domingo, 14 de julho de 2013

Mônica Bergamo

folha de são paulo

Em busca de novo hit, Michel Teló quer mudar o visual e diz que é cedo para se casar


O superstar internacional Michel Teló anda devagar, com os braços cruzados atrás das costas. Pareceria um matuto, não estivesse na sala do seu dúplex na Chácara Santo Antônio (zona sul de São Paulo) em vez de numa chácara de verdade.
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Teló se mudou do interior do Paraná para o mundo graças a um sucesso: "Ai, se Eu Te Pego", de 2011. A canção entrou na lista das 40 mais tocadas em 2012 em todo o planeta, elaborada pela United World Chart. Ganhou versões em inglês, espanhol, croata, turco e até mandarim. Chegou ao segundo lugar nas paradas da França.
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O sucesso fez o cantor viajar o mundo --às vezes em ritmo galopante, como quando pegou um avião para Moscou, se apresentou lá e voltou ao Brasil no dia seguinte.
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Mas a poeira dessa música está começando a baixar, diz ele. E, depois de ganhar o prêmio Billboard na categoria "top canção latina" em maio, o maior desafio do paranaense de 32 anos é se equiparar... a si mesmo. A competição, nesse caso, é dura.
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"Foi uma coisa que nunca tinha acontecido com ninguém no Brasil. Aconteceu comigo", diz ao repórter Chico Felitti. "Friamente falando, uma música tem vida útil de três meses", analisa. "Essa durou quase três anos."
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Seu maior hit já cumpriu o ciclo natural? "Não vai ficar tocando em rádio. Não tem jeito." A canção entrou para outro rol. "É tipo uma 'Macarena'. Se toca numa festa, todo mundo anima e levanta."

Michel Teló

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Adriano Vizoni/Folhapress
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O cantor Michel Teló, que está em busca de um novo hit, pretende mudar o visual e diz que é cedo para se casar
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É hora de novos projetos. Há um mês, Teló lançou o CD e o DVD do álbum de inéditas "Sunset". Mas não deixou de cantar o grande sucesso. "É uma música que vou ter que cantar pelo resto da vida", diz, dando de ombros como quem diz "fazer o quê?".
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O primeiro contato com a canção aconteceu no interior da Bahia, em 2011. "Depois do meu show, fui ver uma banda num palco secundário do evento. Aí ouvi um grupo local tocar."
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"Gostei, mas achei um pouco simples demais." O irmão e empresário Teófilo Teló insistiu para que desse uma chance à melodia sanfonada. Ele hesitou, mas acabou cedendo. Antes de cantar, fez pequenos retoques na letra. O "sábado, no forró" virou "sábado, na balada".
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Num Carnaval fora de época em Palmas (TO), cantou pela primeira vez, com ajuda da letra, que ele não tinha decorado, no "teleprompter". "Tive meio vergonha de puxar a música, porque era muito simples."
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Duas semanas depois, já gravava o videoclipe na Wood's, casa noturna sertaneja de luxo em SP. "O show era na quarta. Na terça, onze da noite, decidimos gravar. O pessoal tava gostando demais, o sucesso era grande."
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Captaram as imagens que rodaram o mundo com cinco câmeras 5D, ao custo de R$ 5.000 cada uma. "Tive de cantar sete vezes. Mas deu certo, era o que o pessoal queria ouvir." Com o sucesso, a música virou caso de Justiça.
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Sua autoria está em julgamento. Duas frequentadoras da barraca de praia Axé Moi, em Porto Seguro (BA), processam a MC Sharon, que registrou a letra. Alegam que a composição foi conjunta. Sharon diz ser a única letrista.
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A pendenga judicial, diz ele, fica restrita às supostas autoras e não respinga no intérprete. "Fui o primeiro a pagar os direitos autorais dessa música, que muita gente já tinha gravado. Eu tô em dia." Sharon ainda faz cobranças.
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A crítica é outro problema mal resolvido para Teló. "Qualquer pessoa te xingando é chato. É a opinião dessa pessoa, o gosto musical dela. Disseram que a música era simples, pobre", diz, fechando o sorriso. "Conheço música elaborada, com muita nota, que não tocou nem na esquina. A minha tocou no mundo todo."
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O "New York Times" comparou o loiro com Carmen Miranda e especulou que o brasileiro tentaria carreira internacional.
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Ele diz: "Pelo menos América Latina, sim". A proximidade com o espanhol é mais de estilo do que geográfica. "Cantar em inglês não combina comigo, com o sotaque. Tirando que é difícil!"
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Mesmo em português não foi fácil. "Trabalhei demais. Toda semana eu ficava com dor de garganta. Era antibiótico que nem bala."
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Isso porque ele canta "desde sempre". "Meu pai tem 12 irmãos e minha mãe mais 12. Antigamente, o músico era tido no Sul como vagabundo. Mas meu pai me incentivou de maneira absurda." Aos nove anos, ganhou uma sanfoninha verde.
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Três anos depois, aos 12, já tocava em bailes com o Grupo Guri, do qual foi vocalista. "Começava às onze da noite e ia até quatro da manhã." Cantava clássicos como "Nuvem de Lágrimas".
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Ele cantará a canção de novo em 2013. Mas desta vez com Chitãozinho e Xororó, que convidaram outras estrelas sertanejas para entoar grandes sucessos do estilo. "Para as pessoas saberem que o Michel Teló veio disso."
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Outro plano para os próximos meses é lançar uma balada romântica cantada com um violão --mas não com um banquinho, porque ele gosta de se movimentar.
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A renovação passa por dar um tapa na imagem. Teló está pensando em mudar o cabelo, cortado com navalha e arrepiado para cima. É a favor da praticidade. "Eu não demoro três minutos para arrumar. Tem colega sertanejo que demora muito mais tempo." O dele, pelo contrário, só exige secador, pomada e spray.
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Vaidade tem limite. "Eu sou meio mão de vaca", diz ele, de dentro de uma camisa da grife inglesa Burberry. "Comprei um terno da Gucci para participar do prêmio Billboard. Me dói até hoje pensar na dinheirama."
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Ao contrário de pares sertanejos como Luan Santana, Teló ainda não realizou o sonho do jatinho próprio. "Ando pensando em comprar um avião. Mas não precisa ser jato, não. Tem mais é que pousar em qualquer pista, de cidadezinha, de fazenda."
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Ou de uma ilha deserta, como a que recebeu Teló e a atriz Thais Fersoza, 26, sua namorada desde abril do ano passado, nas férias de janeiro. "Penso em casar, ter família, é claro."
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Mas acredita que não é a hora. Sua maior companheira ainda é "Ai, se Eu Te Pego", admite. "Preciso aproveitar o momento. Foi Deus."
Mônica Bergamo
Mônica Bergamo, jornalista, assina coluna diária publicada na página 2 da versão impressa de "Ilustrada". Traz informações sobre diversas áreas, entre elas, política, moda e coluna social. Está na Folha desde abril de 1999.

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