Sem mistificação
Mendes que se molhou, caindo
O livro cai na neve
da estação de Brescia
e a letra do poeta
veia azul se abre
marcando as páginas
desatado
o sangue da poesia
mancha o livro
e o sigilo
azul
indelével
O papel está molhado
um segundo
a vida se abre
branco
azul
indelével
passagem
na estação de Brescia
molhada de neve
branca
se derrama
a viagem
acordado o papel
que se enxuga
branco azul
vívido
os trens passam
na neve da estação
o livro manchado
de Brescia
SOBRE O TEXTO Este poema foi encontrado manuscrito num livro de Murilo Mendes que pertenceu a Alexandre Eulalio.
Nenhum comentário:
Postar um comentário