sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Quadrinhos


CHICLETE COM BANANA      ANGELI

ANGELI
PIRATAS DO TIETÊ      LAERTE

LAERTE
DAIQUIRI      CACO GALHARDO

CACO GALHARDO
NÍQUEL NÁUSEA      FERNANDO GONSALES
FERNANDO GONSALES
MUNDO MONSTRO      ADÃO

ADÃO
PRETO NO BRANCO      ALLAN SIEBER

ALLAN SIEBER
MALVADOS      ANDRÉ DAHMER

ANDRÉ DAHMER
GARFIELD      JIM DAVIS

JIM DAVIS

HORA DO CAFÉ      LEDERLY

Lederly

'Resultado da Rio+20 podia estar em papel higiênico'


Maurice Strong, que chefiou Eco-92, criticou resultado de conferência no RJ
Países recuaram até em temas ambientais que já eram consenso, disse canadense durante visita ao Brasil
JULIANA DAL PIVACOLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIOPartes do relatório final da conferência Rio+20, realizada pela ONU em junho no Rio, foram tão fracas que poderiam ter sido impressas "em papel higiênico".
A avaliação foi feita ontem pelo canadense Maurice Strong, 75, secretário-geral da Eco-92, conferência sobre ambiente, também da ONU, realizada na cidade há 20 anos. A Eco-92 acabou se tornando um marco dos encontros ambientais globais.
"A parte oficial dos governos [na Rio+20] foi muito fraca, decepcionante. Por outro lado, a sociedade civil foi muito útil, com cerca de 50 mil pessoas presentes. Mas, para deixar as coisas claras, eu acho que o relatório final podia até ser impresso em papel higiênico", disse.
Em entrevista após palestra no Conselho Empresarial de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Associação Comercial do Rio de Janeiro, Strong disse que, no relatório final, governos chegaram até mesmo a voltar atrás em pontos que já haviam sido definidos nas reuniões preparatórias.
"Infelizmente, em alguns momentos, a Rio+20 não esteve nem perto de ser discutida da maneira como ocorreu em 1992", queixou-se.
Para Strong, os governantes mundiais estavam -e ainda estão- mais preocupados com suas crises internas.
Durante a palestra, o ativista elogiou os esforços brasileiros no combate às mudanças climáticas e citou o investimento na produção de etanol como exemplo.
Apesar dos fracos resultados da Rio+20, avalia Strong, a cidade se tornou a capital mundial do ambiente e da sustentabilidade.
O secretário-geral da Eco-92 disse ainda que pensa em instalar na cidade a sede da Earth Council Alliance, entidade criada por ele há 20 anos, que busca pressionar os governos a respeito de questões climáticas.
Mas seu maior esforço atual, disse, é para que Brasil e China se aproximem e façam parcerias sustentáveis.
Em sua opinião, por terem economias complementares, os dois países podem criar para o mundo um novo conceito de sustentabilidade.

    Derretimento afeta quase todos os supermantos de gelo


    Levantamento mais completo feito até hoje mostra que a maior parte da Antártida e a Groenlândia passam por degelo acelerado
    Ian Joughin/Divulgação/"Science"
    Canal aberto na camada de gelo da Groenlândia por causa de derretimento acelerado
    Canal aberto na camada de gelo da Groenlândia por causa de derretimento acelerado
    RAFAEL GARCIAEM WASHINGTONOs mantos de gelo da Antártida e da Groenlândia estão em derretimento acelerado e perderam 4 trilhões de toneladas nas últimas duas décadas. O valor representa 20% da água que causou um aumento de 55 mm no nível dos mares nesse período.
    Os números vêm de um mutirão científico que produziu um número de consenso, ao reunir dados que antes pareciam discordantes.
    Num estudo descrevendo o trabalho na revista "Science", os autores afirmam que o resultado é compatível com o cenário de aquecimento global e que o problema deve se agravar nas próximas décadas, apesar de ainda não ser possível dizer o quanto.
    "Nossa estimativa é duas vezes mais precisa do que a apresentada pelo IPCC [Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática] em seu ultimo relatório, graças a inclusão de mais dados de satélite", disse Andrew Shepherd, climatólogo da Universidade de Leeds (Reino Unido) que liderou o estudo.
    O trabalho todo reuniu 47 cientistas de 26 laboratórios e cruzou informações coletadas por dez satélites, usando quatro técnicas diferentes.
    A situação mais preocupante, segundo o estudo, é na Groenlândia, onde a redução do manto de gelo é dois terços do total global. Na Antártida, a porção oriental do continente teve um tênue aumento em seu manto, mas as perdas ocorridas no lado ocidental foram muito maiores, fazendo o saldo ficar negativo.
    A perda de massas continentais de gelo ainda é um componente menor dentro dos fenômenos que contribuem para o aumento no nível do mar. O fator que mais influencia a subida da linha d'água é a expansão térmica: quando a água se aquece, ocupa maior volume. Mas isso pode, e deve, mudar.
    "A Groenlândia perde massa cinco vezes mais rápido hoje do que no início dos anos 1990", diz o geocientista Erik Ivins, da Nasa, co-líder do estudo.
    "A Antártida parecia estar mais ou menos constante, mas na última década aparentemente sofreu uma aceleração de 50% na taxa de perda de gelo."
    Em entrevista coletiva anteontem, porém, os autores do estudo se disseram incapazes de prever quão rápido isso deve acontecer.
    INCERTEZAS
    Simulações de computador que tentam prever o aumento total do nível do mar até 2100 em razão do aquecimento global variam radicalmente. O último relatório do IPCC trabalha com uma variação entre 20 cm e 60 cm, mas previsões recentes mais sofisticadas indicam que o nível do mar pode subir de 75 cm a 1,85 metro neste século.
    Os dados publicados hoje na "Science" vão permitir a criação de modelos com menos incerteza.
    Mesmo que a taxa de degelo na Antártida e na Groenlândia siga sem acelerar, há razão para preocupação.
    "Com 11 mm de aumento no nível de um oceano inteiro, a massa adicional de água que pode atingir um litoral durante uma tempestade aumenta muito", diz Ivens.
    "E, quando há mais massa numa onda no mar, a capacidade dessa onda de transportar energia muda. O processo é bem mais complicado."

