Para quem continua na rua
1. Abrir a caixa-preta dos lucros das empresas de ônibus;
2. CPI do metrô-tartaruga de São Paulo;
3. CPI do treinamento de nossa polícia ou, de fato, a sua desmilitarização (serve para São Paulo, Rio, Ceará, Bahia e praticamente todo estado brasileiro).
2. CPI do metrô-tartaruga de São Paulo;
3. CPI do treinamento de nossa polícia ou, de fato, a sua desmilitarização (serve para São Paulo, Rio, Ceará, Bahia e praticamente todo estado brasileiro).
Como a queda na tarifa ensinou, é bom ter uma reivindicação clara e sucinta que caiba nas bandeiras das manifestações e que os políticos não tenham como se safar com o "isso é impossível".
Dos lucros e cartéis das empresas de ônibus, é algo que Haddad deveria começar a fazer já, sem esperar mais protestos. Mas temos que falar também de metrô, não só de ônibus.
Por que o km construído de metrô em São Paulo custa US$ 200 milhões, enquanto o de Santiago do Chile e o da Cidade do México estão abaixo de US$ 75 milhões?
Por que os três metrôs foram inaugurados na mesma época (entre 1974 e 1975) e o mexicano já chegou a 201 km, o chileno a 103 km e o nosso empacou em 74 km?
Para não comparar com os de Madri, Seul e Pequim, acima de 300 km cada, porque aí é covardia. Comparemo-nos aos nossos vizinhos, que já dá pra chorar.
Sobre a polícia: haverá algum julgamento ao abuso das policiais cariocas que atiraram spray pimenta na jovem franzina, sem máscara ou arma, sozinha na foto que estampou a capa do NYTimes?
Algum comandante da PM paulistana já foi punido pelo tiro ao alvo cometido contra cidadãos comuns, sem armas, sem máscaras, que levaram balas de borracha no rosto porque a polícia tinha perdido seus nervos?
Alguém será punido pelas três horas de possível corpo mole durante a depredação do Centro de São Paulo, porque alguém no comando estava com birra?
O fracasso da nossa polícia não é novidade. Aqueles que não pagam por empresas privadas de segurança, aonde vários policiais lucram para valer, que se virem.
Quem corretamente pediu que a PM protegesse o bem público e reprimisse os poucos vândalos que bagunçam as manifestações pacíficas, não esperava que a PM não tivesse a menor ideia de imobilizar um punhado de vândalos ou até de dispersar multidões (sim, existe técnica para isso).
O governador Geraldo Alckmin precisa punir exemplar e publicamente os brucutus fardados que barbarizaram semana passada São Paulo, e que esconderam a identidade de seus uniformes (toda uma declaração de princípios). O mesmo sobre Sergio Cabral no Rio.
Imagens não faltam dos culpados --eles tiveram o azar de atirar contra jornalistas trabalhando e cidadãos com celulares espertos que gravavam tudo. Alguém precisa recordar à tropa que a polícia tem comando civil e pune má conduta.
POLITICA URBANA
A ineficiência policial e o colapso do transporte público são dois dos grandes dramas urbanos brasileiros. PT e PSDB ter uma política urbana para o novo século, já que mantiveram as mesmas dos militares desde os anos 70.
Baixar impostos para entupir as ruas com mais carros e produzir conjuntos habitacionais do Minha casa, minha vida a léguas de distância de qualquer área central são políticas que só provocarão mais explosões sociais de quem não quer viver como enlatado diariamente.
E a Copa nos custou R$ 33 bilhões, para quê?
O Brasil que protesta contra a ausência do prometido legado da Copa evoluiu em muitas e muitas coisas nos últimos anos, mas as cidades brasileiras parecem ainda retrato do Brasil inviável dos anos 80.
Para seguir o colunista no Twitter, clique @rauljustelores
O jornalista Raul Juste Lores é correspondente da Folha em Washington,
ex-correspondente em Nova York, Pequim e Buenos Aires e ex-editor
do caderno 'Mercado', e bolsista da fundação Eisenhower Fellowships. Escreve às quartas-feiras no site. Siga: @rauljustelores
ex-correspondente em Nova York, Pequim e Buenos Aires e ex-editor
do caderno 'Mercado', e bolsista da fundação Eisenhower Fellowships. Escreve às quartas-feiras no site. Siga: @rauljustelores
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