A resiliência de Dilma
folha de são pauloBRASÍLIA - A economia do Brasil cresceu menos do que se esperava nos últimos dois anos. O PIBinho é uma realidade. Obras importantes do governo não andam. Integrantes do partido político hegemônico há dez anos no Palácio do Planalto protagonizaram vários escândalos recentes. Áreas como segurança pública, saúde e educação não são bem avaliadas pelos eleitores.
Ainda assim, a alta popularidade de Dilma Rousseff não saiu do lugar nos últimos meses. Ela continua sendo a presidente mais bem avaliada pós-ditadura militar (1964-1985) quando se consideram todos os antecessores eleitos pelo voto direto nesta mesma fase do mandato.
Segundo pesquisa do Datafolha realizada anteontem em todo o Brasil, o governo Dilma é considerado bom ou ótimo por 62% dos entrevistados. O percentual é idêntico ao apurado em agosto.
Com dois anos na cadeira de presidente, Fernando Collor era aprovado só por 15% dos brasileiros. Itamar Franco teve 32%. No seu primeiro mandato, Fernando Henrique Cardoso chegou a 47% após 24 meses no poder. Luiz Inácio Lula da Silva bateu em 45%.
Consolida-se, no Brasil, uma situação desoladora para os partidos de oposição. Os eleitores parecem ter críticas em relação ao que faz o governo, acham que as coisas não vão tão bem, mas seguem muito generosos quando se trata de avaliar a presidente da República.
Essa blindagem da petista pode acontecer por vários motivos. Seu marqueteiro, João Santana, descreve o fenômeno dizendo que "grandes camadas da população têm um respeito, uma admiração e um carinho tão sutil por Dilma que chega até a ser de uma forma majestática".
Na avaliação de Santana, a petista já estaria ocupando a "cadeira da rainha" no imaginário do brasileiro. Se esse cenário se consolida, torna-se mais complexo e distante o sonho de vitória da oposição em 2014.
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