domingo, 4 de novembro de 2012

Haddad começa a montar sua administração


Petista volta de viagem e trabalha a partir de amanhã na definição de secretarias e de sua equipe na prefeitura

São Paulo deve ganhar três novas pastas; outras terão suas funções redefinidas na nova administração
EVANDRO SPINELLI
DE SÃO PAULO
Reforma administrativa e montagem de governo. Esses serão os temas principais sobre os quais o prefeito eleito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), vai se debruçar a partir de amanhã.
Haddad viajou na quinta-feira com a família e deve retornar hoje a São Paulo. Amanhã ele volta ao trabalho. E definir quais secretarias serão extintas, quais cargos serão criados e quem vai dirigir cada pasta passa a ser o trabalho principal do petista.
Gilberto Kassab (PSD) tem 29 secretários. Haddad prometeu criar três pastas: Secretaria da Promoção da Igualdade Racial, Secretaria de Políticas para as Mulheres e Controladoria-Geral do Município -esta última fruto da fusão da Ouvidoria com a Corregedoria-Geral do Município.
As mudanças não devem parar por aí. As apostas são que o governo petista terá uma configuração completamente diferente da atual gestão, com menos secretarias.
Um exemplo: a arrecadação da prefeitura e a execução orçamentária estão separadas. A Secretaria de Finanças cuida da receita. Planejamento cuida das despesas.
Essas duas funções devem ser unificadas na gestão de Haddad sob o guarda-chuva de Finanças. Já a Secretaria de Planejamento deve voltar a ter a função antiga, de cuidar do desenvolvimento urbano e econômico da cidade.
Se isso for confirmado, as secretarias de Desenvolvimento Urbano e Desenvolvimento Econômico serão extintas e suas funções serão incorporadas à pasta do Planejamento. Tudo exatamente como era na gestão petista de Marta Suplicy (2001-2004), quando Haddad trabalhou na Secretaria de Finanças.
OUTRAS MUDANÇAS
Há ainda a possibilidade de fusão das pastas de Governo e Relações Institucionais em uma única secretaria política, que provavelmente será comandada pelo vereador Antonio Donato, presidente municipal do PT e coordenador da campanha e da equipe de transição de Haddad.
Outra pasta que deve ser extinta é a de Controle Urbano, que tem funções sobrepostas com as secretarias de Habitação e Subprefeituras.
Também está em estudo a situação da secretaria da Copa do Mundo. O PC do B, da vice-prefeita eleita Nádia Campeão, quer continuar no controle das ações para a Copa na cidade, função que já exerce no governo Kassab.
O partido reivindica ainda o comando das secretarias de Esportes e da SPTuris, empresa municipal de turismo, e admite incorporar as funções de articulação para a Copa em uma dessas duas áreas.
SECRETÁRIOS
Nenhuma mudança foi definida por enquanto. O próprio Haddad deve se debruçar sobre o assunto.
Ele também começa nesta semana a conversar com os partidos que darão sustentação ao seu governo -PSB, PC do B, PP, PMDB, PSD e PHS, além do próprio PT.
Com as reivindicações dos partidos e o novo organograma da prefeitura em mãos, Haddad vai começar a montar a equipe de governo.
Donato disse que espera que os nomes dos futuros secretários sejam anunciados em dezembro, mas alguns deles devem sair antes.
Além de Donato, são dados como certos no futuro secretariado os outros dois integrantes da equipe de transição, Luís Fernando Massonetto e Ursula Dias Peres.
Professor no Largo São Francisco, Massonetto deve ficar com a área jurídica -Negócios Jurídicos ou a futura Controladoria-Geral.
Amigo pessoal e homem de confiança de Haddad, ele também é cotado para a chefia de gabinete -exerceu esse cargo no Ministério da Educação- ou até para a Secretaria de Educação.
Ursula, professora de finanças públicas na USP Leste, é hoje a mais cotada para a Secretaria de Finanças.


Eleitor escolheu petista por desejo de mudança

Pesquisa Datafolha mostra ainda que propostas para áreas de saúde e transporte renderam votos
DE SÃO PAULO
O desejo de mudança foi o principal motivo da eleição de Fernando Haddad (PT) para a Prefeitura de São Paulo. Mas não foi só isso.
Suas propostas para as áreas de transportes, saúde e educação, a imagem de um político jovem, honesto e competente, a força do PT e a rejeição a Serra são os outros fatores que, reunidos, levaram Haddad à vitória com 55,57% dos votos válidos.
As informações são de uma pesquisa Datafolha realizada em 29 de outubro, dia seguinte ao segundo turno da eleição municipal.
As referências à inovação do então candidato -é novo na política, pode fazer mudanças, a cidade precisa de renovação, etc.- somam 23% dos motivos que levaram os eleitores a votar em Haddad.
O fato de Haddad ser do PT foi a razão apontada por 16%. E 11% o escolheram por sua imagem pessoal positiva.
Ele foi escolhido por 59% de seus eleitores por causa de suas propostas com a seguinte distribuição: 16% pelas promessas na área de transportes, 15% na área de saúde, 14% na educação e 14% por ter as melhores propostas, sem especificação.
A rejeição a seu adversário no segundo turno, José Serra (PSDB), também não é desprezível: 11% disseram ter votado em Haddad por não querer que Serra fosse eleito.

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