      Em crise política, Natal vive colapso em saúde, educação e coleta de lixo


      Cidade tem aulas suspensas, detritos acumulados em todos os bairros e falta de médicos
      Caos por falta de pagamento a servidores e empresas ocorre após afastamento da prefeita por suspeita de desvios
      DANILO SÁCOLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM NATALÀs vésperas do início da temporada de verão, Natal está em colapso: o lixo se acumula nas ruas, a saúde está em estado de calamidade pública e o ano letivo será suspenso em escolas municipais.
      O cenário ocorre em meio ao afastamento da prefeita Micarla de Sousa (PV), que deixou o cargo há um mês por decisão da Justiça, após denúncias de desvios de recursos dos cofres da cidade.
      Há acúmulo de lixo em todos os bairros, situação que vem se agravando no decorrer do ano. Na praia de Ponta Negra, onde fica o morro do Careca, um dos cartões-postais da capital potiguar, o lixo permanece amontoado na areia.
      As empresas contratadas para fazer a coleta pararam ou reduziram o serviço por atraso no pagamento. A Companhia de Serviços Urbanos de Natal, ligada à administração municipal, tem só neste ano R$ 19,4 milhões em dívidas por gastos de manutenção e limpeza.
      SEM AULAS
      A rede municipal de educação decidiu interromper suas atividades por tempo indeterminado. Os 15 mil estudantes do sistema devem ficar sem aulas a partir de segunda-feira.
      A decisão foi tomada nesta semana pelos diretores das escolas. Entre os problemas apontados estão desde o atraso de três meses no pagamento a servidores até a falta de merenda e de gás de cozinha.
      A presidente do sindicato da categoria no Estado, Fátima Cardoso, diz que professores chegam a fazer "vaquinha" para que merendeiras, vigilantes e outros servidores possam pagar o transporte.
      A mãe de uma estudante da Escola Municipal Luíz Maranhão Filho, no bairro de Cidade Nova, está inconformada com a situação.
      "Isso prejudica o futuro das crianças, já que o aprendizado fica comprometido", diz Rosângela Carvalho, 44.
      Ontem, a 2ª Vara da Infância e da Juventude determinou que a prefeitura repasse R$ 12,7 milhões à Secretaria de Educação do município, para pagamento dos funcionários.
      Se a metade não for depositada em 48 horas, todo o valor será bloqueado do caixa-geral da prefeitura.
      SEM MÉDICOS
      Além de problemas na educação, o vice-prefeito Paulinho Freire (PP), que assumiu a prefeitura após o afastamento de Micarla, decretou nesta semana estado de calamidade pública na saúde. A decisão ocorre por causa da falta de profissionais para atendimento em unidades locais.
      A dona de casa Lourdes da Silva, 54, que procurava atendimento na manhã de ontem no posto de saúde do bairro Mãe Luiza, disse à reportagem que "a falta de médicos é comum". "Todos já se acostumaram com isso."


      FRASE
      "Isso [suspensão das aulas] prejudica o futuro das crianças, já que o aprendizado fica comprometido"
      ROSÂNGELA CARVALHO, 44
      mãe de aluna da rede municipal

      OUTRO LADO
      Prefeitura diz que fará mutirão de limpeza hoje
      COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM NATALA Prefeitura de Natal não se manifestou ontem sobre as causas dos problemas que ocorrem nas áreas de limpeza urbana, saúde e educação.
      O vice-prefeito Paulinho Freire (PP), que assumiu a prefeitura após o afastamento de Micarla de Sousa (PV), não respondeu às ligações da reportagem.
      O Gabinete Civil disse que não poderia tratar do tema e sugeriu que a Folha procurasse a Secretaria de Comunicação. Já a pasta afirmou que apenas o vice-prefeito poderia se manifestar, mas que ele estava viajando.
      A secretaria afirmou apenas que, desde sua posse, Freire cortou secretarias e cargos comissionados para reduzir custos. Sobre o lixo, disse que será lançado hoje um mutirão de limpeza na cidade, com apoio de diversos órgãos, incluindo o Exército.
      A Companhia de Serviços Urbanos limitou-se a encaminhar um relatório sobre suas dívidas, que já havia sido entregue à Promotoria.
      REUNIÃO
      O secretário de Educação, Walter Fonseca, disse que faria uma reunião hoje com Freire e só depois disso poderia conceder entrevista.
      A secretária municipal de Saúde, Joilca Bezerra, também afirmou que não poderia falar sobre os problemas. (DS)

        Cotistas de baixa renda terão bolsas em federais


        Ministério anuncia ajuda de custo para alunos beneficiados nas universidades
        Governo garante que haverá recursos extraordinários para oferecer bolsas; valor em análise é de R$ 400
        FLÁVIA FOREQUEDE BRASÍLIA
        Os alunos de baixa renda aprovados por meio da nova lei das cotas nas universidades federais receberão uma bolsa do Ministério da Educação para as despesas com o curso de graduação.
        A medida faz parte do plano nacional de ações afirmativas, que vem sendo preparado pelo governo federal e deve incluir também cotas para negros no funcionalismo público, conforme a Folha antecipou em outubro.
        A pasta quer atender, já no próximo ano, os candidatos mais carentes da rede pública aprovados em cursos de maior carga horária, com aulas em tempo integral -caso das engenharias e graduações da área de saúde.
        "Aqueles alunos que têm uma renda per capita inferior a 1,5 salário mínimo [R$ 933] e vão fazer medicina, que é tempo integral, durante seis anos... Como é que eles vão terminar a faculdade se não tiverem uma renda?", questionou ontem o ministro Aloizio Mercadante (Educação).
        Folha apurou que o ministério tem como referência uma bolsa mensal de R$ 400. O governo garante que terá recursos novos para isso.
        Em 2012, o MEC repassou para as 59 universidades federais R$ 503,8 milhões para assistência estudantil. Cada instituição define como utilizar os recursos -como auxílio alimentação, vale-transporte ou moradia estudantil.
        O novo benefício, entretanto, deverá ser repassado diretamente para o estudante ou sua família, sem intermediação da universidade.
        "O governo vai dar um cartão [para o aluno de baixa renda]. Eles vão ter uma renda direta, como é o Bolsa Família", disse Mercadante. O tema foi levado às universidades e recebeu o apoio da associação de reitores.
        A entidade vem reclamando que, com a nova lei das cotas, a demanda por assistência estudantil será crescente.
        A lei, sancionada em agosto pela presidente Dilma Rousseff, prevê a reserva de 50% das vagas nas federais para alunos que fizeram todo o ensino médio na rede pública.
        Metade desses estudantes será selecionada considerando-se exclusivamente o critério da raça. A outra metade ainda terá que comprovar a baixa renda da família -é esse público que será beneficiado com a nova bolsa.
        A estimativa do MEC é que ao menos 37,5 mil vagas sejam destinadas aos cotistas em 2013. Desses, metade (18.750) deverão ser de baixa renda.
        Caso o governo concedesse bolsa a todos, gastaria R$ 7,5 milhões com os alunos no ano que vem. A assistência estudantil, administrada pelas universidades, consumirá R$ 603,7 milhões em 2013.

        Bolsa evita que cotista deixe curso, diz pró-reitor
        Para Joel Felipe, da UFABC, com cotas, haverá mais alunos precisando de verba
        Presidente de associação de reitores afirma que recursos atuais para assistência são insuficientes
        COLABORAÇÃO PARA A FOLHADE BRASÍLIAO pró-reitor da Universidade Federal do ABC, Joel Pereira Felipe, diz que, com a lei de cotas, haverá mais gente precisando de recursos.
        "Precisa, sim, de uma política de bolsas para que o aluno possa se manter na universidade sem ter que trabalhar. Atualmente, ele abandona as aulas para trabalhar, pagar o aluguel, manter a família etc."
        Ele afirma que outras medidas são importantes, considerando a defasagem com que chegam do ensino médio.
        "É importante criar reforços em disciplinas específicas e ampliar o atendimento conforme as necessidades surjam."
        O presidente da Andifes (associação de reitores das federais), Carlos Maneschy, afirma que os recursos disponíveis para assistência estudantil são insuficientes para atender a atual demanda. "Eles teriam que ser aumentados e o governo tem consciência disso", disse ele, também reitor da UFPA.
        O orçamento de 2013 prevê R$ 603,7 milhões para assistência estudantil -valor quase cinco vezes maior do que o desembolsado em 2008.
        Para Frei Davi, da ONG Educafro, a iniciativa é positiva.
        "Conheço muitas pessoas pobres que entraram na universidade e depois tiveram que sair", diz. "O maior problema [que o cotista enfrenta] é o transporte. Mas também já vi muitos alunos com fome."
        Daniel Cara, da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, acredita que a bolsa não é suficiente para garantir a plena inserção do cotista na universidade. "Não pode ser só assistência econômica, tem que ser também social e psicológica. Na sala de aula, ele tem que ser tratado como um igual."
        Ele destaca a importância do papel do tutor nessa tarefa -o MEC quer criar um programa de tutoria para auxiliar os cotistas; estuda conceder bolsa também para esses alunos. (AMANDA KAMANCHEK E FLÁVIA FOREQUE)

