhar o ídolo.
Vestido elegantemente com um terno bege, não
demorou para anunciar o primeiro convidado. “Já que estão dizendo por
aí que estou fazendo 50 anos de carreira, que é isso e aquilo, tem um
camarada que começamos juntos que gostaria de chamar: Wagner Tiso.”
Interpretaram Vera Cruz, canção de Milton e Márcio Borges, que ficou
famosa na voz de Elis Regina. Quando terminou, ele repetiu outro de seus
depoimentos bastante conhecidos. “Eu e o Wagner começamos tocando em
boate na mesma noite. Eu com 14 e ele com 12. Quando perguntam qual foi
nossa escola, respondo: foi a noite. Foi assim que resolvemos compor uma
canção para quem toca na noite”, disse ele, emendando com Bailes da
vida.
O show teve também um momento para celebrar a parceria com
Lô Borges. “Vou chamar outro amigo tudo de bom”, anunciou para, em
seguida, receber Lô. Os dois interpretaram, para alegria da plateia, um
dos clássicos do movimento musical mineiro que ganhou o mundo: Clube da
esquina número 2. Em seguida, outra homenagem, dessa vez ao líder do
Skank. “Vamos interpretar aquela música do Samuel”, disse Lô, dando o
tom para Resposta. E assim seguiu o espetáculo com uma canção conhecida
após outra, até que, após um pout-pouri animado, Milton voltou ao palco
para encerrar com Travessia, canção que resume a longa trajetória dele,
que se tornou um dos maiores ídolos da MPB de todos os tempos.
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