Repórteres investigavam ação de suposto grupo de extermínio
Ao todo, estão sob investigação 16 casos com indícios de participação de policiais registrados nos últimos anos.
O policial, que não teve o nome divulgado, é o terceiro detido desde a última sexta. Ele foi preso em caráter temporário anteontem em Ipatinga, e levado a Belo Horizonte.
O comando da Polícia Civil não informou por quais desses 16 crimes ele é suspeito --afirmou que não pode revelar informações sobre a eventual participação dos suspeitos nem detalhes sobre as investigações, sob o risco de prejudicar a apuração.
Boa parte dos crimes, supostamente cometidos por um grupo de extermínio, estava sendo investigada pelo repórter Rodrigo Neto de Faria, do jornal "Vale do Aço", assassinado em março passado. Ele havia recebido ameaças de morte.
No começo deste mês, foi morto o repórter fotográfico Walgney Carvalho, que trabalhava com Faria na editoria de polícia do mesmo jornal de Ipatinga.
Toda a cúpula da Polícia Civil na cidade e na regional do Vale do Aço foi substituída, por determinação do governo do Estado, depois de reunião com o comando das polícias. Um delegado-corregedor assumiu o comando regional da corporação.
Outros policiais, civis e militares, estão sendo investigados, segundo a Corregedoria da Polícia Civil mineira.
Novos pedidos de prisão devem ser feitos à Justiça. Os três policiais estão presos em Belo Horizonte, onde são tomados os depoimentos.
A morte dos jornalistas mobilizou entidades como a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e órgãos de governo como a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência.
A Procuradoria-Geral de Justiça de Minas designou cinco promotores para acompanharem as investigações sobre as mortes dos jornalistas, com a ordem de que não se manifestem sobre as apurações fora dos autos.
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