O maior e o melhor
Fim de temporada os botequins fervilham com as seleções do ano, os melhores e os piores. Por ironia os dois gols mais bonitos não estarão na votação da Fifa, mas as bicicletas de fora da área do sueco Ibrahimovic e do francês Mexès, do Milan, são candidatas às mais fabulosas do século --mais espetacular a primeira, mais bonita a segunda.
Minhas seleções do ano e do Brasileirão tratarei de dá-las depois, mas adianto que os goleiros são Cássio e Diego Cavalieri, as revelações, Romarinho e Bernard, e a assombração, Zé Roberto.
Quem ganhou o maior título do ano foi mesmo o Corinthians que pode ganhar ainda mais.
Aliás, se preocupava o Santos ir para o Japão tão como azarão diante do Barcelona como foi, preocupa na mesma medida essa falsa ideia de que o Corinthians já é favorito contra o Chelsea.
Ah, sim, acho o alvinegro ainda melhor que o Fluminense.
ENCAIXA, CÁSSIO!
Do goleiro ao ponta-esquerda, a Caixa estará no peito do time do Corinthians até, no mínimo, o fim do ano que vem e por R$ 31 milhões.
Quem não tem o poder de comunicação do alvinegro chia, embora cale quando beneficiado ou não se importe, por exemplo, em ter o BMG, um dos bancos do valerioduto, na camisa.
Que Lula tem influência, direta e indireta, na vida corintiana até São Jorge sabe, mas foi nele que o São Paulo apostou para ter o Morumbi na Copa do Mundo.
Em bom português: malandro que é malandro não berra.
SEI, SEI
Sete anos atrás o governo Alckmin quis privatizar o Conjunto Esportivo do Ibirapuera.
Não conseguiu, embora seja mesmo o caso de se discutir se é função do Estado administrar praças de esporte. Agora, no entanto, e sub-avaliado por R$ 168 milhões, o complexo está na lista dos bens dados como garantia no projeto de lei 650 enviado à Assembleia Legislativa para irrigar a Companhia Paulista de Parcerias.
O governo, oficialmente, garante que não quer vender coisa alguma, mas nos corredores do Palácio dos Bandeirantes a conversa é outra.
Além do mais, o texto do projeto fala que "fica a Fazenda do Estado autorizada a alienar os imóveis indicados".
Especialistas garantem à coluna que se tudo se resumisse a dar garantias, bastaria indicar uma CESP ou CPTM como tais.
Ou seja, o governo pede um cheque em branco e quer que acreditemos que não vá preenchê-lo, assim como quis nos fazer crer que não há uma onda de violência em São Paulo ou que não investiria um tostão no estádio do Corinthians.
CURTO E SECO
Do cineasta alemão Werner Herzog ao repórter Rodrigo Salem, desta Folha: "O maior de todos os jogadores sempre será Garrincha. Ele é o Brasil".
FIM DE PAPO
Raí disse à coluna que não passa por sua cabeça assumir a Secretaria de Esporte da prefeitura paulistana como tem sido noticiado. "Posso ajudar. Mas sem cargo."
Juca Kfouri é formado em ciências sociais pela USP. Com mais de 40 anos de profissão, dirigiu as revistas "Placar" e "Playboy". Escreve às segundas, quintas e domingos na versão impressa de "Esporte".
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