Estado de Minas: 11/04/2013
A vida dos
dinossauros no Período Jurássico permeia o imaginário e a curiosidade
dos tempos modernos. Em filmes e livros, as imagens apresentadas são as
de ovos enormes e do nascimento de bichanos já com o tamanho avantajado.
Apesar das especulações, é muito difícil encontrar embriões
fossilizados de dinossauros que possam explicar corretamente os estágios
de desenvolvimento dos animais ainda no ovo. Devido a raridade desse
tipo material arqueológico, um estudo da Universidade de Toronto, no
Canadá, ganhou importante destaque na edição de hoje da revista Nature.
Em artigo científico, os pesquisadores apresentaram a mais antiga
coleção de embriões de dinossauros já encontrada até hoje. Localizado na
China e com idade variando entre 190 milhões e 197 milhões de anos, o
conjunto é de sauropodomorfos, um grupo de dinos herbívoros com pescoço
longo que se tornaram os maiores animais que já caminharam sobre a
Terra.
“Encontramos vários ossos concentrados em uma pequena área. Eles eram bem diferentes, mas os melhores são os da coxa, chamados fêmur. O material embrionário pode nos dizer muito sobre a primeira parte da vida desses animais, quando o desenvolvimento no ovo estava só começando”, explica Robert Reisz, um dos autores do artigo. Segundo ele, a análise detalhada do material escavado trouxe um importante indício de que esses répteis cresciam muito rápido, flexionavam seus músculos enquanto ainda estavam no ovo e tinham um tempo de incubação bastante curto. Os autores acrescentam que o fato de os músculos se tornarem ativos antes da eclosão dos ovos ajudava a construir um esqueleto adequado para a vida no mundo exterior.
Para Antônio Álamo Feitosa Saraiva, pesquisador da Universidade Regional do Cariri, o material encontrado pelo grupo de Toronto foi uma verdadeira “loteria da paleontologia”. Isso porque o material envolve estruturas em estágios diferentes de desenvolvimento. Além dos ossos, foram também descobertos pedaços de casca de ovo, tecido mole e músculo. “É muito difícil você fazer análise do desenvolvimento histológico e citológico dos dinossauros. Por isso essa é uma descoberta que acrescenta muito. Já dá uma pista de como esses animais se juntavam para acasalar, por exemplo”, avalia.
Saraiva explica ainda que, embora fossem animais que pesavam toneladas, os sauropodomorfos saíam ainda pequenos dos ovos porque, talvez, o ambiente não oferecesse tanto perigo, com comida a disposição para os indivíduos jovens. “Também indica que os pais, de alguma forma, cuidavam dos filhotes. Podia ser que se reunissem para proteger os pequenos de predadores.” Diógenes Almeida Campos, pesquisador do Museu de Ciências da Terra, acrescenta que a conservação do importante material foi possível porque foi levado por uma enxurrada e depositado no fundo de uma lagoa. (MU)
“Encontramos vários ossos concentrados em uma pequena área. Eles eram bem diferentes, mas os melhores são os da coxa, chamados fêmur. O material embrionário pode nos dizer muito sobre a primeira parte da vida desses animais, quando o desenvolvimento no ovo estava só começando”, explica Robert Reisz, um dos autores do artigo. Segundo ele, a análise detalhada do material escavado trouxe um importante indício de que esses répteis cresciam muito rápido, flexionavam seus músculos enquanto ainda estavam no ovo e tinham um tempo de incubação bastante curto. Os autores acrescentam que o fato de os músculos se tornarem ativos antes da eclosão dos ovos ajudava a construir um esqueleto adequado para a vida no mundo exterior.
Para Antônio Álamo Feitosa Saraiva, pesquisador da Universidade Regional do Cariri, o material encontrado pelo grupo de Toronto foi uma verdadeira “loteria da paleontologia”. Isso porque o material envolve estruturas em estágios diferentes de desenvolvimento. Além dos ossos, foram também descobertos pedaços de casca de ovo, tecido mole e músculo. “É muito difícil você fazer análise do desenvolvimento histológico e citológico dos dinossauros. Por isso essa é uma descoberta que acrescenta muito. Já dá uma pista de como esses animais se juntavam para acasalar, por exemplo”, avalia.
Saraiva explica ainda que, embora fossem animais que pesavam toneladas, os sauropodomorfos saíam ainda pequenos dos ovos porque, talvez, o ambiente não oferecesse tanto perigo, com comida a disposição para os indivíduos jovens. “Também indica que os pais, de alguma forma, cuidavam dos filhotes. Podia ser que se reunissem para proteger os pequenos de predadores.” Diógenes Almeida Campos, pesquisador do Museu de Ciências da Terra, acrescenta que a conservação do importante material foi possível porque foi levado por uma enxurrada e depositado no fundo de uma lagoa. (MU)
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