domingo, 26 de maio de 2013

Eduardo Almeida Reis-Análise e solução‏


Estado de Minas: 26/05/2013 


O que mata grande parte do nosso jornalismo é que todo mundo comenta, palpita, critica e não apresenta soluções. Tiro & Queda é dos raros espaços de nossa mídia que analisa e sempre indica os remédios para as doenças que afligem este país grande e bobo.

Ninguém me contou, porque vi e ouvi, em cores e ao vivo, um bando de idiotas criticando Margaret Thatcher no dia em que morreu. O mais velho dos imbecis teria, no máximo, 10 aninhos quando Thatcher deixou o governo britânico. Se o crítico fosse um gênio mirim, poderia ter acompanhado a política internacional ainda no ovário de sua mãe, mas não era, tanto assim que continua uma boa besta. Nem se diga que, adulto, estudou o governo da senhora Thatcher e o mundo daqueles idos, porque não estudou coisa alguma. Tivesse estudado, saberia falar português no telejornal ao vivo e em cores.

Equipe composta pelos mesmos “gênios” que aplaudiram o fim da escravidão, quando o Senado aprovou a PEC das Domésticas. Extinta a escravidão, analisemos o assunto à luz do mais alto philosophar para concluir que um dos maiores problemas do trabalho doméstico não foi resolvido nem sequer cogitado.
Sendo assim, peço ao leitor que deixe por minha conta. Tudo bem: sei que o patrão paga o vale-transporte, portanto a condução sai de graça para o empregado, mas pergunto: e o tempo gasto a pé ou no metrô, no trem, nos ônibus urbanos?

Milhões de domésticas chegam a gastar três horas na ida para o trabalho e mais três na volta para casa. Só aí são seis horas, que devem ser deduzidas das oito que trabalham. Se não fossem empregadas, não passariam seis horas às voltas com as conduções. E o banho que tomam? São mais 20 minutos, em média.

Temos, portanto, seis horas e vinte minutos “trabalhados” no emprego de oito horas diárias. Mesmo sem consultar a calculadora chinesa de nove reais, atesto que o máximo de trabalho devido pela empregada ao empregador doméstico, nas oito horas estabelecidas por lei, é uma hora e quarenta minutos por dia, pouco mais que oito horas numa semana de seis dias. Falou?

Maluquices

Revisitando o livro Syntaxe histórica portuguesa, de Augusto Epiphanio da Silva Dias, fato que, por si mesmo, caracteriza maluquice imensa, descobri extrato de minha conta-corrente, mês de julho de 1993, num banco hoje muito falado.

De uns tempos a esta parte, a inflação voltou a me preocupar. No extrato e no dinheiro da época, que não me lembro qual era, descobri que o jornal me pagou 83.237.349,03. Dois outros depósitos, possivelmente de textos para duas revistas, um de 27.240.000,00, outro de 20.000.000,00. Não foi há mil anos, mas ainda outro dia, durante o governo Itamar Franco, que sucedeu ao admirável governo dos prendedores de gravatas, em que todos os notáveis exibiam prendedores lá no alto, visíveis, próximos dos nós das gravatas, ao arrepio da lógica, porque deixavam soltos os pés das gravatas, com os resultados vistos por todos os brasileiros.

Prendedor que vi na tevê, na terceira semana de abril, quando Barak Obama falou sobre a derrota sofrida no Senado norte-americano, na votação do controle das vendas de armas. Um segurança afroamericano, postado atrás do presidente, é cavalheiro de três metros de altura por dois de largura, suponho que de músculos exercitados diariamente, e usa o prendedor próximo do nó.

O leitor tem o direito de perguntar por que voltei ao Epiphanio Dias, um dos maiores, senão o maior sintaxiólogo da língua. Explico: fiquei furioso com um cavalheiro que criticou texto meu, quando é sabido que na conversação descurada, como esta nossa, não se estranha dar aos verbos impessoais, por sujeito gramatical, o pronome ele. Donde se conclui que ele há críticos chatíssimos, ou, como escreveu Camilo, Corja, 24: “Não que elle ha marotos muito grandes na tropa!”

O mundo é uma bola
26 de maio de 1538: Genebra expulsa Calvino, no que os genebrinos obraram muito bem. Em 1897, Bram Stoker publica Dracula, sua maior obra literária. Em português Drácula, a obra do autor irlandês tem como protagonista o conde Drácula, vampiro, e é o mais famoso trabalho sobre vampirismo da literatura mundial. Vampiro tem diversos significados, entre os quais o corpo um morto que, segundo tradição lendária, à noite se reanima e sai do túmulo para sugar o sangue dos vivos.

Em 1966, a Guiana, ex-Guiana Inglesa, torna-se independente. Idioma oficial: inglês. Línguas reconhecidas: crioulo guianense, espanhol, português e hindi. Capital: Georgetown. População: menos que 1 milhão. IDH médio, código telefônico +592, na hipótese de o leitor telefonar para uma guianesa afinzona de morar em Belo Horizonte,

Hoje é o Dia Nacional de Combate ao Glaucoma e o Dia do Revendedor Lotérico.

Ruminanças
“A deplorável loteria é um imposto, carregado unicamente pela classe mais pobre da população” (Börne, 1756–1837).

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