segunda-feira, 1 de julho de 2013

País se divide sobre uso de médico estrangeiro

folha de são paulo
Proposta do governo federal de trazer profissionais de saúde de fora do Brasil tem apoio de 47% e rejeição de 48%
Pesquisa Datafolha também mostra que 56% dos entrevistados apoiam recursos do petróleo na educação
DE SÃO PAULOO projeto de trazer médicos estrangeiros ao Brasil para atuar em regiões carentes de profissionais de saúde divide a opinião dos brasileiros.
Pesquisa Datafolha revela que 47% são favoráveis, e 48%, contrários à principal medida para melhorar área da saúde reforçada pela presidente Dilma Rousseff após a onda de protestos pelo país.
A aprovação ao projeto é maior entre os mais jovens (51%), entre os menos escolarizados (56%), entre os mais pobres (54%) e entre os moradores do Nordeste (56%).
Quanto maior o grau de escolaridade e a renda familiar mensal do entrevistado, menor é o apoio à contratação de médicos estrangeiros.
Entre os menos escolarizados (com ensino fundamental), a rejeição à proposta é de 38%, passa a 51%, entre os entrevistados com escolaridade média (ensino médio), e chega a 66%, entre os mais escolarizados (ensino superior).
Tendência semelhante é observada por segmento de renda. Entre os mais pobres (com renda familiar mensal de até dois salários mínimos), a rejeição é de 41%, vai a 52% entre os que ganham de dois a cinco salários mínimos e chega a 62%, entre os que têm renda de cinco a dez salários mínimos.
No levantamento, feito nos dias 27 e 28 de junho, foram ouvidas 4.717 pessoas em 196 municípios brasileiros. A margem de erro é de dois pontos para mais ou para menos.
EDUCAÇÃO
A pesquisa também quis saber se os brasileiros concordam com o destino dos impostos pagos pelas empresas de petróleo para o setor da educação. O resultado mostra que 56% apoiam a medida.
Na semana passada, pressionada pelos protestos que tomaram as ruas, a Câmara aprovou o projeto que destina para a educação 75% das receitas com royalties dos novos campos de petróleo (os 25% restantes vão para a saúde).
O índice dos que aprovam a transferência do dinheiro para a educação, segundo o levantamento do Datafolha, é maior entre os mais os mais jovens (61%), entre os moradores do Nordeste (63%), entre os que vivem nas capitais (65%) e entre os mais escolarizados e mais ricos (66%, cada um).
Já 40% consideram que esses impostos não deveriam ter um destino especifico, cabendo aos governantes decidir livremente onde investir.

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