Algumas horas depois de o FBI revelar que os autores do atentado da maratona de Boston tinham ligações tchetchenas, o Tea Party começou a disparar e-mails sobre a "Conexão Muçulmana". "Três das cinco páginas destacadas por Dzhokhar A. Tsarnaev no Facebook são islâmicas. Vai ser interessante ver como a mídia e o presidente vão distorcer mais esse ataque muçulmano contra os Estados Unidos."
Faz quase 50 anos que o historiador americano Richard Hofstadter publicou o ensaio "O estilo paranoico da política americana", na revista "Harper's". Mas o texto é cada vez mais atual.
O estilo paranoico, segundo Hofstadter, é um fenômeno antigo e recorrente. O "exagero acalorado, a suspeita, e as fantasias conspiratórias" costumam prosperar na direita, mas não são privilégio dos conservadores. Maçons, católicos, o governo, comunistas e agora muçulmanos já foram os vilões por trás de todas as conspirações imaginadas pelos paranoicos de plantão.
Quando ocorreu o massacre de Newtown, com a morte de 20 crianças, os conspiracionistas se apressaram em dizer que não passava de uma armação do governo para conseguir aprovar leis de desarmamento. Os atentados do 11/9 foram uma trama de Bush e companhia para justificar a invasão do Iraque (ou do Mossad, segundo outras fontes delirantes). E John F. Kennedy foi vítima de um assassinato encomendado pela máfia.
Nesta semana, contudo, há que se dar algum crédito aos paranoicos.
Em uma única semana acontece o seguinte: um imitador de Elvis envia cartas com rícino para um senador e para o presidente Barack Obama. Dois irmãos com ligações tchetchenas explodem bombas de panela de pressão na maratona de Boston e matam três pessoas --em pleno Patriot's Day, que celebra batalhas que desencadearam a guerra da independência dos EUA. E uma fábrica de fertilizantes perto de Waco, Texas, explode e deixa 15 mortos.
Foi nessa mesma época do ano que o extremista antigoverno Tim McVeigh matou 168 pessoas em um atentado a bomba em Oklahoma, em 19 de abril de 1995, e que a polícia invadiu a sede do Ramo Davidiano em Waco, no Texas, em 19 de abril de 1993.
Como pano de fundo, na quarta-feira, o Senado rejeitou um projeto de lei de restrição à venda de armas no país.
E, para completar, esta é a semana em que os americanos precisam entregar a declaração do Imposto de Renda.
Não é para ficar paranoico?
Como dizem nos Estados Unidos, "ninguém conseguiria ter inventado essa por- caria toda".
Eu, se fosse adepta das teorias da conspiração, iria me sentir vingada.
Faz quase 50 anos que o historiador americano Richard Hofstadter publicou o ensaio "O estilo paranoico da política americana", na revista "Harper's". Mas o texto é cada vez mais atual.
O estilo paranoico, segundo Hofstadter, é um fenômeno antigo e recorrente. O "exagero acalorado, a suspeita, e as fantasias conspiratórias" costumam prosperar na direita, mas não são privilégio dos conservadores. Maçons, católicos, o governo, comunistas e agora muçulmanos já foram os vilões por trás de todas as conspirações imaginadas pelos paranoicos de plantão.
Quando ocorreu o massacre de Newtown, com a morte de 20 crianças, os conspiracionistas se apressaram em dizer que não passava de uma armação do governo para conseguir aprovar leis de desarmamento. Os atentados do 11/9 foram uma trama de Bush e companhia para justificar a invasão do Iraque (ou do Mossad, segundo outras fontes delirantes). E John F. Kennedy foi vítima de um assassinato encomendado pela máfia.
Nesta semana, contudo, há que se dar algum crédito aos paranoicos.
Em uma única semana acontece o seguinte: um imitador de Elvis envia cartas com rícino para um senador e para o presidente Barack Obama. Dois irmãos com ligações tchetchenas explodem bombas de panela de pressão na maratona de Boston e matam três pessoas --em pleno Patriot's Day, que celebra batalhas que desencadearam a guerra da independência dos EUA. E uma fábrica de fertilizantes perto de Waco, Texas, explode e deixa 15 mortos.
Foi nessa mesma época do ano que o extremista antigoverno Tim McVeigh matou 168 pessoas em um atentado a bomba em Oklahoma, em 19 de abril de 1995, e que a polícia invadiu a sede do Ramo Davidiano em Waco, no Texas, em 19 de abril de 1993.
Como pano de fundo, na quarta-feira, o Senado rejeitou um projeto de lei de restrição à venda de armas no país.
E, para completar, esta é a semana em que os americanos precisam entregar a declaração do Imposto de Renda.
Não é para ficar paranoico?
Como dizem nos Estados Unidos, "ninguém conseguiria ter inventado essa por- caria toda".
Eu, se fosse adepta das teorias da conspiração, iria me sentir vingada.
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