          'Se for bem-feita, cota é positiva', afirma Alckmin
          DE SÃO PAULOEm evento promovido para prefeitos eleitos pelo PSDB, o governador Geraldo Alckmin declarou-se a favor das cotas e de ações afirmativas.
          "Eu sou favorável [às cotas]. Cota é uma forma de ação afirmativa, então eu acho que, bem-feita, ela é positiva", afirmou.
          Nesta semana, as universidades estaduais paulistas, USP, Unesp e Unicamp, anunciaram um projeto para aumentar o número de estudantes de escolas públicas em seus cursos.
          A proposta prevê a seleção dos melhores alunos da rede para curso semipresencial de dois anos. Ao final, eles poderão disputar até 50% das vagas nos cursos das universidades.
          A medida passou a ser estudada a pedido do próprio governador, para quem São Paulo não poderia ficar indiferente ao programa de cotas das universidades federais.
          Nas federais, no entanto, o aluno oriundo da escola pública tem acesso à vaga reservada já ao sair do ensino médio. No projeto paulista, estudantes de escolas públicas serão selecionados via Enem ou Saresp.
          Alckmin confirmou ontem a preparação do programa. "Estamos formulando uma proposta que acho que vai ser bem recebida. Já temos ações afirmativas em São Paulo e vamos avançar para uma proposta em relação à questão de cotas para aluno de escola pública", disse.

          FRASES
          "O governo federal vai dar um cartão [para cotistas de baixa renda]. Eles terão uma renda direta, como é o Bolsa Família"
          ALOIZIO MERCADANTE
          ministro da Educação
          "Eles [recursos para assistência estudantil] teriam que ser aumentados e o governo tem consciência disso"
          CARLOS MANESCHY, presidente da Andifes (associação de reitores das federais)
          "Precisa, sim, de uma política de bolsas para que o aluno possa se manter na universidade sem ter que trabalhar. Atualmente, ele não consegue só ficar na universidade. Ele abandona para poder trabalhar, pagar o aluguel, manter a família etc"
          JOEL PEREIRA FELIPE
          pró-reitor de assuntos comunitários e políticas afirmativas da Universidade Federal do ABC
          "Não pode ser só assistência econômica, tem que ser também social e psicológica. Na sala de aula, ele [o cotista] tem que ser tratado como um igual"
          DANIEL CARA
          coordenador da Campanha Nacional pelo Direito à Educação

          O mal encarnado - Barbara Gancia


          O mal encarnado
          O que temos não parece ser preconceito ou disputa com a oposição. Tem mais é cara de briga de cachorro grande
          Onde está o bombeiro Paulo Okamotto? Marilena Chaui, a senhora não vai se manifestar?
          Deve estar rolando um pau de ma­carrão forte lá em São Bernardo. E só agora eu entendi a ausência dela no jantar da Pirelli, no Rio.
          Em situação normal, é óbvio que dona Marisa Letícia estaria senta­da, feito a rocha de Gibraltar, entre seu marido Lula e a Sophia Loren. Que "Antaq" que eu sou!
          O que o pessoal queria, que a ami­ga do Lula ficasse para trás na fila da Imigração dos EUA, enquanto ele já estivesse instalado no Waldorf Astoria conferindo a vista? Sem passaporte azul não dá, né não? Questão de ordem prática. Se fosse amiga do FHC ou do Serra, ninguém chiava, né?
          E é claro que eu acredito na Rose quando ela diz que não gastou em plástica, mas em operação no ouvi­do. Como é que alguém pode ser BFF ("best friends forever", melhores amigos) do Lula se não for completamente surda? Já imaginou ficar ouvindo aquele monte de barbaridades diariamen­te? Só mesmo sendo ruim de ouvido.
          Aliás, acho que a Rose sempre teve ouvido bom. A operação que fez foi para não ouvir mais. "Por favor, doutor, diminua minha audição em 98%, que meu ouvido não é penico!"
          Não é à toa que ela se chama Rosemary Noronha. É só começar a ladainha da analogia ludopédia, ela corre ao aeroporto, embarca pa­ra a ilha homônima e só liga na che­gada: "Oi, morzão, pode falar!".
          Ué? Uma das amigas de FHC foi ainda mais longe, mudou de conti­nente! Imagino que ele tenha se posto a falar aquele francês empo­lado dele e ela tenha reagido: "Olhe, Fernando, vou ali na 'confiserie' comprar brioches e já venho".
          Bem, cada um tem a Monica Le­winsky que merece, e vida privada que fique na privada de cada qual. Se formos analisar, uma não difere muito da outra, quem pode atirar a primeira calcinha ou sunga?
          O que me intriga é saber por que agora, por que assim e por que ta­manha insistência. É claro que o esforço para acabar com a corrup­ção é legítimo e louvável, mas não terminaram recentemente de sangrar o PT até a entrada do necrotério? Quem estaria sedento por mais?
          Tudo bem que os deputados con­denados vão manter os cargos, um exercício de surrealismo que não passaria nem mesmo pela mente de Buñuel. E está certo que o siste­ma, afinal, acabou recompensando a delação, o que mostra que, se nos­sa democracia está sendo talhada de acordo com o o caráter nacional, nós não valemos nada.
          Mas será possível que exista um "esprit de corps" de várias institui­ções interligadas para varrer, na fi­gura do ex-presidente, o mal encar­nado do mapa? Não parece viável, não é mesmo? Até porque isso não representaria a temperatura atual do país. Nem Lula caberia nesse pa­pel. Questão moral ou de ordem profilática também não seria, uma vez que as entranhas já estavam po­dres antes da chegada dele e o ho­mem vem de uma doença, gente!
          Algo me diz que estamos diante de algo maior do que o velho precon­ceito nutrido pela elite ou de dispu­tas com a oposição -de resto, cada vez mais combalida. Percebe-se uma disputa de titãs em curso.
          O curioso é que, nos anos em que esteve no poder, Lula só fez agradar bancos, construtoras e grandes conglomerados das telecomunica­ções. Ou não?
          Pode ser só uma coincidência. Ou coisa de um clone de Roberto Jef­ferson ou de algum admirador se­creto de dona Marisa disposto a chamar sua atenção, vai saber. Mas que é muita sincronicidade a paulada da Por­to Seguro vir na esteira de um julga­mento de viés político e resultado tão implacável, isso lá é.
          barbara@uol.com.br

            Guerra dá novo impulso à luta palestina - RASHEED ABOU-ALSAMH

            O Globo - 30/11/2012

            Viver numa fortaleza, rodeado de ódio e ressentimento, não é uma fórmula para uma longa vida do Estado judeu


            A recente guerra entra os palestinos do grupo Hamas na Faixa de Gaza e Israel deu novo impulso à luta dos palestinos para um país independente, e também deu novo respaldo ao líder do Hamas, Khaled Meshal, que somente este ano voltou a Gaza de Damasco depois de discordar da matança de Bashar al-Assad contra o povo sírio.

