RIO DE JANEIRO - Será lançado hoje precioso livro que revela um João do Rio "inédito sobre vários aspectos", como bem define em prefácio o jornalista Zuenir Ventura.
"Este bilhete é rápido. Em Paris não se escreve, vive-se", resume João Paulo Emílio Cristóvão dos Santos Coelho Barreto (1881-1921) --o nome verdadeiro de um dos transformadores do jornalismo moderno-- ao amigo português João de Barros, em carta de fevereiro de 1909.
É a primeira de 63 cartas trocadas entre os dois, entre 1909 e 1921.
"Cartas de João do Rio: a João de Barros e Carlos Malheiros Dias" é o resultado de um trabalho exaustivo e cuidadoso da pesquisadora Cristiane d'Avila em arquivos do Real Gabinete Português de Leitura, no Rio, e na Biblioteca Nacional de Portugal.
Mais do que o cronista de "A Alma Encantadora das Ruas", o que emerge do volume publicado pela Funarte é um homem a falar de si próprio.
A escrever sobre suas angústias ("Releio minha carta. É de doido. Mas que fazer? Estou estúpido e o estilo morre"), sua relação com os amigos ("A terrível senhora me domina pela ameaça do suicídio"), a euforia com o sucesso da peça "Bela Madame Vargas", os projetos de revistas e problemas no jornal, e a reclamar da atroz crise econômica deflagrada com a Primeira Guerra Mundial ("Esse infecto país está numa crise doida. Não há dinheiro e todos avançam.").
A edição traz fac-símiles de 71 manuscritos, com as devidas transcrições seguidas de notas úteis e informativas que permitem ao leitor, distante na intimidade, no tempo e no espaço, acompanhar de perto um período da agitada vida do jornalista.
Sempre em letra miúda, algumas cartas são longas, outras são só bilhetes. O escrever de Paulo Barreto --como assina-- segura o leitor e faz esquecer que o tempo é outro. Com pressa, pede desculpas "pelo descosido da carta" ou pela "moxinifada". E aí, despede-se: "Do muito d'alma".
"Este bilhete é rápido. Em Paris não se escreve, vive-se", resume João Paulo Emílio Cristóvão dos Santos Coelho Barreto (1881-1921) --o nome verdadeiro de um dos transformadores do jornalismo moderno-- ao amigo português João de Barros, em carta de fevereiro de 1909.
É a primeira de 63 cartas trocadas entre os dois, entre 1909 e 1921.
"Cartas de João do Rio: a João de Barros e Carlos Malheiros Dias" é o resultado de um trabalho exaustivo e cuidadoso da pesquisadora Cristiane d'Avila em arquivos do Real Gabinete Português de Leitura, no Rio, e na Biblioteca Nacional de Portugal.
Mais do que o cronista de "A Alma Encantadora das Ruas", o que emerge do volume publicado pela Funarte é um homem a falar de si próprio.
A escrever sobre suas angústias ("Releio minha carta. É de doido. Mas que fazer? Estou estúpido e o estilo morre"), sua relação com os amigos ("A terrível senhora me domina pela ameaça do suicídio"), a euforia com o sucesso da peça "Bela Madame Vargas", os projetos de revistas e problemas no jornal, e a reclamar da atroz crise econômica deflagrada com a Primeira Guerra Mundial ("Esse infecto país está numa crise doida. Não há dinheiro e todos avançam.").
A edição traz fac-símiles de 71 manuscritos, com as devidas transcrições seguidas de notas úteis e informativas que permitem ao leitor, distante na intimidade, no tempo e no espaço, acompanhar de perto um período da agitada vida do jornalista.
Sempre em letra miúda, algumas cartas são longas, outras são só bilhetes. O escrever de Paulo Barreto --como assina-- segura o leitor e faz esquecer que o tempo é outro. Com pressa, pede desculpas "pelo descosido da carta" ou pela "moxinifada". E aí, despede-se: "Do muito d'alma".
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