segunda-feira, 1 de julho de 2013

Painel - Vera Magalhães

folha de são paulo
S.O.S. Brasília
Principal atingido pela queda de popularidade de governantes pós-protestos, Fernando Haddad (PT) aposta em negociações com Brasília para tirar a prefeitura paulistana da situação de "insolvência" que ele mesmo diagnosticou. A ofensiva se dará em três frentes: insistir na renegociação da dívida da cidade, apoiar pedido para reduzir de um terço para 10% a contrapartida dos municípios nos investimentos do PAC Mobilidade e propor mudanças no pagamento de precatórios.
Cofre Haddad vai levar ao STF, com Geraldo Alckmin (PSDB), uma proposta para que os precatórios não tenham de ser pagos em ordem cronológica. Essa dívida tem um impacto de R$ 18 bilhões por ano nas contas da prefeitura da capital paulista.
Consulta Cármen Lúcia (TSE) disse a Dilma Rousseff que responderá na quarta-feira sobre o prazo necessário para organizar o plebiscito da reforma política. Antes, a ministra pretende se reunir com os presidentes dos TREs.
Calendário Extraoficialmente, interlocutores do Planalto já trabalham com a data de 7 de setembro.
Rascunho Michel Temer e José Eduardo Cardozo (Justiça) passaram o sábado no Palácio do Jaburu elaborando a mensagem que será enviada ao Congresso para sugerir o plebiscito, mas sem elencar as perguntas da consulta.
Tudo a perder A despeito da histórica defesa do PT de temas como o voto em lista, a tendência de Dilma é não se envolver nos detalhes do plebiscito. A avaliação majoritária do Planalto é que, com a reforma política, a presidente recuperou um protagonismo que ficará sob risco caso ela tome partido.
Bloco na rua Na próxima quinta-feira, a direção do PT vai voltar a debater a realização de uma constituinte para a reforma política. Os petistas também definirão uma agenda de atos públicos e ações em redes sociais para divulgar suas propostas.
Em casa A pesquisa Datafolha mostra que Eduardo Campos (PSB) não conseguiu ganhar votos no Nordeste, apesar da queda de Dilma. A presidente perdeu 5 pontos ali, mas só Marina Silva e Joaquim Barbosa cresceram.
Prosa Empresários que serão recebidos por Dilma esta semana solicitaram ao Planalto encontros reservados com a presidente. A expectativa é que façam reparos ao novo pacote de concessões, previsto para agosto.
Alvos Auxiliares de Dilma também preveem queixas endereçadas a Guido Mantega (Fazenda) e ao secretário do Tesouro, Arno Augustin. O último é criticado por seu perfil intervencionista.
Satisfação Lulistas defenderam recentemente a saída de Augustin. Segundo aliados do ex-presidente, a mexida atenderia às queixas do empresariado sobre a taxa de retorno das concessões, considerada muito baixa.
Como está Dessa maneira, o governo daria uma resposta ao mercado sem precisar tirar o cargo de Mantega.
Três à mesa Ideli Salvatti telefonou sábado para Henrique Alves (PMDB-RN) e o convidou para uma reunião hoje. Quando recebeu a ligação, o peemedebista almoçava na Gávea Pequena com o prefeito do Rio, Eduardo Paes, e com o presidenciável tucano Aécio Neves.
Núcleo duro "O PM está com a PR." A frase de assessores do Planalto para definir reuniões de Dilma com Aloizio Mercadante indica a atual importância do ministro da Educação no governo. A sigla "PR" identifica a "presidente da República" e "PM" virou "primeiro-ministro".
TIROTEIO
Essa pesquisa tem o valor de uma vaia em estádio: não passa de catarse temporária. Redobro a aposta: Dilma ganha no 1º turno.
DE JOÃO SANTANA, marqueteiro de Dilma Rousseff, sobre a pesquisa Datafolha que mostra uma queda de 21 pontos da presidente e aponta para um 2º turno.
CONTRAPONTO
Semântica partidária
Após as primeiras manifestações pela redução das tarifas de transporte em São Paulo, o vereador Toninho Vespoli (PSOL) esclareceu na Câmara que seu partido apoiava os protestos, mas era contrário a atos violentos.
-Nós do PSOL somos contra qualquer tipo de baderna!
Ao ouvir o vereador socialista repetir uma palavra que Geraldo Alckmin (PSDB) usou para classificar alguns manifestantes, José Américo (PT) provocou:
-Nobre vereador, só peço que não utilize a palavra "baderna", pois é uma palavra que a direita costuma usar. Melhor usar "depredação" ou outra qualquer!

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