Marta Vieira
Estado de Minas: 24/05/2013
A queda recente das
taxas de desemprego no Brasil e o aumento das vagas formais deram mais
força aos trabalhadores na mesa de negociação com os patrões. Marca
desse fôlego maior, foram realizadas 873 greves em todo o país no ano
passado, maior número desde 1997 (631 movimentos paredistas), informou
ontem o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos
Socioeconômicos (Dieese). De acordo com o balanço das greves feito pelos
técnicos da instituição, houve aumento de 58% em comparação aos
registros de 2011, resultado influenciado pelas paralisações dos
servidores municipais, em especial dos professores, para fazer valer a
lei do piso nacional da categoria.
Aderiram às greves 1,8 milhão de trabalhadores, que ficaram parados durante 87 mil horas de trabalho em 2012, duração 37% superior à do ano anterior. Retrato parecido com as paralisações dos anos 90, quando o Brasil enfrentava alto desemprego e informalidade, a diferença crucial das greves no ano passado é que elas tiveram motivação mais ligada a propostas para ampliação dos direitos dos trabalhadores. A posição defensiva, no sentido de levar as empresas a cumprirem a legislação, não foi predominante como no passado, observou Rodrigo Linhares, técnico do sistema de acompanhamento de greves do Dieese.
“Os números maiores da ocupação no Brasil, a formalização do emprego e o crescimento da economia influenciaram na disposição do trabalhador e as greves chegaram às pequenas empresas, o que também ajudar a entender o aumento dos registros”, afirma Rodrigo Linhares. Vale destacar que nas pequenas empresas a organização dos trabalhadores é mais frágil, ou praticamente inexistente, e não são raras as irregularidades na contratação e as más condições de trabalho.
Na esfera do funcionalismo público, a diminuição das greves e de horas paradas entre os servidores estaduais foi compensada pela elevação dos movimentos entre os servidores municipais, que subiram de109 para 227. As horas que esses profissionais deixaram de trabalhar aumentaram de 21 mil para 35 mil no ano passado. Boa parte da explicação está no fato de os professores municipais terem se mobilizado para exigir a implantação do piso nacional do magistério, favorecidos por decisões da Justiça.
O balanço do Dieese na esfera privada destacou as greves na indústria. Foram 330 movimentos no ano passado, ante 131 em 2011, o que significou 15 mil horas paradas de trabalho, mais do dobro nessa base de comparação. Rodrigo Linhares lembra que 72% desses movimentos ocorreram no Sudeeste, 14% no Sul, 10% no Nordeste e apenas 3% no Norte. A maioria das paralisações foi deflagrada pelos trabalhadores metalúrgicos, responsáveis por 244 greves (74% do total). Na sequência ficaram os trabalhadores da construção, urbanitários e os empregados das indústrias químicas.
O ano passado ficado marcado, ainda, do ponto de vista dos objetivos dos trabalhadores nas negociações. Por meio de acordo com os patrões, foram atingidos 89% dos resultados, enquanto a intervenção da Justiça garantiu 37% dos resultados. A participação nos lucros ou resultados (PLR) das empresas liderou as reivindicações entre os industriários, seguida dos pedidos de introdução, manutenção ou melhoria de auxílio-alimentação. As demandas por reajustes salariais ficaram em terceiro lugar. Quanto à duração dos movimentos grevistas, em 265 registros do Dieese, representando 30% do total, os protestos foram encerrados no mesmo dia da decisão de paralisar o trabalho. Em 60% das paralisações no país os trabalhadores protestaram por até cinco dias.
Aderiram às greves 1,8 milhão de trabalhadores, que ficaram parados durante 87 mil horas de trabalho em 2012, duração 37% superior à do ano anterior. Retrato parecido com as paralisações dos anos 90, quando o Brasil enfrentava alto desemprego e informalidade, a diferença crucial das greves no ano passado é que elas tiveram motivação mais ligada a propostas para ampliação dos direitos dos trabalhadores. A posição defensiva, no sentido de levar as empresas a cumprirem a legislação, não foi predominante como no passado, observou Rodrigo Linhares, técnico do sistema de acompanhamento de greves do Dieese.
“Os números maiores da ocupação no Brasil, a formalização do emprego e o crescimento da economia influenciaram na disposição do trabalhador e as greves chegaram às pequenas empresas, o que também ajudar a entender o aumento dos registros”, afirma Rodrigo Linhares. Vale destacar que nas pequenas empresas a organização dos trabalhadores é mais frágil, ou praticamente inexistente, e não são raras as irregularidades na contratação e as más condições de trabalho.
Na esfera do funcionalismo público, a diminuição das greves e de horas paradas entre os servidores estaduais foi compensada pela elevação dos movimentos entre os servidores municipais, que subiram de109 para 227. As horas que esses profissionais deixaram de trabalhar aumentaram de 21 mil para 35 mil no ano passado. Boa parte da explicação está no fato de os professores municipais terem se mobilizado para exigir a implantação do piso nacional do magistério, favorecidos por decisões da Justiça.
O balanço do Dieese na esfera privada destacou as greves na indústria. Foram 330 movimentos no ano passado, ante 131 em 2011, o que significou 15 mil horas paradas de trabalho, mais do dobro nessa base de comparação. Rodrigo Linhares lembra que 72% desses movimentos ocorreram no Sudeeste, 14% no Sul, 10% no Nordeste e apenas 3% no Norte. A maioria das paralisações foi deflagrada pelos trabalhadores metalúrgicos, responsáveis por 244 greves (74% do total). Na sequência ficaram os trabalhadores da construção, urbanitários e os empregados das indústrias químicas.
O ano passado ficado marcado, ainda, do ponto de vista dos objetivos dos trabalhadores nas negociações. Por meio de acordo com os patrões, foram atingidos 89% dos resultados, enquanto a intervenção da Justiça garantiu 37% dos resultados. A participação nos lucros ou resultados (PLR) das empresas liderou as reivindicações entre os industriários, seguida dos pedidos de introdução, manutenção ou melhoria de auxílio-alimentação. As demandas por reajustes salariais ficaram em terceiro lugar. Quanto à duração dos movimentos grevistas, em 265 registros do Dieese, representando 30% do total, os protestos foram encerrados no mesmo dia da decisão de paralisar o trabalho. Em 60% das paralisações no país os trabalhadores protestaram por até cinco dias.
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