Mensagens de gente como a atriz Kirsten Dunst serão divulgadas por Miranda July
Mas nesse caso não houve vazamento, como costuma acontecer com celebridades: A estrela de "Homem-Aranha" doou o e-mail antigo para fazer parte de uma exposição on-line da artista e cineasta americana Miranda July, uma voyeur assumida.
A partir de hoje, quem se cadastrar no site do projeto "We Think Alone" (Nós Pensamos Sós), receberá um e-mail a cada segunda-feira, durante cinco meses, com mensagens antigas e originalmente endereçadas a outros destinatários (que não têm seus nomes ou respostas revelados), escritas por dez artistas que vão de gente célebre como Dunst e Lena Dunham, criadora da série "Girls", a estilistas e escritores.
À Folha, July disse que sempre pediu e-mails pessoais a amigos, por ter uma "curiosidade sem limites".
O museu sueco Magasin 3 convidou a artista para transformar seu gosto pessoal em um projeto. "O Brasil é um dos países com mais cadastrados no site", diz ela.
July, que já escreveu, dirigiu e protagonizou filmes como "O Futuro" (2011), é conhecida por promover a interatividade em suas obras. Em "Learning to Love You More" (Para Aprender a Amar-se Mais, 2002), projeto que durou sete anos, o público participava fazendo e registrando, em vídeos e fotos, tarefas indicadas pela artista em um site.
Em "We Think Alone", os e-mails semanais serão temáticos: ela pediu aos participantes que fuçassem suas pastas de mensagens enviadas e encontrassem assuntos diferentes para dividir com o público.
Há desde textos sobre questões de dinheiro até e-mails agressivos passando por comentários sobre as mães dos artistas participantes. Algumas das mensagens têm anexos, como vídeos e fotos.
July disse ter se surpreendido com sua reação diante do conteúdo de alguns recados. "Criei uma estranha intimidade com pessoas que nem conheço. Não conseguia dormir, preocupada com a possibilidade de acabar com a carreira de famosos como Kirsten Dunst", afirma.
Mas a atriz mostrou apenas o necessário, diferentemente da fotógrafa americana Catherine Opie, que escancarou questões afetivas. Segundo July, suas mensagens são as mais reveladoras. "Quando li tudo, tive vontade de chorar, foi muito intenso."
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