segunda-feira, 15 de abril de 2013

Novo presidente terá a economia e o chavismo como obstáculos

folha de são paulo

ANÁLISE
ESTHER BINTLIFFDO "FINANCIAL TIMES"
Os venezuelanos escolheram um presidente ontem pela segunda vez em menos de um ano. A Presidência será um cálice envenenado; veja seis razões para isso.
1) O chavismo: as pessoas falam de Chávez com intimidade, como pai e protetor. Uma vez instalado no cargo, é bem possível que o novo presidente venezuelano ache sufocante a devoção da população ao antigo líder.
2) A economia: a popularidade de Chávez dependia de sua mão aberta, mas o dinheiro está acabando. A Venezuela tem deficit fiscal enorme, inflação de dois dígitos, desabastecimento de produtos e taxas de câmbio múltiplas.
3) Produção petrolífera: a Venezuela possui as maiores reservas de petróleo do mundo, mas sua produção está estagnada. A estatal PDVSA foi esvaziada após a nacionalização. Com boa parte da receita do petróleo sendo direcionada aos programas sociais de Chávez, os investimentos e a inovação dentro da companhia encolheram.
4) Ineficiência governamental: em artigo de opinião para o "New York Times", Rory Carroll descreve Chávez como, "em última análise, péssimo administrador".
Ele argumenta que Chávez não apenas deixou de investir nas instituições do Estado como permitiu que o país se tornasse vítima de "uma nova elite com conexões no governo, os chamados boligarcas', que manipulavam contratos governamentais e a teia de controles de preços e câmbio para financiar seus estilos de vida luxuosos".
5) Forças Armadas: estreitamente vinculadas ao "fator chavismo". Enquanto Chávez era ex-comandante, Maduro não tem o mesmo relacionamento com os militares.
6) Criminalidade: o índice de homicídios na Venezuela triplicou enquanto Chávez esteve no poder. O vencedor da eleição terá de enfrentar problemas sérios de criminalidade e de corrupção.

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