MARCO AURÉLIO CANÔNICO
DO RIO
DO RIO
Quando olham para o início da carreira, os Paralamas do Sucesso se lembram de um momento marcante: a primeira crítica de imprensa que receberam, na "Ilustrada" de 3 de fevereiro de 1983.
O texto apontava para o grande hit do início do mês entre os frequentadores das areias de Ipanema e do Circo Voador. Era o reggae "Vital e sua Moto", dos "formidáveis" Paralamas do Sucesso.
"O grupo não tem ainda nem mesmo um compacto gravado, mas seu repertório o qualifica como um dos melhores surgidos no Brasil nos últimos anos", cravava.
Daniel Marenco/Folhapress | ||
Da esq. para a dir.: João Barone, Bi Ribeiro e Herbert Vianna, dos Paralamas do Sucesso |
O show no Circo e o reconhecimento crítico eram a cristalização do sonho daqueles três iniciantes: Herbert Vianna, guitarrista e vocalista, Bi Ribeiro, baixista, e João Barone, baterista.
Hoje, para celebrar 30 anos de carreira, eles resgatam canções como "Patrulha Noturna" (do primeiro disco, "Cinema Mudo", de 1983), e abrem espaço para artistas que os influenciaram.
"Como a gente sempre tocou e gravou músicas dos outros, resolvemos incluir no repertório trechos de canções de gente que faz parte da nossa história. Coisas que nos influenciaram e que a gente gosta de tocar", explica Bi.
"A gente passou um filtro, não de popularidade, mas de boas lembranças a respeito das ideias da composição, da sonoridade que tínhamos alcançado e do passo que aquilo representou no desenvolvimento do nosso trabalho", conta Herbert.
Na turnê, que começa por São Paulo, no dia 20, e passa por capitais como Rio (4/5) e Curitiba (11/5), a banda também contará sua história por meio de um telão, no qual serão exibidos trechos de clipes e de shows e fotos.
O repertório inclui citações a "Whole Lotta Love", do Led Zeppelin, "Won't Get Fooled Again", do The Who, além de músicas de colegas de geração, como Legião Urbana.
EGOS SOB CONTROLE
Cristalizados na cultura nacional há tanto tempo que conseguiram a proeza de fazer "Paralamas do Sucesso" parecer um nome comum, o trio diverge de seus colegas de geração por ter se mantido com a mesma formação.
"Gostamos de conviver. Ficamos juntos mais tempo do que com nossas famílias. Gostamos de tocar, de estar na estrada", diz Bi.
Barone ilustra: "A gente é um tripé: se tirar um, cai tudo". Por isso, o único momento em que o futuro da banda ficou em risco foi depois do acidente com o ultraleve dirigido por Herbert, em 2001, que matou sua mulher e o deixou em cadeira de rodas.
Recuperado, ainda que com lapsos de memória, o vocalista voltou a compor com os amigos, e a banda lançou três CDs de inéditas neste século, o último deles em 2009.
Hoje, Herbert diz que a mudança física por que passou o permite saborear a plateia.
"Antes, era um pula-pula e um rio de suor, eu não enxergava quase nada. Hoje, faço o show sentado e posso observar com muita clareza a expressão e o olhar de muita gente nas primeiras filas, e me dou conta de quanta gente canta junto canções que foram lançadas quando eles não eram nem nascidos."
Apesar de serem todos cinquentões --Bi tem 52, Herbert, 51, e Barone, 50--, o trio mantém no palco o vigor que lhe deu fama, e que os fãs vão notar principalmente na sequência inicial do novo show, que inclui pedradas como "Ska", "Selvagem", "O Calibre" e "Mensagem de Amor".
Conseguirão manter o gás nesta segunda metade de suas vidas?
"Pode apostar", diz Herbert. "É o começo de um novo ciclo de 30 anos."
PARALAMAS 30 ANOS
QUANDO dia 20/4, às 22h
ONDE Espaço das Américas (r. Tagipuru, 795, São Paulo, tel. 0/xx/11/2027-0777)
QUANTO de R$ 120 a R$ 220
CLASSIFICAÇÃO 16 anos
QUANDO dia 20/4, às 22h
ONDE Espaço das Américas (r. Tagipuru, 795, São Paulo, tel. 0/xx/11/2027-0777)
QUANTO de R$ 120 a R$ 220
CLASSIFICAÇÃO 16 anos
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