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Protestos no culto
Manifestantes pedem renúncia de Feliciano em evento em Minas. Na pregação, pastor cobra mobilização de fiéis para defendê-lo
Alice Maciel
Estado de Minas: 31/03/2013
A
onda de protestos contra o deputado federal Marco Feliciano (PSC- SP)
chegou ao interior de Minas Gerais. O pastor esteve na sexta-feira em
Passos, no Sul do estado, onde foi recebido por manifestantes contrários
à sua permanência na Presidência da Comissão de Direitos Humanos e
Minorias da Câmara (CDHM) dos Deputados. Ele participou de um evento
organizado pela Assembleia de Deus e falou aos fiéis sobre os protestos
de que tem sido alvo: “Eu queria explicar o porquê de toda essa
manifestação: ela se dá porque, pela primeira vez na história deste
Brasil, um pastor cheio de Espírito Santo conquistou espaço que até
ontem era dominado por Satanás”. Enquanto isso, do lado de fora do
Ginásio Barrinha, onde ocorreu o evento, cerca de 50 pessoas com
cartazes e apitos gritavam: “Fora, Feliciano!”.
O pastor
teve de ser escoltado pela Polícia Militar ao deixar o local. Segundo a
PM, nenhuma ocorrência foi registrada. O protesto foi organizado nas
redes sociais e 823 pessoas chegaram a confirmar no Facebook que
participariam do ato. Um dos que integraram o protesto, Renner Ezequiel
contou na rede social que ao fim do ato houve também manifestações de
apoio ao pastor. “Fica, Feliciano”, gritavam os apoiadores do deputado,
segundo o internauta.
Acusado de declarações homofóbicas e
racistas feitas nas redes sociais e em sua pregações, o presidente da
comissão disse a centenas de fiéis que o Brasil está sendo atingido por
uma avalanche de ideologias conflitantes. “Quem acompanha a televisão
deve ter visto esta semana, por exemplo, duas senhoras artistas, uma de
80 anos e outra de quase 80, dando um beijo na boca em repúdio a mim.
Mal sabem elas que não estavam me artormentando, estavam mostrando ao
povo brasileiro, que ainda é um povo de família, que ainda é um povo que
respeita o ser humano, que lutam não por direitos, mas por
privilégios”, afirmou, referindo-se ao beijo das atrizes Fernanda
Montenegro e Camila Amado, durante a 7ª edição do Prêmio Associação dos
Produtores de Teatro do Rio, na segunda-feira, no Rio de Janeiro.
O
pastor, que falou diversas vezes a respeito das manifestações contra
ele, afirmou estar representando a sua Igreja: “Eu confesso a vocês que
há dias em que a angústia é tão grande que dá vontade de abandonar tudo,
mas aí, lá do céu vem uma voz inaudível aos ouvidos dizendo: ‘Meu
filho, não é você agora, não é o seu partido, é a minha Igreja que está
sendo representada””. Ele convocou os fiéis a saírem às ruas a seu
favor. “Está na hora de sairmos das nossas quatro paredes e fazer igual a
eles, ir para a rua”, disse.
Durante o evento, Feliciano
destacou que o Projeto de Lei 122, que criminaliza a homofobia,
combatido por ele, deve ser votado ainda este ano no Senado. Essa
votação, disse, será um grave problema para cristãos, porque na Casa há
apenas três evangélicos e só dois militam contra o projeto. O deputado
afirmou que caso a proposta seja aprovada, pastores e padres que
condenem o homossexualismo serão presos.
Renúncia Marco Feliciano
vem sendo alvo de pressões desde que foi eleito presidente da CDHM, mas
já afirmou que não vai renunciar. Na tentativa de solucionar o
imbróglio, que praticamente paralisou os trabalhos da comissão, o PPS
vai propor a renúncia coletiva dos integrantes da comissão para forçar
uma nova eleição. A ideia será apresentada aos parlamentares durante
reunião de líderes convocada pelo presidente da Câmara, deputado
Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), na terça-feira.
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