Zeca Pagodinho lança DVD gravado ao vivo
para comemorar 30 anos de carreira. Com repertório de clássicos,
programa tem presença de Marisa Monte e Paulinho da Viola
Ailton Magioli
Estado de Minas: 20/04/2013
É à base do banquinho, violão (Yamandu
Costa) e bandolim (Hamilton de Holanda) que Zeca Pagodinho abre o disco
Multishow ao vivo – Zeca Pagodinho 30 anos – Vida que segue, que chega
às lojas terça-feira, nos formatos CD e DVD. Amanhã, às 21h30, o
Multishow, canal de TV por assinatura, exibirá especial de uma hora de
duração com os melhores momentos do show.
Gravado durante duas
apresentações de fim de ano do cantor, no Rio de Janeiro, o projeto
recoloca o samba em patamar de concerto do qual nunca deveria ter sido
afastado, com tratamento adequado àquele que é o principal gênero
musical do país. Sob a batuta do maestro-produtor Rildo Hora, que se dá
ao direito a belos solos de sua gaita, Zeca Pagodinho se debruça sobre
repertório de clássicos do samba, recebendo convidados especiais.
“Vem
cá meu anjo”, chama Marisa Monte (Preciso me encontrar, de Candeia, com
citação da Melodia sentimental, de Villa-Lobos), que é seguida de
Paulinho da Viola e Velha Guarda da Portela (Foi um rio que passou em
minha vida, de Paulinho), Roberto Menescal (Opinião, de Zé Keti) e
Leandro Sapucahy (Batuque na cozinha, de João da Baiana). Rogério
Caetano (7 cordas) e Zé Menezes (guitarra e violão tenor), em várias
faixas, e Xuxa e coro dos alunos da escola de música do Instituto Zeca
Pagodinho, que ele mantém em Xerém, no clipe É vida que segue (Por que
não?), de Serginho Meriti, a única inédita do disco, também estão lá.
Com
Multishow ao vivo – Zeca Pagodinho 30 anos – Vida que segue, o cantor
comemora três décadas de carreira, dando-se ao luxo de cantar mestres
como Sinhô (Gosto que me enrosco), Elton Medeiros e Cartola (O sol
nascerá e A sorrir), Zé Keti e H. Rocha (Diz que fui por aí), Geraldo
Pereira (Escurinha, com Arnaldo Passos, e Escurinho), Adoniran Barbosa
(Trem das onze) e Ataulfo Alves e Mário Lago (Atire a primeira pedra),
entre outros. Clássico dos clássicos, o samba-enredo Aquarela
brasileira, com o qual Silas de Oliveira levou o Império Serrano para a
avenida em 1964, também ganhou releitura de Zeca, que, como faz questão
de lembrar, quis dar o devido tratamento às pérolas.
“Chega de
ver o samba andar de chinelo”, prega o cantor, que buscou preservar
principalmente a elegância do gênero. “O samba merece tratamento bacana,
principalmente o mais antigo”, acrescenta o sambista. “A ideia é
comemorar os 30 anos mostrando como fui criado em casa, cantando esses
sambas”, afirma o cantor, lembrando que foi a partir do berço que ele
pegou gosto pelo violão, o samba e a batucada.
“Escolhi um
repertório que fez parte da minha infância. Eram justamente as músicas
que cantava quando estava reunido com a minha família”, recorda. Durante
a pesquisa do repertório, empreendida ao lado do maestro Rildo Hora,
Zeca diz ter descoberto que o clássico Abre a janela, de Arlindo Marques
Jr. e Roberto Martins, havia sido composto por um tio dele. “Não sabia
que ele fazia música, já que era da família do meu pai, mais devagar. Lá
em casa, a minha mãe sempre foi a mais festeira”, revela, ressaltando o
fato de o tio, adepto de igreja e reza, ter-se apaixonado também pelo
samba.
Tudo é festa
Para escolher as
pérolas que ia gravar, Zeca voltou a reunir produtor, parceiros e amigos
em encontros que, regados a música, comida e bebida, acabavam
inevitavelmente em festas. “Como todo encontro nosso é festa, fica fácil
escolher repertório”, considera o sambista, comemorando a oportunidade
de levar a garotada de Xerém pela primeira vez ao estúdio. “Em disco é a
primeira vez. Foi lindo”, avalia. “Imagina quando eles sonharam com a
oportunidade de cantar ao lado da Xuxa? A Xuxa foi lá, cantou com eles e
ainda levou um kit de presente para cada um. Tudo feito com muito
carinho”, derrete-se Zeca.
Para ele, o oportunidade de também
gravar ao lado de “feras respeitadas” como Yamandu Costa e Hamilton de
Holanda era imperdível. “A ideia era reunir Zeca e os virtuoses”,
conclui, ainda festivo. Os 30 anos de estrada de Zeca são marcados pelo
dia em que Beth Carvalho cantou em seu show Camarão que dorme a onda
leva, de autoria do jovem sambista, que a cantora gravaria a seguir.
ZECA PAGODINHO
Amanhã, às 21h30, no Multishow (canal pago), especial de uma hora com melhores momentos da gravação do DVD.
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