BRASÍLIA - Não faltam qualificações pejorativas para a política brasileira, mas a melhor forma de descrevê-la é pela sua alta incongruência e falta de funcionalidade.
Na mesma semana em que a Câmara votou um projeto de lei para dificultar a criação de novos partidos --sobretudo a Rede, de Marina Silva--, o nanico PRTB apareceu no rádio e na TV fazendo sua propaganda semestral de cinco minutos.
O dono do PRTB é Levy Fidelix. Sua proposta para o Brasil é o aerotrem. O partido elegeu dois deputados em 2010. É uma sigla quase sem votos. Às vezes, está a favor do governo. Às vezes, contra. É fácil intuir a razão dessa ideologia volátil.
A cada seis meses, Fidelix e seu bigodão ao estilo de Dupond e Dupont (a dupla atrapalhada de detetives das histórias de Tintin) estão em rede nacional de rádio e TV. Tudo pago com dinheiro público. As emissoras são ressarcidas (em grande parte) por cederem o horário.
Por que a Câmara e o Senado não acabam com essa situação que flerta com o surrealismo? Simples. Preferem o caminho mais ameno: barrar novos partidos, pois ninguém sabe o que pode vir por aí.
A democracia fica manca quando o Estado oferece dinheiro público e acesso ao rádio e à TV para partidos sem votos. Esse democratismo só será eliminado com uma cláusula de desempenho que dê a cada sigla o que de fato receber de apoio nas urnas.
Tal regra depende de emenda constitucional. Não é fácil. Tampouco é conveniente a quem está no poder. Os grandes partidos se aproveitam à larga dessa chusma amorfa e sem ideologia que aparece na TV a cada seis meses. Como a farra se sustenta no dinheiro dos nossos impostos, é prudente não esperar uma profilaxia no curto prazo.
Brasília faz 53 anos amanhã. É um epítome das mazelas do país.
Na mesma semana em que a Câmara votou um projeto de lei para dificultar a criação de novos partidos --sobretudo a Rede, de Marina Silva--, o nanico PRTB apareceu no rádio e na TV fazendo sua propaganda semestral de cinco minutos.
O dono do PRTB é Levy Fidelix. Sua proposta para o Brasil é o aerotrem. O partido elegeu dois deputados em 2010. É uma sigla quase sem votos. Às vezes, está a favor do governo. Às vezes, contra. É fácil intuir a razão dessa ideologia volátil.
A cada seis meses, Fidelix e seu bigodão ao estilo de Dupond e Dupont (a dupla atrapalhada de detetives das histórias de Tintin) estão em rede nacional de rádio e TV. Tudo pago com dinheiro público. As emissoras são ressarcidas (em grande parte) por cederem o horário.
Por que a Câmara e o Senado não acabam com essa situação que flerta com o surrealismo? Simples. Preferem o caminho mais ameno: barrar novos partidos, pois ninguém sabe o que pode vir por aí.
A democracia fica manca quando o Estado oferece dinheiro público e acesso ao rádio e à TV para partidos sem votos. Esse democratismo só será eliminado com uma cláusula de desempenho que dê a cada sigla o que de fato receber de apoio nas urnas.
Tal regra depende de emenda constitucional. Não é fácil. Tampouco é conveniente a quem está no poder. Os grandes partidos se aproveitam à larga dessa chusma amorfa e sem ideologia que aparece na TV a cada seis meses. Como a farra se sustenta no dinheiro dos nossos impostos, é prudente não esperar uma profilaxia no curto prazo.
Brasília faz 53 anos amanhã. É um epítome das mazelas do país.
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