            Como de hábito, essa guerra foi desigual e assimétrica, com o Hamas lançando centenas de foguetes não muito sofisticados diariamente contra Israel, e o Estado judeu respondendo com ataques de mísseis americanos de ultima geração, lançados do ar, mar e terra contra a densamente povoada Faixa de Gaza, deixando seus alvos pulverizados. No final, pelo menos 140 palestinos foram mortos em uma semana de combates, mais de metade deles civis, contra cinco israelenses mortos. A diferença desta vez foi que alguns dos mísseis, os Fajr-5 fornecidos pelo Irã, atingiram a maior cidade israelense, Tel Aviv, e os arredores de Jerusalém. Isso deu um susto na população israelense, e forçou as Forças Armadas israelenses a usar intensamente o seu sistema de proteção antimíssil chamado de Cúpula de Ferro. Há estimativas de que Israel gastou US$ 40 milhões somente com isso.

            O presidente palestino, Mahmoud Abbas, que lidera a facção palestina de Fatah na Cisjordânia e que é o queridinho dos israelenses e americanos por sua política de cooperação passiva com Israel, foi praticamente esquecido nesse episódio que realçou a política de resistência armada do Hamas contra a ocupação e o bloqueio israelense dos territórios palestinos. A maioria dos palestinos aplaudiu o lançamento dos foguetes do Hamas contra Israel, mesmo muitos daqueles morando na Cisjordânia, trazendo mais dúvidas sobre a relevância de Fatah e Abbas na luta palestina de mais de 60 anos por um Estado independente. Abbas, na semana que vem, vai tentar de novo conseguir o status de Estado para a entidade palestina na Assembleia Geral das Nações Unidas em Nova York, onde terá que conseguir uma maioria absoluta dos votos a favor. Se conseguir isso, Abbas certamente vai conseguir resgatar um pouco do prestígio que tem perdido o Hamas.

            Mas além de realçar as diferenças entre Hamas e Fatah, essa guerra mostrou o quanto as alianças estratégicas estão mudando rapidamente no Oriente Médio, que continua muito instável com os efeitos das ondas de revoluções da Primavera Árabe ainda se desdobrando. O Hamas tem se desligado de sua aliança com o Irã por causa da guerra civil na Síria, voltando-se em vez disso para Catar, Egito e Turquia.

            Algumas semanas antes de Israel assassinar o líder militar do Hamas, Ahmad Jabari, no dia 14 de novembro, o sheik Hamad bin Khalifa al-Thani, o líder do Catar, visitou a Faixa de Gaza — o primeiro líder árabe a fazer isso por algum tempo — e levou a promessa de ajuda na forma de investimentos no valor de US$ 400 milhões.

            O presidente egípcio, Mohammed Mursi, desempenhou um papel muito importante nas negociações de cessar-fogo entre Israel e o Hamas, usando suas credencias islamitas com o Hamas e o desejo de resguardar o tratado de paz de Camp David entre Israel e o Egito. O Hamas prometeu não lançar mais foguetes contra Israel, por enquanto, e Israel também prometeu não assassinar mais líderes do Hamas, e disse que relaxaria o bloqueio da Faixa de Gaza. Agora só nos resta saber quanto tempo tudo isso vai durar.

            O que me incomodou com essa guerra foi o jeito habitual de os israelenses se posicionarem como as vítimas em tudo isso, botando toda a culpa e a maldade nas cabeças dos palestinos. A vida na Faixa de Gaza tem sido extremamente difícil, um tipo de inferno, com quase nada entrando por causa do bloqueio israelense. É fato que a maioria dos israelenses não quer uma vida compartilhada com os palestinos, e ficam contentes em viver em uma Israel fortaleza, rodeados por povos que não sentem qualquer carinho por eles. Mas acho que a opinião pública mundial viu que a luta era desleal e que desta vez foi Israel quem começou a briga.

            Com isso o Irã ficou ainda mais isolado no mundo árabe; a preferência dos EUA por Israel, como sempre, foi realçada de novo, e Mursi ficou empenhado numa batalha complexa contra os restos do regime do Mubarak que não querem ver Mursi e a Irmandade Muçulmana vencerem a sucessão no Egito.

            Os israelenses vão ter que aceitar um Estado palestino ao lado de Israel, se querem viver em paz na região. Israel vai ter que tirar os assentamentos judaicos da Cisjordânia, e dividir Jerusalém com os palestinos. Viver numa fortaleza, rodeado de ódio e ressentimento, não é uma fórmula para uma longa vida do Estado judeu. Os palestinos, por sua parte, vão ter que desistir de vez do direito de retorno à antiga Palestina. Em troca, Israel deverá ceder a Cisjordânia e a Faixa de Gaza, com algum tipo de corredor ligando os dois territórios para viabilizar um Estado palestino. O Hamas e o Fatah vão ter que resolver suas diferenças e pendências para beneficiar seu povo.

            Mursi, agora mais do que nunca, está sob pressão para tentar conter o Hamas, já que o Egito tem uma fronteira estratégica com a Faixa de Gaza. Com o turbilhão de protestos diários no Cairo contra a suposta tomada de poder por Mursi, o presidente egípcio está tendo um batismo de fogo nos corredores do poder.

