Estado de Minas - 06/04/2013
Curitiba – Prazer, o
novo espetáculo da Cia Luna Lunera é o destaque de hoje na mostra
oficial do Festival de Teatro de Curitiba. Já em sua reta final, o maior
evento de artes cênicas realizado no país comprova que não há muito por
onde inovar em seu formato. O espectador que anda por aqui já sabe:
quem se propõe a descobrir o que há de melhor no Fringe, a programação
paralela, deve estar disposto a tudo. Para os artistas, casa cheia é
sinal de aprovação.
Se é assim, os mineiros do coletivo
Paisagens Poéticas não têm do que reclamar. Pelo menos as duas sessões
derradeiras de A noite devora seus filhos, texto de Daniel Veronese
dirigido por Gustavo Bones e Mariana Maioline, lotaram o Teatro Novelas
Curitibanas. Com os baianos da Cia Nata – Núcleo Afro-brasileiro de
Teatro de Alagoinhas, não foi diferente. O Teatro José Maria Santos
ficou cheio – e bastante animado, diga-se de passagem – na apresentação
de Sirê Obá. A partir de signos do candomblé e da umbanda, o grupo
exagerou na roupagem teatral dos orixás.
Na mostra oficial,
espetáculo que guardou sua estreia para o Festival de Curitiba,
Maravilhoso comprova o bom momento da nova dramaturgia carioca. A peça
dirigida por Inez Viana tem texto do jovem Diogo Liberano. No ano
passado, ele foi um dos destaques do Fringe com o trabalho do grupo
Teatro Inominável. Na nova experiência, os bastidores do carnaval
carioca são mote para uma tragédia que faz pensar sobre a capacidade –
ou pseudocapacidade – de o dinheiro comprar tudo.
Com Carolina
Pismel, Débora Lamm, Felipe Adib, Márcio Machado e Paulo Verlings, a
montagem tem elenco equilibrado. O cenário de Luiz Henrique Sá contribui
com a encenação proposta pela diretora, à medida que favorece a criação
de dois planos, um superior ao outro. Representação fiel de como o
protagonista se sente. Maravilhoso foi muito bem recebido pelo público
presente no Teatro Bom Jesus, na noite de quinta-feira.
CANCELAMENTO
Até
agora, o problema mais grave da Mostra Oficial ocorreu com o espetáculo
Homem vertente. Anunciado como um dos destaques desta edição do
festival, a coprodução brasileira da montagem argentina do grupo Ojalá
teve pelo menos três apresentações canceladas por problemas técnicos. De
acordo com a organização, além de problemas envolvendo o sistema
hidráulico necessário para a peça, por uma questão de segurança do
público a duração do espetáculo foi reduzida de 50 minutos para apenas
20. Ou seja, o que era para ser a cereja do bolo está quase virando um
bolo solado.
Além de Prazer, da Cia Luna Lunera, também estão
previstas para hoje as estreias de Ficção, da Cia Hiato, de São Paulo;
Breve, do Grupo Teatro da Queda, de Salvador; e O diário de Genet,
também da capital baiana.
* A repórter viajou a convite da organização do evento.
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