            ONU concede à Palestina o status de Estado observador


            ONU concede à Palestina o status de Estado observador
            Resolução teve 138 países favoráveis, incluindo o Brasil, e 9 contrários
            Para Israel, decisão desconsidera segurança do Estado judaico e não contribui para o processo de paz
            Kathy Willens/Associated Press
            O líder palestin oMahmoud Abbas (centro) após a votação
            O líder palestin oMahmoud Abbas (centro) após a votação
            RAUL JUSTE LORESDE NOVA YORKA Assembleia-Geral da ONU aprovou ontem a elevação do status da Autoridade Palestina de "entidade observadora" a "Estado observador não-membro" -138 países votaram a favor, 41 se abstiveram e 9 (entre eles, EUA e Israel) foram contra.
            É algo simbólico, pelo reconhecimento como Estado, mas a Autoridade Palestina continuará ainda sem direito a voto na ONU.
            O Brasil votou a favor da resolução e "felicitou" a Palestina, em nota do Itamaraty.
            O secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, afirmou, após a decisão, que a resolução não significa que a organização não se preocupa com a segurança de Israel.
            O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, e o representante de Israel, Ron Prosor, fizeram discursos agressivos.
            "Chegou o momento para o mundo dizer claramente: basta de agressão, de assentamentos, de ocupação", disse Abbas, muito aplaudido.
            O representante israelense disse que a resolução tinha apenas um lado, o palestino, e não falava nada sobre a segurança de Israel. Referindo-se a Abbas, disparou: "O senhor não pode visitar nem metade do seu território, Gaza, que é controlado pelo Hamas, uma organização reconhecidamente terrorista".
            "Não viemos deslegitimar um Estado estabelecido há tantos anos, que é Israel. Viemos afirmar a legitimidade do Estado que agora precisa conquistar sua independência, a Palestina", disse Abbas.
            Mas ele passou a maior parte de seu discurso atacando Israel, dizendo que o país jogou o processo de paz na "terapia intensiva", além de fazer "limpeza étnica" e de cometer crimes de guerra.
            Falando logo após Abbas, o representante de Israel afirmou que a resolução deveria "encorajar os palestinos a entrar em negociações diretas sem pré-condições para alcançar uma paz histórica com um Estado palestino desmilitarizado que reconheça o Estado judaico".
            "A segurança de Israel deve ser protegida e os palestinos devem reconhecer o direito à existência de Israel. Nenhum desses pontos está presente na resolução a ser votada de hoje. Esta resolução só tem um lado", criticou, pouco antes da votação. Foi bem menos aplaudido que o palestino pela plateia.
            Para diplomatas europeus ouvidos pela Folha, além de reforçar o status da Palestina, a decisão de ontem altera uma pendência que sobrevive desde 1947.
            Quando a partilha foi feita, previa-se a criação de dois Estados, um judaico e um palestino. Israel foi criado, mas o Estado palestino, não.

              Israel não deve se preocupar, diz negociador
              Palestina só acionará corte internacional se Israel cometer "novos crimes", diz Nabil Shaath, representante em conversas de paz
              Nabil Shaath diz que apoio do Brasil foi fundamental e que país poderia ser incluído em grupo de mediadores
              ISABEL COUTINHODE SÃO PAULOIsrael "não precisa se preocupar" com a adesão da Palestina como Estado observador da ONU, avisa o negociador-chefe dos palestinos, Nabil Shaath. Segundo o alto funcionário, os palestinos não pretendem acionar o TPI (Tribunal Penal Internacional) por "crimes já cometidos".
              "Se eles não vão cometer novos crimes, não têm com o que se preocupar", disse Shaath à Folha, durante rápida passagem por São Paulo.
              Shaath, que veio ao país representar o presidente da ANP (Autoridade Nacional Palestina), Mahmoud Abbas, no Fórum Social Mundial Palestina Livre, em Porto Alegre, diz que o Brasil é "importante candidato" a integrar uma eventual extensão do Quarteto para o Oriente Médio (EUA, Rússia, União Europeia e ONU).
              -
              Folha - O que realmente representa para a Palestina tornar-se Estado observador da ONU?
              Nabil Shaath - É um reconhecimento internacional do nosso direito de ser um Estado nas fronteiras de 1967 [Cisjordânia e faixa de Gaza, ocupadas na Guerra dos Seis Dias], com Jerusalém Oriental como capital. Mas é um reconhecimento que deveria ter vindo em 1948, quando Israel foi reconhecida pela ONU. Os israelenses consideram que a nossa terra está sob disputa -o que significa que eles podem pegar o quanto quiserem dela. O reconhecimento como Estado nega a eles o direito de pegar nossa terra.
              Tecnicamente, agora a Palestina pode levar Israel ante o TPI por crimes contra um 'Estado ocupado'. Há essa intenção?
              Nós não vamos acionar o tribunal por crimes que eles já cometeram. Se eles não vão cometer novos crimes, não têm com o que se preocupar.
              A ANP não participou das negociações do cessar-fogo entre Gaza e Israel. Isso a enfraquece politicamente?
              Claro, mas o que podemos fazer? Desde 2007, Gaza tem um regime separado porque Israel se retirou de lá e a colocou sob um cerco, separando-a totalmente da Cisjordânia. Íamos sendo informados das negociações pelo Hamas, mas quem liderou foi o Egito.
              A vitória na ONU pode recolocar a ANP como um ator político relevante?
              Isso ajuda, obviamente. E é bem possível que, como resultado dessa guerra [os ataques entre Gaza e Israel] e dessa vitória nas Nações Unidas, haja uma união entre Gaza e a Cisjordânia. Imediatamente após a guerra, o Hamas apoiou o nosso pleito na ONU. No começo, eles eram contra. E já é possível perceber mais liberdade para o Fatah atuar politicamente em Gaza e o Hamas na Cisjordânia.
              Dentro de um Estado, a Autoridade Palestina terá controle sobre os braços armados dos grupos de Gaza?
              Nós não temos controle total em Gaza, mas entre 2009 e 2011, eles não atiraram nenhum foguete [em Israel]. Se os israelenses realmente anunciarem que querem se comprometer com os acordos que já assinaram, não haverá uma bala vinda de Gaza.
              O Brasil fez campanha entre os vizinhos pela votação na ONU. Como veem esse apoio?
              Foi fundamental. O Brasil nos ajudou não só reconhecendo nosso Estado em 2010, mas instando outros países a fazer o mesmo. Desde o presidente Lula, o Brasil se tornou um grande apoiador da Palestina.
              Fala-se muito em expandir o Quarteto para melhorar sua eficiência. O Brasil poderia ser uma opção para integrá-lo?
              Totalmente. Não só o Brasil, mas Índia, África do Sul, China e Turquia são importantes candidatos para um novo "Quinteto", "Sexteto" ou "Octeto". O Quarteto sozinho não conseguiu nada.
              A Palestina vai tentar de novo se tornar um membro pleno?
              Sim, quando os americanos decidirem não usar mais o veto no Conselho de Segurança.
              O que deve demorar...
              Não necessariamente. As coisas mudam.

                População festeja com realismo em Ramallah
                MARCELO NINIOENVIADO ESPECIAL A RAMALLAHUm sentimento de orgulho, mas com os pés no chão. Foi nesse espírito que palestinos celebraram a votação na ONU que elevou o status da Palestina para Estado observador. Apesar do feriado concedido a estudantes e funcionários públicos, Ramallah viveu um dia quase normal, à espera da sessão histórica na ONU.
                Nada parecido com a euforia de 2011, quando uma multidão acompanhou o pedido para que a Palestina se tornasse membro pleno da ONU, que fracassou.
                "Sei que, na prática, nada mudará no dia seguinte, mas é importante ter o reconhecimento de que a Palestina é um país, não um grupo de terroristas", disse o técnico em tecnologia da informação Eymad Othman, 27.
                Um telão foi montado no centro de Ramallah e muita gente apareceu, com bandeiras e crianças vestidas com as cores palestinas. Num esforço para mostrar unidade, representantes do Hamas e Jihad Islâmico discursaram em apoio ao pleito de Abbas.
                Moradores de Gaza contaram à Folha que houve manifestações de partidários do Fatah, num desfile de bandeiras raramente permitido pelo Hamas.
                O premiê israelense, Binyamin Netanyahu, disse que o país "tem a mão estendida à paz", mas que ela só virá por meio de negociações. "A decisão não promoverá o estabelecimento de um Estado palestino, só o afastará."

                  PAISAGENS MINEIRAS » Hora de votar em beleza‏

                  PAISAGENS MINEIRAS » Hora de votar em beleza 

                  Público pode eleger no site uma das oito fotos da primeira seletiva. As duas mais votadas vão à final e vencedores ganham computadores para doação assistencial
                   

                  Estado de Minas: 30/11/2012 
                  Barragem das Dores, maravilha natural do Paraibuna

                  O público pode acessar www.paisagensmineiras.com.br para votar em uma das oito fotos (veja nesta página) escolhidas pela comissão julgadora na primeira seletiva do Paisagens Mineiras. O processo se repetirá nas próximas três etapas e as oito fotos escolhidas nas quatro fases disputarão a final. O concurso é realizado pelo Estado de Minas e promovido pelos Diários Associados, com patrocínio da Petrobras. Somente nesta primeira fase foram inscritas 314 fotografias de diferentes regiões de Minas.

                  Nesta terceira edição, o concurso contempla, além de paisagens naturais e cidades históricas, paisagens urbanas, cozinha mineira, cultura e artesanato. As fotos enviadas na primeira fase surpreenderam os jurados pela qualidade técnica e plasticidade. A tarefa de selecionar as duas mais representativas da cultura história e tradições do estado será, certamente, difícil também para os internautas.

                  Ângulos, cores e elementos dessas imagens compõem o rico painel da mineiridade. Manifestações folclóricas centenárias, como a Guarda de Congo da Comunidade dos Arturos, a culinária peculiar feita em fogão a lenha e a beleza dos lagos formados pela represa de Dores do Paraibuna são exemplos das fotos selecionadas nesta primeira fase.

                  É também por meio do endereço www.paisagensmineiras.com.br que os interessados devem enviar fotos e conhecer detalhes do regulamento. Para a segunda seletiva, as imagens devem ser postadas até 26 de dezembro. O concurso Paisagens Mineiras tem por meta incentivar o participante a usar seu olhar para captar paisagens e peculiaridades de Minas. Missão cumprida, o passo seguinte é o cadastramento da foto no site. Cada participante pode enviar até três imagens.

                  CRITÉRIOS A comissão julgadora faz a seleção, levando em conta critérios de qualidade técnica, representatividade para o estado e beleza estética. Os vencedores de cada seletiva indicam instituições educacionais ou assistenciais da região fotografada para ganhar um computador, cuja entrega é acompanhada e registrada em reportagens pelo Estado de Minas e TV Alterosa. 

                  Outra novidade desta edição é a categoria especial Instagram, na qual as fotografias podem ser publicadas com a hashtag #paisagensmineiras durante todo o período de inscrições, independentemente do prazo das seletivas. A melhor foto dessa categoria, eleita por comissão julgadora no fim do concurso, ganhará uma câmera especial tipo lomo. Todas as fotos selecionadas farão parte de uma revista especial a ser encartada no Estado de Minas, com versão especial para iPad, e serão apresentadas ao público em exposição especial.

                  COMO VOTAR: Acesse www.paisagensmineiras.com.br e escolha a foto de sua preferência

                  Voar lá fora é mais barato-Paulo Silva Pinto, Priscila Oliveira e Paula Takahashi‏

                  Levantamento mostra que viajar na alta temporada no exterior, mesmo que a distância seja maior do que entre cidades brasileiras, sai mais em conta que os embarques nacionais 

                  Paulo Silva Pinto,
                  Priscila Oliveira e Paula Takahashi
                  Estado de Minas: 30/11/2012 

                  Brasília – Os brasileiros estão pagando mais caro por passagens aéreas. Levantamento realizado ontem pela reportagem demonstra que no exterior é possível viajar na alta temporada distâncias maiores do que no Brasil por preços inferiores. O voo entre Nova York e Los Angeles pela Delta, ida 26 de dezembro e volta 2 de janeiro, sai por R$ 1.618. A distância entre as duas cidades é de 4.338 km. Para ir de Belo Horizonte a Fortaleza, saindo em 27 de dezembro (pois não tem mais passagem para o dia 26) e  voltando na mesma data, pagavam-se ontem R$ 5.057. A distância entre as duas cidades é de 1.893 km. Há outros exemplos de passagens mais baratas perto das festas de fim de ano no exterior, o que contraria a versão das autoridades do governo e de executivos do setor aéreo, segundo os quais esse patamar de preços é “normal” nesta época do ano (veja quadro).

                  Em Belo horizonte, a dona da agência de viagens Itur Turismo, Regina Casale, já sentiu na pele os efeitos das passagens mais caras. “Comprei a ida para São Paulo por R$ 300. A volta estava mais cara e resolvi acompanhar os preços na esperança de uma redução”, conta. Mas não adiantou. No retorno previsto, teria que desembolsar R$ 600 se quisesse voltar para Belo Horizonte. “Como meu filho mora em São Paulo e era véspera do feriado de 15 de novembro, ele propôs vir para BH comigo e a minha nora para resolver o meu problema. Pegamos o carro e levamos nove horas para chegar”, lembra. Não fossem os preços tão elevados, a viagem levaria cômodos 70 minutos. 

                  Regina ainda conta que vai passar alguns dias em Gramado, no Rio Grande do Sul, no início de dezembro e volta a mostrar como os preços estão desanimadores. “Estou pagando R$ 1,1 mil, ida e volta. Os valores estão altos e os clientes também estão assustados. Olham na internet e, na expectativa de preços mais baixos, vêm à agência. Mas está tudo caro”, alerta. 

                  O ministro da Aviação Civil, Wagner Bittencourt, afirmou na quarta-feira que "os preços são livres" e que eles "variam dependendo da antecedência e da época do ano em que se compra o bilhete". Ontem a Secretaria da Aviação Civil (SAC), pasta de Bittencourt, divulgou levantamento segundo o qual apenas 1% das passagens vendidas em 2011 tinham valores maiores do que R$ 1 mil, em comparação a 6,3% das passagens acima desse patamar em 2012. A secretaria informou também que no primeiro semestre de 2012 a tendência de queda nas passagens foi mantida. Mas não apresentou dados recentes de preços. Segundo o Sindicato dos Aeronautas, houve alta de aproximadamente 300% nas passagens após o fechamento da Webjet pela Gol, há uma semana.

                  DE VOLTA À RODOVIÁRIA O administrador Thiago Faria diz que a partir de agora será preciso ter jogo de cintura para viajar de avião. “Para ter ideia, fiz uma reserva ontem (quarta-feira) para passagens de ida e volta de São Paulo-Belo Horizonte por R$ 390. Hoje (ontem), quando fui confirmar, o valor já tinha pulado para R$ 900”, conta. A alternativa foi buscar voos fora do horário de pico. “Vou pegar o avião às 6h em Guarulhos e antes seria em Congonhas. Vou ter que madrugar”, lamenta. Como a viagem é a trabalho, a dificuldade de mudar os planos é maior, mas Thiago, que tem família em BH e pretende passar o Natal por aqui, não pensou duas vezes ao escolher qual tipo de passagem comprar para a véspera da festividade. “A passagem de avião está R$ 900. Vou de ônibus”, garante, ao lembrar que tem mais de um ano que não usa o transporte rodoviário.

                  Abuso por falta de concorrência 
                  Publicação: 30/11/2012 04:00
                  Brasília – Os preços abusivos que vêm sendo cobrados pelas companhias aéreas para passagens em datas próximas às festas de fim de ano jogaram combustível na discussão sobre a falta de concorrência do setor no país. Para o ex-presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) Ruy Coutinho, o mercado de transporte aéreo no Brasil é "praticamente oligopolizado". 

                  Para Coutinho, que além de presidir o Cade foi secretário de Direito Econômico no governo Fernando Henrique Cardoso, os consumidores não devem aceitar os preços excessivos cobrados pelas aéreas. "É uma questão de acionamento dos órgãos de defesa do consumidor", alertou ele, explicando que há chances de as companhias serem punidas.

                  A competição no Brasil, explica Coutinho, é limitada pela grande participação de mercado da TAM e da Gol, que ficaram respectivamente com 40,16% e 33,89% do faturamento do setor entre janeiro e setembro. Outras seis empresas somadas ficaram com 25,96%. "O que existe no Brasil é praticamente um duopólio, pois a Azul e a Avianca ainda estão em processo de afirmação", alertou. Ele acha que a tendência é as duas empresas menores avançarem e estabelecerem um ambiente concorrencial mais robusto, mas ressalvou que isso ainda está longe de ocorrer.

                  Na avaliação do ex-presidente do Cade, o governo poderia incentivar a concorrência por meio de decisões regulatórias, por exemplo aumentando de 20% para 49% o limite para a participação de estrangeiros nas companhias aéreas brasileiras – um projeto com esse objetivo é discutido na Câmara desde 2010, mas não tem avançado. (PSP/PO)

                  CIÊNCIA » Olhos podem revelar esquizofrenia - Paloma Oliveto‏

                  Psiquiatras britânicos desenvolvem testes que diagnosticam o transtorno mental a partir do movimento ocular 

                  Paloma Oliveto
                  Estado de Minas: 30/11/2012

                  Prêmio Nobel de Ciências Econômicas e um dos maiores matemáticos da história dos Estados Unidos, John Nash começou a acreditar em coisas muito estranhas quando chegou à casa do 30 anos. Ele achava, por exemplo, que era o imperador da Antártida e pensava ser capaz de decifrar mensagens codificadas nas páginas do jornal The New York Times. O gênio foi dominado por uma doença mental altamente incapacitante, que acomete 1% da população mundial: a esquizofrenia.
                  Delírios e alterações do pensamento são sintomas marcantes desse distúrbio. Mas há outra característica que pode ser facilmente reconhecida nas entrevistas concedidas à televisão por Nash, que inspirou o filme Uma mente brilhante (2008). O olhar inquieto, que não se fixa no interlocutor e faz movimentos rápidos e descoordenados, é uma particularidade dos esquizofrênicos. Um exame dessas alterações poderá se tornar o primeiro método de diagnóstico físico da doença, que, até agora, é identificada apenas pela anamnese (entrevista feita pelo profissional de saúde com o objetivo de avaliar um paciente). 

                  Em uma pesquisa publicada na revista Biological Psychiatry, psiquiatras britânicos conseguiram diagnosticar pacientes de esquizofrenia com mais de 98% de precisão baseados apenas em testes visuais. “Os pacientes não parecem ver o mundo da mesma forma que indivíduos saudáveis. Eles têm um olhar que não se fixa, que demora a seguir objetos em deslocamento, mas, depois que alcança a trajetória, os movimentos se tornam rápidos e bruscos”, diz o principal autor do estudo, Philip Benson, do King’s College London e da Universidade de Aberdeen. 
                  Benson lembra que, já em 1908, esse padrão ocular anormal foi notado em pacientes psicóticos pelo psiquiatra Allen Diefendorf e pelo psicólogo Raymond Dodge, que desenvolveram testes para investigá-lo. Porém, o rastreamento dos movimentos dos olhos era feito com um pêndulo — o indivíduo precisava seguir o vaivém do objeto —, enquanto, na pesquisa britânica, foram usadas imagens do dia a dia, sem que os cientistas precisassem orientar a direção que os participantes deveriam seguir. “O resultado com imagem é muito mais convincente e, talvez, mais informativo, porque é fruto de um movimento ocular natural”, acredita. 

                  Testes Os pesquisadores fizeram três tipos de testes. Em um deles, os participantes tinham de manter a cabeça ereta e seguir com os olhos, o mais suavemente possível, uma linha que se movia em uma tela. Outro experimento apresentava fotos como paisagens, pessoas e alimentos, e o voluntário só precisava olhar para elas, sem acompanhar um padrão fixo. Por fim, os participantes deviam fixar os olhos em um ponto por alguns segundos e se nesse meio tempo aparecesse outro ponto, ignorá-lo. “Esse último é bem fácil de entender e todo mundo pode fazer. Usamos como substituto para um teste muito mais difícil aplicado em outros laboratórios, que costuma confundir os pacientes”, relata Benson.

                  Enquanto participavam dos exames, os pacientes tinham os olhos filmados e analisados por um software de computador, que traçava um caminho a partir dos pontos nos quais as pessoas haviam fixado o olhar. Os resultados (veja arte) não deixaram dúvidas de que esquizofrênicos têm um padrão de movimento ocular bastante diferente do de pessoas saudáveis e não conseguem se fixar em um objeto por muito tempo, como ficou claro principalmente no último teste. A análise dos exercícios visuais foi feita pelos pesquisadores sem que eles soubessem de quem eram os exames. Ao combinar o resultado dos três experimentos, eles chegaram ao índice de 98,3% de precisão diagnóstica. Houve, inclusive, casos de pessoas que estavam no grupo de controle e, depois de fazer os testes, a esquizofrenia foi detectada. O contrário também ocorreu, com quatro pacientes tidos como esquizofrênicos, mas que apresentaram um desempenho que os colocava na fronteira entre o distúrbio e a normalidade. 

                  Philip Benson explica que, do ponto de vista clínico, a pesquisa ainda não traz benefícios diretos para os pacientes. Mas ele destaca a importância dos resultados para detectar pessoas em risco. Acredita-se que a esquizofrenia tem componentes hereditários. “Uma vez que entendermos melhor como são os padrões específicos de movimentos oculares de esquizofrênicos e de pacientes que sofrem de outras doenças, como depressão e bipolaridade, poderemos ajudar os médicos a testar as pessoas que estão em risco e desenvolver planos de tratamento para elas”, afirma. 

                  Apoio O psicólogo Elizeu Coutinho de Macedo, coordenador do Programa de Pós-Graduação em Distúrbios do Desenvolvimento da Universidade Presbiteriana Mackenzie, concorda que um marcador para a esquizofrenia poderá ser importante para o diagnóstico precoce. “Se tenho um paciente esquizofrênico, será que o filho dele tem probabilidade de desenvolver o surto? O diagnóstico precoce ajuda no acompanhamento, desde a informação aos trabalhos de suporte”, afirma.
                  Em 2007, Macedo publicou um artigo no qual também analisa os movimentos oculares de esquizofrênicos. O trabalho, pioneiro no Brasil, replicou métodos utilizados em estudos estrangeiros. Um dos interesses do psicólogo no padrão de exploração visual dos esquizofrênicos é que avaliações importantes da psicologia, chamadas testes projetivos, podem ser mal interpretadas no caso desses pacientes. Nos testes, o psicólogo apresenta pranchas com imagens e a pessoa deve dizer o que vê ali. Embora não exista resposta certa ou errada, o terapeuta consegue analisar a interpretação e, assim, avaliar o paciente. “Como, na esquizofrenia, o padrão visual é reduzido, pode-se chegar a uma conclusão errada, como dizer que a pessoa tem problemas de memória”, explica. 

                  O psicólogo ressalta, entretanto, que o autismo e alguns distúrbios mentais, como depressão e transtorno bipolar, também fazem com que os portadores apresentem movimentos oculares diferentes. “Seria interessante incluir em pesquisas outros grupos de pacientes”, afirma. Essa também é a opinião de John H. Krystal, psiquiatra da Universidade de Yale e editor da Biological Psychiatry: “É encorajador ver o alto grau de sensibilidade desse modelo de diagnóstico. Será interessante constatar se essa abordagem permitirá aos investigadores clínicos distinguir pessoas com esquizofrenia daqueles indivíduos com outros distúrbios psiquiátricos”. Philip Benson garante que já está fazendo isso: “Temos evidências ainda não publicadas de que nossos testes também poderão identificar o transtorno bipolar”.

                  Uma só droga contra a obesidade e o diabetes - Bruna Sensêve‏

                  Injetado em macacos, anticorpo ajuda no emagrecimento e na redução dos níveis de insulina. Outra vantagem é a ação prolongda: nas cobaias, os efeitos duraram 12 semanas 

                  Bruna Sensêve
                  Estado de Minas: 30/11/2012 

                  A obesidade é o maior fator de risco para o diabetes. O aumento das células do tecido adiposo no organismo leva a uma resistência à ação da insulina, hormônio responsável por promover o ingresso de glicose nas células e, como consequência, reduzir as taxas de açúcar no sangue. A relação próxima de dois problemas de saúde tão comuns tem feito da busca pelo tratamento do diabetes também uma procura pela redução da obesidade. Cientistas da multinacional em biotecnologia Amgen British Columbia desenvolveram em laboratório um anticorpo capaz de atuar nas duas frentes e publicaram os resultados da pesquisa na revista científica Science Translational Medicine.

                  Experiências realizadas em macacos mostraram uma redução no peso corporal e no índice de massa corpórea (IMC) de aproximadamente 10% entre a quinta e a sexta semana após a primeira injeção com a substância. A perda de peso começou uma semana depois da segunda aplicação do anticorpo — houve um intervalo de duas semanas da primeira — e teve seu efeito prolongado por oito semanas. Foi registrada ainda uma diminuição na circunferência abdominal e na dobra cutânea das cobaias. Para comprovar os efeitos dos anticorpos criados pelos pesquisadores, também foi monitorada a ingestão de alimentos.

                  Em geral, o consumo foi ligeiramente reduzido no início da experiência, mas retornou aos níveis iniciais (iguais aos do grupo de controle) por volta do 20º dia, sugerindo que uma possível redução da ingestão de alimentos não seria a responsável pelo emagrecimento dos animais. A segunda principal consequência do tratamento foi a redução significativa dos níveis de insulina no plasma sanguíneo tanto nos animais em jejum quanto na análise de cobaias logo após elas se alimentarem, o que pode indicar potencial melhora na sensibilidade dos macacos ao hormônio.

                  Segundo os pesquisadores, os índices de insulina dos animais durante o jejum e após alimentados foi significativamente menor, assim como as taxas de glicose em um teste de tolerância, sem ter como efeito colateral a hipoglicemia. “A redução significativa dos triglicérides plasmáticos, do peso corporal, do IMC e da circunferência abdominal indica uma perda preferencial da massa adiposa. Os efeitos leves no consumo de alimentos sugerem que houve um aumento do gasto energético potencial”, afirma Ian Foltz, autor principal da pesquisa. Os benefícios tiveram uma duração mínima de cinco semanas e, para alguns dos parâmetros metabólicos medidos, os resultados duraram até dois meses após a injeção da substância.

                  Cópia aprimorada O mimAb1, como foi denominado o anticorpo, foi projetado com base no funcionamento de uma proteína do organismo humano, o fator de crescimento de fibroblastos 21 (FGF21). Ele provém de uma família de moléculas conhecidas por diminuírem o peso corporal e controlar o metabolismo da glicose, e que já havia atraído a atenção de pesquisadores. Estudos anteriores, no entanto, mostraram que o FGF21 atua de forma muito pobre como um medicamento. Por esse motivo, Ian Foltz e sua equipe projetaram uma molécula alternativa que imita as ações do FGF21.

                  Foltz ressalta que os efeitos encontrados por eles com o mimAb1 são consistentes com diversos estudos anteriores sobre a função do FGF21 em roedores e comparáveis ao que foi encontrado em outro relatório semelhante sobre o uso do FGF21 em macacos. Ainda assim, ele alerta que ainda precisam ser realizados muitos outros experimentos para que a tecnologia possa ser traduzida em humanos, como testes de toxicidade, de segurança e de efeitos colaterais. “Mas os dados de eficácia iniciais em primatas não humanos sugerem que esse anticorpo está a caminho para ajudar no tratamento de pacientes com obesidade e diabetes”, conclui.

                  Expectativas 
                  A notícia foi recebida de forma animadora pelo endocrinologista Carlos Eduardo Couri, da equipe de transplante de células-tronco da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo em Ribeirão Preto e coordenador do Departamento de Novas Terapias da Sociedade Brasileira de Diabetes. Na opinião de Couri, existe uma grande perspectiva futura de uso do mimAb1 em humanos, já que ele age tanto no metabolismo da glicose quanto no energético. “Os macacos que receberam essa injeção endovenosa tiveram redução de mais de 15% de triglicerídeos em 50% dos casos. Isso é fantástico por ser uma aplicação endovenosa e não a administração de um comprimido oralmente todos os dias. A vantagem é obter efeitos a longo prazo”, acredita.

                  Couri alerta, no entanto, para a tradução do estudo em humanos, o que pode levar a uma terapia um pouco diferente. “Uma das questões é quanto tempo cada injeção durará no nosso organismo. Se for somente um dia, muito dificilmente alguém vai preferir a terapia injetável diária”, analisa. O presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, Airton Golbert, afirma que talvez esse seja o principal impasse do estudo. “É extremamente experimental e com um efeito agudo muito rápido. É possível imaginar um tratamento como esse no futuro, mas as buscas são muitas. Infelizmente, estamos com dificuldade de conseguir algo efetivo para o emagrecimento. O que já existia saiu do mercado”, declara, referindo-se à proibição, no ano passado, pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) da venda de anfetamínicos.

                  Segundo Golbert, os medicamentos para o diabetes tradicionalmente fazem com que o paciente engorde, inclusive a insulina. Por esse motivo, a comunidade científica se dedica a conseguir tratamentos que observem as duas condições. Há dois medicamentos no mercado nessa linha. Eles aumentam a ação da proteína GLP1 no organismo, melhorando a condição do pâncreas para a secreção de insulina. O anticorpo desenvolvido pelos pesquisadores da multinacional, no entanto, atua diretamente na corrente sanguínea e, no teste em macacos, teve os efeitos após a injeção prolongados.